Na última quinta-feira (30), a Academia Nacional de Medicina se reuniu para debater mais um assunto de muita relevância para a comunidade médica, as Revistas Médicas: Ciência e Qualidade. Organizado pelo Acadêmico Antonio Egídio Nardi, editor de uma revista médica, ele ressaltou que a escolha desse tema aconteceu devida a sua preocupação com a indexação e qualidade dos artigos científicos, além da forte propagação de revistas piratas e revistas que cobram altos valores para pesquisadores publicarem, mesmo sem ter o respaldo de instituições científicas ou médicas. “Organizamos este simpósio tentando trazer alguns pontos importantes e editores de algumas revistas, assim como acadêmicos que estão envolvidos no financiamento de pesquisa e de fomento às revistas”, afirmou o Acad. Nardi.
O professor Flavio Kapczinski abriu as apresentações do simpósio falando sobre a revista gaúcha Trends in Psychiatry and Psychotherapy, em que é editor-chefe, respondendo uma dúvida sobre porque todas revistas possuem nomes em inglês. “Se a gente deseja uma comunicação internacional, a linguagem científica é o inglês”. Em 2012, a publicação decidiu que deveriam olhar para o futuro, então aderiram ao termo Trends no nome, e também passaram a abordar a psicoterapia, pela forte presença no Rio Grande do Sul. O professor Kapczinski afirma que as revistas médicas são o encontro de ideias de forma institucional e poderiam vir à tona para serem construídas. A sua equipe é formada por psiquiatras e psicólogos para que o conteúdo seja feito de forma bem coesa.
Na sequência, o Acadêmico Miguel Riella apresentou a trajetória da revista Brazilian Journal of Nephrology, que está sendo publicada ininterruptamente desde 1979 e que atualmente ele é o editor. Assim como o periódico apresentado anteriormente, essa revista buscou pela internacionalização e passou por muitas mudanças com o passar do tempo. O Acadêmico compartilhou os dados sobre seus colaboradores no Brasil, as submissões e os acessos recebidos no ano, e finaliza com as perspectivas futuras para o periódico.
Os Anais da ANM são considerados a “revista científico cultural mais antigo do Brasil” e o Acadêmico José Galvão Alves, editor-chefe do periódico, fez a apresentação sobre o assunto. Quando assumiu, as publicações estavam atrasadas e o Acad. José Galvão Alves afirma que “hoje está praticamente em dia”. A equipe possui coeditores, são eles os Acadêmicos Cláudio Tadeu Daniel-Ribeiro e Arno von Buettner Ristow. Atualmente, os anais estão disponíveis online e neles são encontrados editoriais, relíquias, matérias sobre os simpósios, atas das Sessões Ordinárias, artigos e instruções. O grande objetivo dos Anais da ANM é armazenar a história da Instituição e os principais momentos da sua história.
Na segunda parte do simpósio, o Acad. Antonio Egídio Nardi apresentou ao público a Brazilian Journal of Psychiatry (BJP), uma das maiores revistas médicas sobre psiquiatria da América Latina e que ele é o editor. Essa revista possui uma atuação muito forte na área e online, contando com publicações da pós-graduação e mantendo um dos maiores fatores de impacto já alcançado por uma revista no Brasil, em decorrência de artigos publicados rapidamente durante a pandemia de Covid-19. Para manter esse conceito, a BJP tem uma recusa de 90% nas suas submissões.
Finalizando as apresentações do simpósio, o Acadêmico Jerson Lima Silva, presidente da Fundação Carlos Chagas de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), abordou um assunto de suma importância mencionado em todas as palestras do dia: Fomento às Revistas de Ciências. Inicialmente, foi abordado o número de artigos publicados, por estado, a produção científica e o investimento recebido nessa área, destacando as Fundações de Amparo regionais, como a Faperj. O Acadêmico explicou sobre o financiamento e os principais editais lançados em 2021-2022, especificamente as editoras de revistas científicas e também as editoras universitárias. Para finalizar, foram indicadas as perspectivas para o futuro na Editoração e Publicação em Revistas Científicas.
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