A pandemia do covid-19 estimulou a criação de estratégias e de novos paradigmas para a prática segura de medicina que respeitasse os protocolos de saúde estabelecidos. Neste cenário, debates sobre telemedicina ressurgiram a todo vapor, sendo necessária a promulgação da Lei nº 13.989, em abril deste ano, que discorre sobre essa modalidade da medicina. Assim, a Academia Nacional de Medicina realizou, na última quinta-feira (5/11), o simpósio sobre recentes avançados em telemedicina.
As apresentações foram abertas pelo professor Chao Lung Wen, da Universidade de São Paulo, que contextualizando o tema, afirmando que estamos entrando numa “sociedade 5.0” hiperconectada, que faz uso da robótica e da inteligência artificial no dia a dia a fim de favorecer um serviço profissional cada vez mais humanizado e responsável.
“Precisamos priorizar o conforto e o estilo de vida, a promoção de saúde, a otimização do tratamento e a redução da dependência. A tecnologia serve a essa finalidade; não se trata da substituição do ato médico, mas da potencialização do mesmo numa abordagem biopsicossocial”, explica Wen.
O especialista enfatizou o conceito de casas inteligentes. Segundo ele, houve um crescimento de 22,8% do home care, nos últimos anos. Cada vez mais, dispositivos para o atendimento em domicílio, como ultrassom portátil, oftalmoscópio e otoscópio, com tecnologia mais otimizada para o uso correto e autônomo do paciente, sendo essa uma tendência para a gestão de saúde. “Em outras palavras, descentralizar e distribuir a saúde para dentro das casas sob gestão de qualidade hospitalar”.
O simpósio também contou com a sessão “Minha experiência como clínico em 2020”, apresentada pelo médico Jairo Hidal, do Hospital Albert Einsten, na qual compartilhou sua experiência com o uso da telemedicina desde exemplos mais distantes, como trocas de e-mails na década de 1990, até o contexto atual da pandemia, apresentando as vantagens e desvantagens da modalidade de um ponto de vista empírico.
Dentre os principais pontos abordados por Hidal que enfatizam a necessidade de melhorias na telemedicina, estão a educação e orientação do paciente para um melhor preparo para a telemedicina – como o uso de ferramentas e dispositivos – e uma definição mais sólida sobre a remuneração do profissional. “A melhor forma de fazer a telemedicina ser um modelo de sucesso é desenvolver uma boa telemedicina que seja satisfatória tanto para o paciente quanto para o médico”, comentou ao encerrar sua apresentação.
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