A Academia Nacional de Medicina convida a participar de Simpósio a ser realizado no Web Hall da Academia Nacional de Medicina, na plataforma ZOOM Meetings.
https://acknetworks.zoom.us/my/anmbr
|
|||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
O presidente da Pfizer no Brasil, Carlos Murillo, afirmou que os brasileiros poderão ter a vacina contra covid-19 ainda no primeiro trimestre de 2021. Segundo Murillo, a companhia fabricará 50 milhões de doses até o fim de 2020 e o total para o ano que vem chega a 1,3 bilhão de doses para o mundo. A empresa já investiu US$ 2 bilhões no imunobiológico que possui uma tecnologia por RNA mensageiro.
O anúncio foi feito em sessão científica organizada pelos presidentes das Academias Nacional de Medicina, Rubens Belfort Jr., Brasileira de Ciências, Luiz Davidovich, e de Ciências Farmacêuticas do Brasil, Acácio de Souza Lima, no dia 12 de novembro de 2020.
Murillo ainda explicou que um dos desafios do imunobiológico, e já solucionado, foi a questão do armazenamento. Desenvolvida com a alemã Biontech, a vacina precisa de acondicionamento a menos 70o graus e, para contornar esse problema, empresas parceiras desenvolveram uma embalagem especial que, com gelo seco, consegue conservar o imunizante por até 15 dias, sanando assim problemas logísticos de um país continental como o Brasil.
Sobre os valores de cada dose, Murillo explicou que a Pfizer tomou a decisão de criar três faixas diferentes de preços por dose, cuja aplicação vai depender do desenvolvimento de cada país. Haverá, portanto, um preço mais elevado para países mais avançados, como os Estados Unidos e os europeus, um preço para países intermediários, como é o caso brasileiro, e um terceiro preço menor para países menos desenvolvidos, “como a Bolívia”, de onde Murillo é natural.
Mais ofertas – Outro convidado dessa sessão, foi o vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Marco Aurélio Krieger. Ele abordou a parceria entre a instituição, a Unifesp, a universidade de Oxford e a farmacêutica britânico-sueca AstraZeneca e disse queessa vacina custará US$ 3,16 por dose aos cofres públicos.
Krieger afirmou que o preço da vacina de Oxford é três vezes mais baixo que o dos imunizantes mais baratos em desenvolvimento e até dez vezes menor que o de produtos resultantes de operações totalmente privadas. Uma das razões para isso, é o fato da universidade de Oxford ter aberto mão de royalties, além da capacidade de fabricação já instalada nas plantas da Fiocruz e que deverão ser expandidas para atender a demanda. Com isso, o país se prepara para oferecer vacina de forma equânime entre os brasileiros, através do SUS e do Programa Nacional de Imunizações.
Para viabilizar a parceria entre o Brasil e a Inglaterra foram necessárias várias negociações com autoridades, congresso, instituições como a Anvisa, e evitar assim riscos jurídicos e, fundamental ainda foi o apoio da sociedade civil com doações que chegaram a mais de R$ 100 milhões, em um total de R$ 2 bilhões para fabricação dessa vacina. A expectativa é que a Fiocruz produza 100,4 milhões de vacinas no primeiro semestre de 2021 e 210,4 milhões ao longo de todo o ano que vem. A tecnologia desta vacina vem do uso de um vetor viral não replicante. Neste imunizante, adenovírus de Chipanzé, e que conferem uma proteção de 90%, segundo Krieger. E a Anvisa já ampliou para 10 mil o número de pessoas que participam dos testes com esta vacina. O imunizante está em teste em São Paulo, no Rio de Janeiro, na Bahia, Rio Grande do Sul e Rio Grande do Norte.
Com cerca de 140 participantes e grande repercussão na mídia brasileira, a sessão científica “Vacinas e covid-19: registro e vacinação, prováveis cenários”, realizada no dia 12 de novembro, contou com diferentes segmentos da sociedade.
Entre os convidados, advogados, médicos, cientistas e jornalistas que debateram durante cerca de 6 horas. Ao final do evento, os presidentes das Academias Nacional de Medicina, Rubens Belfort Jr., da Academia Brasileira de Ciências, Luiz Davidovich, e de Ciências Farmacêuticas do Brasil, Acácio de Souza Lima, redigiram e lançaram um manifesto no qual condenam a politização dos testes da vacina contra covid-19. Para saber mais, acesse https://bit.ly/38WWt0u.
Anvisa – O papel e a defesa da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) foram um dos destaques da sessão.
Segundo o presidente da ANM, prof. Rubens Belfort, a Anvisa pertence ao Brasil e precisa ser blindada contra interferências políticas.
“A Anvisa é um orgulho da nossa geração de pesquisadores, médicos e profissionais da saúde. Eu tenho certeza de que falo por toda a ANM, com seus 100 acadêmicos, que vocês podem realmente contar conosco, e nós prometemos fazer o que for possível para aumentar a efetividade da Anvisa”, falou o presidente da ANM para o gerente geral de Medicamentos e Produtos Biológicos da Anvisa,Gustavo Mendes.
“Principalmente nesse momento de pandemia, onde se tem discutido muitas situações que põem em cheque o que é conhecimento científico, a Anvisa é um aliado na valorização da ciência nacional”, ressaltou Mendes.
O especialista destacou ainda os recentes avanços do reconhecimento global da instituição enquanto autoridade na área. “Desde 2016, começou um processo de convergência global que culminou, no ano passado, na aceitação da Anvisa como membro gestor do ICH, que é um dos maiores fóruns de agências reguladoras globais. Portanto, hoje, estamos no mesmo patamar que agências de referência a nível global”, disse Mendes.
Mendes dedicou sua apresentação a esclarecer os principias papeis nesse momento em que os estudos clínicos de vacina contra covid se encontram no país – atualmente, quatro vacinas estão em estudo no Brasil, incluindo as conhecidas Coronavac, do Instituto Butantã, e a vacina de Oxford. “Parte do papel da Anvisa no controle das boas práticas de fabricação é inspecionar os locais em que essas vacinas estão sendo produzidas para garantir determinados critérios”.
“Nós, profissionais da área, teremos que ser transparentes com a população sobre a porcentagem de eficácia, quem vai poder se beneficiar dessa vacina e quais os eventos adversos que pode trazer”, reforçou Mendes, destacando a rapidez e o foco total da Anvisa no cenário de urgência em decorrência da pandemia.
O ex-presidente da Anvisa, Gonzalo Vecina Neto, acrescentou que faltam políticas públicas de imunobiológicos no país. Para ele, essa falta de políticas públicas permite que aventureiros joguem dinheiro fora.
A advogada Aline Mendes Coelho,especialista em Direito Regulatório e Sanitário, foi outra convidada do simpósio e, durante sua apresentação, fez um histórico sobre a Anvisa e seu papel nesse momento de pandemia.