Simpósio Telemedicina – O que fizemos em 2020 e teremos em 2021

A Academia Nacional de Medicina convida a participar do evento a ser realizado no Web Hall da Academia Nacional de Medicina, na plataforma ZOOM Meetings.

 
 

Coordenadores:  


Acad. Francisco Sampaio
Acad. Cláudio Benchimol

 
     
 
14h

Abertura
Presidente da Academia Nacional de Medicina, Acad. Rubens Belfort Jr.
Acad. Francisco Sampaio
Acad. Cláudio Benchimol

   
TeleMedicina – Caminho sem volta
   
14h10

Presidente ANM, Acad. Rubens Belfort Jr.

   
   
14h20

Dr. Felipe Cezar Cabral
Coordenador Médico de Saúde Digital do Hospital Moinhos de Ventos, Porto Alegre

   
   
14h30

Dr. Caio Soares
Diretor Médico da Teladoc no Brasil

   
   
14h40

Dr. Eduardo Reis de Oliveira
CEO, SantéCorp Fleury / Bradesco

   
   
14h50

Dr. Guilherme Weigert
CEO, Conexa Saúde

   
   
15h Discussão
   
   
15h40

Dr. Romeu Côrtes Domingues
Presidente do Conselho de Administração, Dasa

   
   
15h50

Dr. Fernando Pedro
Diretor Clínico e Telemedicina, AMIL

   
   
16h

Dr. Saulo Emanuel Barbosa
Coordenador Telessaúde, Prevent Senior

   
   
16h10

Dr. Eduardo Cordioli
Diretor Médico TeleMedicina, Hospital Albert Einstein
Associação Saúde Digital Brasil

   
   
16h20

Tele Oftalmologia
Dr. Paulo Henrique Morales – Instituto da Visão, EPM UNIFESP

   
   
16h30

Telessaúde
Acad. Giovanni Cerri e Acad. Fábio Jatene – Inova HC, FMUSP

   
   
16h50 Debate com a Bancada Acadêmica
   
   
17h30 Intervalo
   
Sessão Ordinária da Academia Nacional de Medicina
XXXIV – Ano Acadêmico 191
 
   
18h

Abertura
Presidente da Academia Nacional de Medicina
Acad. Rubens Belfort Jr.

   
   
18h05

Comunicações da Secretaria Geral
Acad. Ricardo Cruz

   
   
18h10 Comunicações dos Acadêmicos
   
   
18h30

Sessão Recentes Progressos

Tema: Medicina Conectada 5.0 e Saúde Distribuída

Relator: Prof. Dr. Chao Lung Wen (Chefe da Disciplina de Telemedicina da USP)
Comentários: Acad. Ricardo Cruz

   
   
18h50

Minha Experiência como Clínico em 2020
Dr. Jairo Tabacow Hidal – Hospital Albert Einstein, Escola Paulista de Medicina

   
   
19h10

Comentários
Dr. Nelson Hamerschlak – Hospital Albert Einstein

   
   
19h20 Debate com a Bancada Acadêmica
   
   
20h Encerramento
   
 

DA INVENÇÃO DO ESTETOSCÓPIO À TELEMEDICINA – É DISTANCIAMENTO DO PACIENTE?

O “Simpósio Telemedicina – O que fizemos em 2020 e teremos em 2021”, realizado dia 5 de outubro de 2020, de forma remota, pela Academia Nacional de Medicina (ANM) começou com uma provocação de um dos coordenadores do evento. Na ocasião, o acadêmico Cláudio Benchimol desabafou:” Na saúde suplementar, me preocupa o fato de a telemedicina vir a ser apenas uma forma de baratear os custos das operadoras de saúde. Faça o plano tal e ganhe grátis duas consultas de telemedicina”, instigou o acadêmico.

O presidente da ANM, prof. Rubens Belfort Jr., nas suas considerações iniciais, destacou que a medicina é um todo. Segundo ele, não se discute que a anamnese (a entrevista realizada pelo médico com seu paciente) e o exame clínico são importantes, assim como o relacionamento e a empatia para o bom desenvolvimento do ato médico.

– Mas, a medicina muda rapidamente e cada vez mais rápido. Precisamos perceber essas mudanças e a telemedicina é um grande exemplo disso, enfatizou o presidente.

Belfort Jr. também fez uma curiosa analogia sobre as mudanças nos séculos e o conservadorismo na área de saúde. Ele relembrou a década de 1840, quando o estetoscópio foi inventado e trouxe um “pseudo afastamento” entre médico e paciente.

“Antes da criação do estetoscópio, que hoje é um símbolo do cuidado presencial, o médico para auscultar o pulmão ou o coração do paciente precisava colocar a orelha em seu tórax e ou peito e apertar o outro lado da caixa torácica. Era um relacionamento mais próximo, quente e úmido. Quando o aparelho surgiu, temia-se que essa tecnologia seria um distanciamento da relação médico paciente”.

O presidente finalizou declarando que o cuidado presencial e a telemedicina são ações complementares. “Um outro ponto importante para refletirmos é que uma das maiores dificuldades do nosso sistema de saúde, atualmente, tanto na rede pública como privada, ainda é a questão do acesso à assistência médica. E, nesse aspecto, a telemedicina pode permitir o primeiro contato. Por isso, é papel da Academia trazer esses temas polêmicos para discussão em prol de servir a sociedade e não a interesses corporativos.”

Vale destacar que a coordenação do encontro foi compartilhada com o acadêmico e ex-presidente Francisco Sampaio, que conduziu com maestria as discussões.

O médico Felipe Cezar Cabral, coordenador médico de saúde digital do Hospital Moinhos de Ventos, de Porto Alegre, relatou a experiência bem sucedida do hospital em telemedicina, tele-orientação e tele-consulta. Cabral destacou a jornada híbrida do indivíduo nesse processo. “A telemedicina não é o fim e sim um meio. O indivíduo pode ter acesso a telemedicina antes de ser um paciente, com orientações de prevenção de doenças e orientações ambulatoriais”.

Para o médico, a telemedicina não vem para substituir o contato físico e sim para somar na jornada do paciente e garantir mais qualidade de vida. “O mundo digital e humano coexistem, paralelamente. Dessa forma, temos que tirar o melhor proveito e atender quem precisa, seja em casa por uma tela, para orientar na busca de ajuda especializada ou até a ida para uma emergência, se for o caso”, enfatizou o coordenador.

“A telemedicina não substitui uma consulta presencial. Orientamos nossos médicos a ouvir e atender com carinho, seja de forma presencial ou remota. O médico que atende pela web tem que ter bom senso e empatia também”, afirmou o presidente do Conselho de Administração Dasa, Romeu Côrtes Domingues.

Romeu destacou que a tecnologia é inexorável, não tem retorno. Mas, é preciso utilizá-la a favor da saúde da população. “A telemedicina nos possibilita preencher gaps, fazer uma boa medicina; evitar desperdícios, sermos mais democráticos e termos um sistema de saúde mais sustentável.”

Todas as relevantes apresentações dos debatedores do simpósio estão disponíveis em nosso canal no YouTube (link).  Confira as conferências dos médicos Caio Soares, diretor médico da Teladoc no Brasil; Eduardo Reis de Oliveira, CEO SantéCorp Fleury/Bradesco; Guilherme Weigert CEO Conexa Saúde; Fernando Pedro, Diretor Clínico e Telemedicina, AMIL; Saulo Emanuel Barbosa, Coordenador Telessaúde, Prevent Sênior, Eduardo Cordioli, Diretor Médico TeleMedicina, Hospital Albert Einstein; Paulo Henrique Morales, Instituto da Visão, EPM UNIFESP, dos acadêmicos Giovanni Cerri e Fábio Jatene,  Inova HC, FMUSP.

A Academia Nacional de Medicina promove seus tradicionais simpósios todas as 5ª feiras, das 14h às 20h, para debater os grandes temas da contemporaneidade na área de saúde, em prol da disseminação de informação respaldada e científica, visando contribuir com as questões de qualidade de vida da sociedade. Você é nosso convidado. Acompanhe nossas programações nas nossas redes sociais e no nosso site.

TELEMEDICINA: ONDE ESTAMOS E PARA ONDE VAMOS

A pandemia do covid-19 estimulou a criação de estratégias e de novos paradigmas para a prática segura de medicina que respeitasse os protocolos de saúde estabelecidos. Neste cenário, debates sobre telemedicina ressurgiram a todo vapor, sendo necessária a promulgação da Lei nº 13.989, em abril deste ano, que discorre sobre essa modalidade da medicina. Assim, a Academia Nacional de Medicina realizou, na última quinta-feira (5/11), o simpósio sobre recentes avançados em telemedicina.

As apresentações foram abertas pelo professor Chao Lung Wen, da Universidade de São Paulo, que contextualizando o tema, afirmando que estamos entrando numa “sociedade 5.0” hiperconectada, que faz uso da robótica e da inteligência artificial no dia a dia a fim de favorecer um serviço profissional cada vez mais humanizado e responsável.

“Precisamos priorizar o conforto e o estilo de vida, a promoção de saúde, a otimização do tratamento e a redução da dependência. A tecnologia serve a essa finalidade; não se trata da substituição do ato médico, mas da potencialização do mesmo numa abordagem biopsicossocial”, explica Wen.

O especialista enfatizou o conceito de casas inteligentes. Segundo ele, houve um crescimento de 22,8% do home care, nos últimos anos. Cada vez mais, dispositivos para o atendimento em domicílio, como ultrassom portátil, oftalmoscópio e otoscópio, com tecnologia mais otimizada para o uso correto e autônomo do paciente, sendo essa uma tendência para a gestão de saúde. “Em outras palavras, descentralizar e distribuir a saúde para dentro das casas sob gestão de qualidade hospitalar”.

O simpósio também contou com a sessão “Minha experiência como clínico em 2020”, apresentada pelo médico Jairo Hidal, do Hospital Albert Einsten, na qual compartilhou sua experiência com o uso da telemedicina desde exemplos mais distantes, como trocas de e-mails na década de 1990, até o contexto atual da pandemia, apresentando as vantagens e desvantagens da modalidade de um ponto de vista empírico.

Dentre os principais pontos abordados por Hidal que enfatizam a necessidade de melhorias na telemedicina, estão a educação e orientação do paciente para um melhor preparo para a telemedicina – como o uso de ferramentas e dispositivos – e uma definição mais sólida sobre a remuneração do profissional. “A melhor forma de fazer a telemedicina ser um modelo de sucesso é desenvolver uma boa telemedicina que seja satisfatória tanto para o paciente quanto para o médico”, comentou ao encerrar sua apresentação.



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