Na última quarta-feira (19) ocorreu na Academia Nacional de Medicina (ANM) uma Sessão Científica organizada pelo Programa Jovens Lideranças Médicas (PJLM). O evento foi uma parceria com as Ligas Acadêmicas e a Comissão de Integração do Médico Jovem do CREMERJ. Idealizado pelo Jovem Líder Ricardo Farias com o auxílio do Acadêmico Maurício Magalhães, coordenador do PJLM, o tema foram Ações Médicas durante as Catástrofes, abordando a tragédia no Rio Grande do Sul em suas apresentações.
O Presidente do Conselho Regional do Rio Grande do Sul (CREMERS), Dr. Eduardo Trindade, agradeceu o apoio dado ao seu estado durante a tragédia e na recuperação. Em sua apresentação, CREMERS e a Tragédia do RS, mostra as ações colocadas em prática em função dos médicos registrados, funcionários e à comunidade. A intenção foi de “mitigar os impactos dos eventos que ocasionaram a maior tragédia climática da história do Rio Grande do Sul”. Dr. Eduardo mostra o manejo e distribuição das doações, com cerca de 500 voluntários atuando em 20 dias, atendendo mais de 250 abrigos e entidades, e a realização de 550 entregas. Além da criação de um Grupo de Trabalho para orientar os médicos e sociedade no enfrentamento das doenças que poderiam surgir com as enchentes.
Ainda sobre essa tragédia, a Cap BM Fernanda de Castro Cerqueira mostrou a Atuação do Corpo de Bombeiros do RJ no RS. A “Operação Aqua Vestigium” teve o objetivo apoiar as equipes presentes durante as buscas e os resgates em soterramentos, enchentes, inundações e estruturas colapsadas. Além de oferecer suporte médico ao grupo. A Capitã explica como foram as missões nas Bases de Bento Gonçalves e Canoas, expondo as dificuldades enfrentandas pela equipe.
Com apresentações focadas no enfrentamento da tragédia, a Sessão também abordou um sentimento presente nesses momentos: a Solidariedade e Perversidade Humana Durante as Catástrofes. Apresentada pelo Acadêmico José J. Camargo, ele relembra que o ser humano foi concebido para ser feliz e está propenso a negação. Residente de Porto Alegre, o Acadêmico compartilhou o sentimento de ver a tragédia acontecendo, dos resgates de pessoas e animais, e os aproveitadores da tragédia.
A catástrofe na região Sul do país foi um assunto latente durante a Sessão, mas os palestrantes também abordaram outras experiências enfrentadas. A Drª Helena Frischtak tinha o sonho de ser Médica Sem Fronteira (MSF) e participou da sua primeira missão em 2021-2022. Ela compartilhou durante a apresentação como foi a Experiência dos Médicos Sem Fronteiras (MSF) na Guerra do Sudão do Sul. Ela aponta os princípios do MSF, a história do Sudão do Sul e as patologias comuns durante a sua missão, como anemia, mordida de cobra e malária. Drª Helena apontou os desafios enfrentados pelos médicos, citando principalmente a violência do país.
Por fim, o Cel BM Rogério Casemiro apresentou a Experiência do Colégio Brasileiro de Desastres, em que definiu o surgimento do termo “medicina de desastre”. “Essa questão do Rio Grande do Sul é um caso para ser estudado, e para revermos como vamos conduzir daqui para frente”. Ele cita a falta de planejamento e organização como os principais problemas durante os desastres, e debate a legislação brasileira em relação as tragédias.
A Sessão abriu o espaço para comentários dos presentes, gerando um debate e perguntas. Para assistir na íntegra, clique aqui.