Na noite da última terça-feira (30), a Academia Nacional de Medicina realizou cerimônia solene para a posse de seu mais novo Acadêmico, o médico trirriense Rossano Kepler Alvim Fiorelli. O Acadêmico passa a ocupar a Cadeira nº 21 da Secção de Cirurgia, cuja vaga foi aberta em razão da passagem do Acadêmico Umberto Perrotta à categoria de Membro Emérito.
A mesa diretora da solenidade foi composta pelo o Magnífico Reitor Marco Antônio Soares de Souza (Universidade Severino Sombra); o Magnífico Reitor Luiz Pedro San Gil Jutuca (Unirio); os Acadêmicos Antonio Egídio Nardi e Francisco Sampaio (Presidente); o Dr. Daniel Soranz (Secretário de Saúde do Município do Rio de Janeiro); a Dra. Marília de Abreu Silva (Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro); o Dr. Francisco Horta (Provedor da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro); o Dr. Agostinho Manuel da Silva Ascenção (Unirio) e pelo Dr. Carlos Enaudo de Araújo Pacheco (CREMERJ).
Conforme a tradição da quase bicentenária instituição, o Novel Acadêmico foi conduzido ao anfiteatro Miguel Couto por Comissão de Honra formada pelos Acadêmicos Carlos Alberto Basílio de Oliveira, Azor José de Lima, Aníbal Gil Lopes, José Galvão Alves, Rui Haddad e Arno von Ristow. Em seguida, o auditório, ocupado quase que em sua totalidade por familiares, amigos, colegas de profissão e outros Acadêmicos, observou atento enquanto o Professor Rossano Fiorelli proferiu o Juramento Acadêmico, versando sobre o espírito fraternal e os valores da instituição, seguido pela entrega da Medalha. A entrega do Diploma Acadêmico ficou a cargo do Acadêmico Carlos Giesta.
O ex-Presidente e Acadêmico Pietro Novellino proferiu discurso de saudação, declarando-se emocionado por saudar não somente um novel Acadêmico, mas um “filho científico” cuja trajetória o Acad. Novellino acompanha a anos. Destacando o extenso currículo do consagrado cirurgião torácico Professor Dr. Rossano Fiorelli, o Acadêmico destacou que a ANM abriga, mais uma vez, um Professor universitário, advindo da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, cuja Escola de Medicina é a quarta mais antiga do Brasil.
Em seguida, falou sobre a dedicação com a qual o Professor Dr. Rossano Fiorelli conduziu sua carreira acadêmica, parafraseando Riobaldo ao afirmar que “Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende”.
Apresentando discurso de posse que deu destaque à memória da Academia e à imortalidade de seus confrades, o Professor Rossano Fiorelli apresentou breve histórico da Cadeira nº 21 – que foi ocupada por apenas 4 Membros Titulares. O patrono de sua Cadeira, Fernando Vaz, foi membro Fundador do Colégio Brasileiro de Cirurgiões e foi, à sua época, um cirurgião prático de grande sucesso clínico, deixando dois filhos e um genro médicos. A respeito do ocupante anterior, o Acadêmico Emérito Umberto Perrotta, o Acadêmico Rossano ressaltou que seu curriculum é extenso e rico, sobressaindo os aspectos de atividades docentes e universitárias, tendo passado a emérito a 09 de abril de 2015.
Fez agradecimentos especiais à Escola de Medicina da UniRio e à equipe do Hospital Universitário Gaffré e Guinle, além de dedicar parte de seu discurso para exaltar um a um os componentes de sua Comissão de Honra.
O Acadêmico expressou também a emoção e a honra sentidas por ter presenciado a chegada do Acadêmico Ivo Pitanguy, falecido recentemente, em sua última presença física na Academia Nacional de Medicina para registrar seu apoio à candidatura do Professor Rossano, na Sessão em que se deu sua eleição, em 16 de junho de 2016.
O Presidente Acadêmico Francisco Sampaio congratulou o Novel Acadêmico por dedicação à Acadêmica Nacional de Medicina, destacando sua assiduidade às Sessões, o respeito às tradições da instituição e as sólidas bases científicas que sustentaram sua candidatura. Segundo o Presidente, tornar-se Acadêmico aos 53 anos de idade e com 28 anos de formado permitiu ao Acadêmico Fiorelli um ingresso maduro e sereno na Academia Nacional de Medicina, mas sem perder características como garra e dedicação, tão necessárias para esta Casa.
Tradicionalmente, ao final de seu discurso, o Presidente fez leitura de trecho da “Oração a nossos pares”, do Acadêmico Álvaro Cumplido de Sant’Anna, responsável, junto ao também Acadêmico Deolindo Couto, por levar a cabo a atual sede da Academia Nacional de Medicina. Segundo o Presidente, o texto resume tudo aquilo que um Acadêmico deve ser e deve fazer pela Academia:
“Quem não trabalha pela Academia quando nela ingressa é como se deixado houvesse no vestíbulo a própria honra. Quem não se esforça pela Academia quando nela é recebido juntando um tijolo trai a sua esperança. Serás um judas que iludiu a sua confiança. Atraiçoa os que fraternalmente o acolheram. Roubou a vez a um possível justo, a todos enganando. Na Academia só não será grande quem já nasceu para continuar pequeno. Para isso suceder, o imprevisível aconteceu. Não cremos que alguém haja traído o juramento que prestou após as muitas lutas que travou para conseguir atravessar o peristilo do sodalício. Se despreparado venceu foi mercê de doloroso equívoco, o que não é próprio dela, a Casa desejada. O peristilo é grandioso, mas é próprio da natureza humana tentar alcançar o que parece inatingível”, concluiu o Presidente, que em seguida solicitou à Comissão de Honra que conduzisse o Acadêmico ao Salão Nobre, encerrando a solenidade.