Xenotransplante

XENOTRANSPLANTE E CONVIDADOS INTERNACIONAIS: SAIBA TUDO SOBRE O SIMPÓSIO DESSA SEMANA

Simpósio Xenotransplante

O simpósio desta quinta-feira (9) tratou de um assunto revolucionário para a medicina. Organizado pelo o Acadêmico Silvano Raia, o tema escolhido foi o Xenotransplante, um assunto de suma importância atualmente para a comunidade médica e acadêmica, que foi destaque na mídia após um americano se tornar a primeira pessoa a receber um órgão geneticamente modificado, sendo originário de um porco. Na abertura do evento, o Acad. Silvano ressaltou as pesquisas feitas nos últimos anos para que o Xenotransplante seja possível e lembra dos maiores feitos nessa área.

Abrindo as apresentações da tarde, o tema Captação de Órgãos para Transplante no Brasil foi ministrado pelo Acadêmico José Medina, que ressaltou o sistema do Brasil muito bem estruturado pelo Ministério da Saúde, com um ótimo progresso nos últimos 10 anos. Isso não significa que é tudo perfeito. Ainda existe uma taxa muito grande de recusa familiar, que em 2021 estava girando em torno de 42%, uma disparidade regional relacionado ao acesso, limitações financeiras e o número de doações ainda insuficiente, principalmente nos últimos anos com a pandemia. Com isso, o Xenotransplante se torna uma opção alternativa para o crescimento desses casos no país.

Abordando as Estratégias para Modificações Genéticas em Xenotransplante, a professora Mayara Zatz, da Universidade de São Paulo (USP), deu início à sua apresentação explicando qual o foco da pesquisa do laboratório que coordena na USP, e quais os principais desafios em transformar os órgãos de porcos para transplantes em humanos. Para contextualizar o público, a professora faz um breve resumo sobre os estudos dos genomas nos últimos anos.

Seguida pelo tema Xenotransplante de Rim, o Dr. Leonardo Riella, professor associado na Harvard Medical School, nos Estados Unidos, ministrou a palestra sobre como o Xenotransplante se tornou possível com os avanços nas pesquisas e nos remédios anti-rejeição, abordando as principais mudanças genéticas feitas. Dr. Leonardo também fala sobre os casos feitos pela Universidade de Nova York e o método usado pela sua equipe.

Diretamente de Auckland, na Nova Zelândia, Dr. Paul Tan ministrou a palestra sobre Xenotransplante em Diabetes tipo 1 e Doenças de Parkinson, em que foi explicado como estão sendo feitas as pesquisas do xenotransplante no país, quais porcos são usados e a regularização desse processo. Ao abordar o assunto principal da sua palestra, a diabetes tipo 1, Dr. Tan mostrou os efeitos e os resultados desse procedimento nos pacientes, e explicou como esse tipo de transplante pode ser usado no tratamento da Doença de Parkinson.

Essa apresentação foi seguida pelo Dr. Bruno Reichart sobre Xenotransplante Cardíaco Experimental, em que explicou como é realizado o processo do transplante, desde a escolha do porco até o protocolo anti-rejeição. Ele ressaltou o sucesso na preservação do órgão, controle do crescimento excessivo do mesmo, e a importância em ter uma modificação genética estável e segura.

Para apresentar a palestra sobre Xenotransplante Cardíaco em Humanos, o Dr. Corbin E. Goerlich explicou como acontece o processo de autorização pelo Food and Drug Administration (FDA), órgão regularizador nos Estados Unidos, para que o procedimento seja feito. Ele foi um dos médicos presentes no caso do americano que recebeu o coração do porco e da detalhes do caso, como foi o xenotransplante e os detalhes dos exames pós-operatórios. Para finalizar, ele relembra uma frase do filho do paciente: “Xenotransplante é o futuro e está aqui para ficar”.

Para a última apresentação do simpósio, o Dr. David Cooper ministrou a palestra sobre Perspectivas em Xenotransplante. Em que é elucidado o futuro para esse tipo de procedimento, quais órgãos podem ser usados, a patologia deles e a solução para a resposta imunológica do corpo humano. Dr. Cooper ressaltou a importância das pesquisas para que o processo evolua e finalizou afirmando que “está na hora de sair do laboratório e pôr a mão na massa”.


Os Acadêmicos puderam fazer seus comentários finais e o Presidente Acadêmico Francisco Sampaio encerrou o evento. Para assistir o simpósio na íntegra, visite nosso canal no Youtube ou clique aqui e aqui



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