Fazer da Academia Nacional de Medicina um órgão de consultoria permanente para o governo nas questões de saúde, com influência nas políticas públicas para o setor, foi o ponto alto do discurso do novo presidente da instituição, Professor Francisco Sampaio, durante sua posse, na última terça-feira, 14, na sede da entidade, no Rio. “Vamos interagir com as três esferas de poder, municipal, estadual e federal”, disse, já ostentando as insígnias de presidente passadas por seu antecessor, o Professor Pietro Novellino.
A cerimônia de posse ocorreu no anfiteatro lotado, que contou, entre outros, com a presença do Ministro Benedito Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), da primeira-dama do Estado, Maria Lúcia Cautiero Horta Jardim, do Secretário Municipal de Saúde do Rio, Daniel Soranz, do provedor da Santa Casa de Misericórdia, Francisco Horta, entre representantes de entidades médicas, acadêmicos, familiares e convidados.
A participação da Academia como órgão de consultoria ao governo, condição que a instituição ostentou no passado, coaduna-se com outro ponto destacado pelo Presidente da ANM em seu discurso, que é tornar a Academia mais aberta à sociedade. Para isso, enfatizou, será mais incentivado o debate dos grandes temas de Saúde, inclusive pública, com uma maior participação de estudantes nos seminários e simpósios da instituição. Uma das primeiras medidas anunciadas foi a reinstalação do Museu, Biblioteca e o Arquivo da entidade, que foram temporariamente desativados por conta da reforma da sede. Segundo o Professor Francisco Sampaio, o novo projeto, cuja maquete está exposta na sede da ANM, será interativo e aberto para o público. “Nossa plataforma é ambiciosa e extensa e para isso contamos com uma equipe extraordinária”, assinalou.
A qualificação da equipe foi um capítulo à parte no discurso do presidente da ANM, a começar pelo seu vice, o Acadêmico José Galvão Alves, secretário-geral na gestão anterior, “um líder nato”. Na sequencia, descreveu as qualificações de cada um dos diretores: Cláudio Tadeu Daniel-Ribeiro (1º secretário), Cláudio Cardoso de Castro (2º secretário), Omar Lupi da Rosa Santos (tesoureiro), Sérgio Paulo Bydlowski (1º tesoureiro), Carlos Antonio Mascia Gottschall (orador), Wanderley de Souza (Biblioteca), José Luiz Gomes do Amaral (Museu), Omar da Rosa Santos (Arquivo), Sérgio Augusto Pereira Novis (Presidente da Seção de Medicina), José de Jesus Peixoto Camargo (presidente da Seção de Cirurgia) e Carlos Alberto Mandarim-de-Lacerda (Presidente da Seção de Ciências Aplicadas à Medicina). “Esta posse não é só minha, mas de um quadro do mais alto gabarito”, acrescentou.
No discurso, o Professor Francisco Sampaio agradeceu as realizações feitas pelas administrações comandadas pelos acadêmicos Marcos Fernandes de Oliveira Moraes e Pietro Novellino, que o antecederam. “As melhorias que serão implementadas devem-se à infraestrutura propiciada pelas gestões anteriores”, disse referindo-se em particular ao retorno para a sede, depois de dois anos em reformas. Para o antecessor Professor Pietro Novellino, um reconhecimento: “Fui seu vice nesse último mandato e aprendi muito. Esperamos continuar contando com a sua sabedoria”.
Em homenagem póstuma à Acadêmica Anna Lydia Pinho do Amaral, o novo presidente lamentou seu falecimento, ocorrido às vésperas da eleição. A Acadêmica integrava a chapa vencedora.
O processo eleitoral que o alçou à presidência da instituição foi elogiado pelo Professor Francisco Sampaio, ocorrido “com ética, cordialidade e elegância”. E finalizou conclamando todos os acadêmicos a contribuírem para o bem da Academia e da causa médica. “Que todos encontrem no seu espaço de criação e de trabalho um segundo altar para suas atividades, a nossa querida Academia”.
Gratidão na despedida
Ao fazer a transmissão do cargo de presidente da ANM para o Acadêmico Francisco Sampaio, o Professor Pietro Novellino era um homem agradecido. “A gratidão é uma nobre virtude e por isso a cada um dos acadêmicos estendo a minha gratidão por terem me escolhido para presidir esta casa, a mais alta corte de prevenir e de curar”, disse em discurso de abertura da solenidade.
A Academia também agradece. É praticamente consenso que, deve-se à determinação do Professor Novellino, entre outras realizações, a decisão de mudar para a sede da ANM, depois de dois anos de reformas. Credite-se também ao ex-presidente da ANM o périplo incansável de participações em eventos públicos, representando a instituição em 164 solenidades. “O trabalho persistente vence tudo”, disse o ex-presidente, ao citar Virgílio.
Eleito durante três mandatos para a presidência da ANM, o Professor Pietro Novellino deixa o cargo com a sensação de dever cumprido. “Há 33 anos atravessei o pórtico desta casa e durante este tempo acompanhei e participei do engrandecimento da nossa instituição”, disse em seu discurso, ao agradecer a colaboração de todos, acadêmicos, funcionários e colaboradores.
Texto: Rubeny GoulartFotos: Ivanoé Pereira