Nasceu no Rio de Janeiro, no dia 24 de janeiro de 1884, sendo seus pais José Freire Parreiras Horta e Paula Margarida de Figueiredo Parreiras Horta, sendo neto do Visconde e da Viscondessa de Ouro Preto. Seu avô, o Visconde de Ouro Preto, de nome Afonso Celso de Assis Figueiredo, foi importante político, jurisconsulto e estadista do Império.
Paulo de Figueiredo Parreiras Horta fez os estudos de humanidades em sua cidade natal. O mesmo ocorreu com sua formação superior. Formou-se inicialmente em farmácia, em 1903, pela Faculdade de Farmácia do Rio de Janeiro. Depois, em 1905, concluiu o curso de medicina, na Faculdade de Medicina da mesma cidade, oportunidade em que defendeu sua tese de doutoramento intitulada “Contribuição para o Estudo das Septicemias Hemorrágicas”, a qual foi aprovada com distinção. A tese de Parreiras Horta é dividida em três partes: a primeira trata das septicemias hemorrágicas em geral; a segunda aborda a septicemia dos coelhos; a terceira é dedicada à septicemia dos coelhos de Manguinhos.
Ainda estudante, frequentou o Instituto Manguinhos, onde foi discípulo de Oswaldo Cruz e de outros notáveis cientistas da época.
Concluído o curso médico, o Dr. Parreiras Horta seguiu para a Europa, onde durante dois anos (1906 e 1907), estudou Microbiologia no Instituto Pasteur de Paris. De volta ao Brasil, foi nomeado Assistente do Instituto Manguinhos.
A convite de Oswaldo Cruz desenvolveu estudos sobre micoses do couro cabeludo, especialmente sobre um novo tipo de “Piedra negra”, causada pelo Piedraia hortai (hortai, em homenagem a Parreiras Horta – nome proposto por Brumpt, grande parasitologista francês).
Além do P. hortai, Parreiras Horta descreveu outras espécies de cogumelos, tais como Trichosporum flavescens, Trichosporum ramose, Cladosporum wernecki e Madusella osvaldai (em homenagem a Oswaldo Cruz).
De março a setembro de 1911 dedicou-se ao estudo de uma epidemia de raiva que acometia os gados bovinos e equinos de Santa Catarina e que ameaçava estender-se por outras unidades da federação. Parreiras Horta combateu a epizootia, controlou a doença e organizou a produção e distribuição de uma vacina, tanto para a raiva humana quanto para a raiva de outros animais.
Em 1917, assumiu a cátedra de Microbiologia e Parasitologia dos Animais Domésticos, na Escola Superior de Agricultura e Medicina Veterinária do Rio de Janeiro.
Com a entrada do Brasil na 1ª Guerra Mundial, Parreiras Horta foi comissionado, com outros professores, no posto de Tenente Coronel para trabalhar no laboratório do Instituto Buisson-Bertrand da Faculdade de Medicina da Universidade de Montpellier, na França.
Regressando ao Brasil em 1919, Parreiras Horta assumiu a direção da Escola Superior de Agricultura e Medicina Veterinária, cargo correspondente ao atual Reitor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.
Foi eleito Membro Titular da Academia Nacional de Medicina apresentando a memória intitulada “Um novo micetoma de grãos negros produzidos pela Madusella oswaldai”.
É o Patrono da Cadeira 52 da Academia Nacional de Medicina.
No rol de suas relações, Parreiras Horta contava com a amizade de Maurício Graco Cardoso, governador de Sergipe, o qual o convidou para ir a Sergipe e construir em Aracaju um Instituto de Pesquisa capaz de ampliar suas ações no campo da Saúde Pública. Atendendo ao convite, Parreiras Hortas chegou à capital sergipana no início de 1923, como hóspede oficial, em companhia da esposa e filhos.
Em Aracaju dedicou-se de corpo e alma ao grande empreendimento. O objetivo era a produção de insumos básicos, o combate à raiva e a produção de vacina antivariólica. O Instituto deveria contar com laboratórios de patologia clínica, de bacteriologia e de química, capazes de propiciar a implantação da pesquisa científica no Estado.
O Instituto foi inaugurado em 5 de maio de 1924, com os laboratórios acima referidos e o setor de produtos biológicos (para a produção das vacinas contra a varíola, a raiva e as febres tifoide e paratifoide).
Em dezembro de 1925, Parreiras Horta concluiu sua missão e retornou para o Rio de Janeiro, deixando em seu lugar o Dr. João Firpo Filho. O governo de Sergipe, num ato de justa homenagem, deu ao seu Instituto de Pesquisa o nome de Instituo Parreiras Horta.
Em 1930 foi indicado para dirigir a cadeira de Clínica Dermatológica e Sifilográfica da Faculdade Fluminense de Medicina, cargo que ocupou até 1954, quando completou 70 anos.
Do currículo do Dr. Parreiras Horta constam, dentre outros, os seguintes títulos: Professor Catedrático de Dermatologia e Sifilografia da Faculdade Fluminense de Medicina; Professor Catedrático de Microbiologia e Parasitologia dos Animais Domésticos na Escola Superior de Agricultura e Medicina Veterinária do Rio de Janeiro; Professor Catedrático e Honorário da Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro; Membro efetivo do Conselho Nacional de Educação; e Chefe da Secção Técnica da Diretoria Geral do Serviço de Veterinária do Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio.
O Dr. Parreiras Horta faleceu no Rio de Janeiro, no dia 29 de julho de 1961.
Acad. Francisco Sampaio
Número acadêmico: 280
Cadeira: 52
Cadeira homenageado: 52
Membro: Emérito
Secção: Medicina
Eleição: 27/06/1918
Posse: 01/08/1918
Sob a presidência: Miguel de Oliveira Couto
Emerência: 12/09/1945
Antecessor: Alfredo da Graça Couto
Falecimento: 29/07/1961
Número acadêmico: 280
Cadeira: 52
Cadeira homenageado: 52
Membro: Emérito
Secção: Medicina
Eleição: 27/06/1918
Posse: 01/08/1918
Sob a presidência: Miguel de Oliveira Couto
Emerência: 12/09/1945
Antecessor: Alfredo da Graça Couto
Falecimento: 29/07/1961
Nasceu no Rio de Janeiro, no dia 24 de janeiro de 1884, sendo seus pais José Freire Parreiras Horta e Paula Margarida de Figueiredo Parreiras Horta, sendo neto do Visconde e da Viscondessa de Ouro Preto. Seu avô, o Visconde de Ouro Preto, de nome Afonso Celso de Assis Figueiredo, foi importante político, jurisconsulto e estadista do Império.
Paulo de Figueiredo Parreiras Horta fez os estudos de humanidades em sua cidade natal. O mesmo ocorreu com sua formação superior. Formou-se inicialmente em farmácia, em 1903, pela Faculdade de Farmácia do Rio de Janeiro. Depois, em 1905, concluiu o curso de medicina, na Faculdade de Medicina da mesma cidade, oportunidade em que defendeu sua tese de doutoramento intitulada “Contribuição para o Estudo das Septicemias Hemorrágicas”, a qual foi aprovada com distinção. A tese de Parreiras Horta é dividida em três partes: a primeira trata das septicemias hemorrágicas em geral; a segunda aborda a septicemia dos coelhos; a terceira é dedicada à septicemia dos coelhos de Manguinhos.
Ainda estudante, frequentou o Instituto Manguinhos, onde foi discípulo de Oswaldo Cruz e de outros notáveis cientistas da época.
Concluído o curso médico, o Dr. Parreiras Horta seguiu para a Europa, onde durante dois anos (1906 e 1907), estudou Microbiologia no Instituto Pasteur de Paris. De volta ao Brasil, foi nomeado Assistente do Instituto Manguinhos.
A convite de Oswaldo Cruz desenvolveu estudos sobre micoses do couro cabeludo, especialmente sobre um novo tipo de “Piedra negra”, causada pelo Piedraia hortai (hortai, em homenagem a Parreiras Horta – nome proposto por Brumpt, grande parasitologista francês).
Além do P. hortai, Parreiras Horta descreveu outras espécies de cogumelos, tais como Trichosporum flavescens, Trichosporum ramose, Cladosporum wernecki e Madusella osvaldai (em homenagem a Oswaldo Cruz).
De março a setembro de 1911 dedicou-se ao estudo de uma epidemia de raiva que acometia os gados bovinos e equinos de Santa Catarina e que ameaçava estender-se por outras unidades da federação. Parreiras Horta combateu a epizootia, controlou a doença e organizou a produção e distribuição de uma vacina, tanto para a raiva humana quanto para a raiva de outros animais.
Em 1917, assumiu a cátedra de Microbiologia e Parasitologia dos Animais Domésticos, na Escola Superior de Agricultura e Medicina Veterinária do Rio de Janeiro.
Com a entrada do Brasil na 1ª Guerra Mundial, Parreiras Horta foi comissionado, com outros professores, no posto de Tenente Coronel para trabalhar no laboratório do Instituto Buisson-Bertrand da Faculdade de Medicina da Universidade de Montpellier, na França.
Regressando ao Brasil em 1919, Parreiras Horta assumiu a direção da Escola Superior de Agricultura e Medicina Veterinária, cargo correspondente ao atual Reitor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.
Foi eleito Membro Titular da Academia Nacional de Medicina apresentando a memória intitulada “Um novo micetoma de grãos negros produzidos pela Madusella oswaldai”.
É o Patrono da Cadeira 52 da Academia Nacional de Medicina.
No rol de suas relações, Parreiras Horta contava com a amizade de Maurício Graco Cardoso, governador de Sergipe, o qual o convidou para ir a Sergipe e construir em Aracaju um Instituto de Pesquisa capaz de ampliar suas ações no campo da Saúde Pública. Atendendo ao convite, Parreiras Hortas chegou à capital sergipana no início de 1923, como hóspede oficial, em companhia da esposa e filhos.
Em Aracaju dedicou-se de corpo e alma ao grande empreendimento. O objetivo era a produção de insumos básicos, o combate à raiva e a produção de vacina antivariólica. O Instituto deveria contar com laboratórios de patologia clínica, de bacteriologia e de química, capazes de propiciar a implantação da pesquisa científica no Estado.
O Instituto foi inaugurado em 5 de maio de 1924, com os laboratórios acima referidos e o setor de produtos biológicos (para a produção das vacinas contra a varíola, a raiva e as febres tifoide e paratifoide).
Em dezembro de 1925, Parreiras Horta concluiu sua missão e retornou para o Rio de Janeiro, deixando em seu lugar o Dr. João Firpo Filho. O governo de Sergipe, num ato de justa homenagem, deu ao seu Instituto de Pesquisa o nome de Instituo Parreiras Horta.
Em 1930 foi indicado para dirigir a cadeira de Clínica Dermatológica e Sifilográfica da Faculdade Fluminense de Medicina, cargo que ocupou até 1954, quando completou 70 anos.
Do currículo do Dr. Parreiras Horta constam, dentre outros, os seguintes títulos: Professor Catedrático de Dermatologia e Sifilografia da Faculdade Fluminense de Medicina; Professor Catedrático de Microbiologia e Parasitologia dos Animais Domésticos na Escola Superior de Agricultura e Medicina Veterinária do Rio de Janeiro; Professor Catedrático e Honorário da Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro; Membro efetivo do Conselho Nacional de Educação; e Chefe da Secção Técnica da Diretoria Geral do Serviço de Veterinária do Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio.
O Dr. Parreiras Horta faleceu no Rio de Janeiro, no dia 29 de julho de 1961.
Acad. Francisco Sampaio