O aumento da utilização de técnicas ortomoleculares, incluindo a dosagem de metais como ferritina para aplicação em diferentes terapias foi tema da abertura da conferência “Níveis elevados de ferritina – o que fazer?” da professora da Unicamp e hematologista, Sara Teresinha Ollala Saad. “O problema é que se observa uma certa confusão tanto por parte dos médicos como de pacientes que buscam respostas para suas dúvidas, principalmente, na Internet, quando observam níveis alterados de ferritina”, explicou Saad.
A ferritina é uma concha que guarda em seu interior mais de 200 átomos de ferro. O ferro é liberado no organismo de acordo com as necessidades individuais. A ferritina, como outras moléculas do metabolismo do ferro é regulada pela concentração de ferro que nós temos no organismo.
A professora da Unicamp explicou alguns fatores que influênciam a alteração quantitativas de ferritina, entre estes, os processos inflamatórios, má nutrição, doença hepática, câncer e infecção.
Durante a conferência, a professora Saad mostrou dados sobre análises de valores baixos da ferritina. Segundo ela, o valor baixo é o que é de mais específico, ou seja, quando nas dosagens há baixa de ferritina indica anemia de ferro ou doença hepática grave com cirrose. Por outro lado, por causa de qualquer efeito, os valores de ferritina aumentam. Por isso, exames exclusivos sobre os níveis de ferritina não são conclusivos e necessita-se de estudos mais aprofundados.
Ao fim da exposição, Saad também falou sobre alterações genéticas que provocam alterações na ferritina. E questionou quais as mutações que devem ser solicitadas em exames? Qual a chance de encontrar a mutação? E alertou para uma preocupação sobre aqueles indivíduos que sabem que têm alteração na ferritina e que hoje com acesso à Internet tentam fazer seus próprios diagnósticos, sendo em grande maioria, incorretos. Soma-se a isso, os vários tratamentos disponíveis na Internet e que, de maneira alguma, são os mais indicados para alterações de ferritina.