Nascido a 5 de agosto de 1872, em São Luiz do Paraitinga, Estado de São Paulo, filho do médico Bento Gonçalves Cruz e D. Amélia Taboada Bulhões Cruz. Viveu na cidade até 1877, quando sua família se transferiu para o Rio de Janeiro.
Fez os estudos preparatórios no Colégio Pedro II e, aos 15 anos, ingressou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Antes de concluir o curso, já publicara dois artigos sobre microbiologia na revista Brasil Médico. Graduou-se a 24 de dezembro de 1892, defendendo tese intitulada “A Veiculação Microbiana pelas Águas”. Seu interesse pela microbiologia levou-o a montar um pequeno laboratório no porão de sua casa.
Contudo, a morte de seu pai, no mesmo ano de sua formatura, impediu o aprofundamento de seus estudos por um tempo. Somente em 1896 pôde realizar o seu sonho: especializar-se em Bacteriologia no Instituto Pasteur de Paris, dirigido pelo Dr. Émile Roux, descobridor do soro antidiftérico. que, juntamente com o Dr. Ellie Metchnikoff, se tornaram seus principais orientadores profissionais. Oswaldo Cruz Trabalhou no Serviço de Vias Urinárias do professor Félix Guyon e fez estágio na Alemanha.
Ao voltar da Europa, em 1899, Oswaldo Cruz encontrou o Porto de Santos assolado por violenta epidemia de peste bubônica, e logo se engajou no combate à doença. Para fabricar o soro antipestoso, foi criado, em 25 de maio de 1900, o Instituto Soroterápico Federal, instalado na antiga Fazenda de Manguinhos, tendo como Diretor Geral o Barão de Pedro Affonso e Diretor Técnico o jovem bacteriologista. Em 1902, Cruz assumiu a direção geral do novo Instituto e ampliou suas atividades, dedicando-se não só à fabricação do soro antipestoso como à pesquisa básica aplicada e à formação de recursos humanos.
Foi eleito Membro Titular da Academia Nacional de Medicina em 26 de junho de 1899. Na instituição, atuou como Presidente da Secção de Ciências Aplicadas à Medicina nos anos de 1913 a 1916.
É o Patrono da Cadeira 90.
Em 15 de novembro de 1902, quando Rodrigues Alves foi eleito Presidente da República, declarou como objetivo a erradicação de doenças como a febre amarela, peste bubônica e varíola. Para tanto, nomeia Oswaldo Cruz como Diretor Geral da Saúde Pública, cargo que corresponde atualmente ao de Ministro da Saúde. Utilizando o Instituto Soroterápico Federal como base de apoio técnico-científico, deflagrou memoráveis campanhas de saneamento. Em poucos meses, a incidência de peste bubônica diminuiu com o extermínio dos ratos, cujas pulgas transmitiam a doença.
Ao combater a febre amarela, na mesma época, Oswaldo Cruz enfrentou vários problemas. Grande parte dos médicos e da população acreditava que a doença se transmitia pelo contato com as roupas, suor, sangue e secreções de doentes. No entanto, Oswaldo Cruz acreditava que o transmissor da febre amarela era um mosquito. Assim, suspendeu as desinfecções, método tradicional no combate à moléstia, e implantou medidas sanitárias com brigadas que percorreram casas, jardins, quintais e ruas, para eliminar focos de insetos. Sua atuação provocou violenta reação popular.
Em 1904, a oposição a Oswaldo Cruz atingiu seu ápice. Com o recrudescimento dos surtos de varíola, o sanitarista tentou promover a vacinação em massa da população. Os jornais lançaram uma campanha contra a medida. O congresso protestou e foi organizada a Liga Contra a Vacinação Obrigatória. No dia 13 de novembro, estourou a rebelião popular, a Revolta da Vacina, e, no dia 14, a Escola Militar da Praia Vermelha se levantou. O Governo derrotou a rebelião, mas suspendeu a obrigatoriedade da vacina.
Em 1907, a febre amarela estava erradicada do Rio de Janeiro e, em 1908, uma epidemia de varíola levou a população aos postos de vacinação. O Brasil finalmente reconhecia o valor do sanitarista, todavia, no mundo científico internacional, seu prestígio era já incontestável. Em 1907, em Berlim, recebeu a medalha de ouro pelo trabalho de saneamento do Rio de Janeiro. Oswaldo Cruz ainda reformou o Código Sanitário e reestruturou todos os órgãos de saúde e higiene do país.
Em 1909, deixou a Diretoria Geral de Saúde Pública, passando a se dedicar apenas ao Instituto de Manguinhos, que fora rebatizado com o seu nome. Lançou importantes expedições científicas que possibilitaram a ocupação do interior do país, erradicou a febre amarela no Pará, realizou a campanha de saneamento da Amazônia e permitiu o término das obras da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, cuja construção havia sido interrompida pelo grande número de mortes entre os operários, provocadas pela malária.
Oswaldo Cruz recebeu outras honrarias e homenagens: em 1911, na Exposição Internacional de Higiene (em Dresden, Alemanha), lhe foi conferido um diploma de honra ao Instituto Oswaldo Cruz; em 1914, a França, tendo sido beneficiada em suas colônias na África pelas descobertas de Oswaldo Cruz, lhe concedeu a Legião de Honra, a mais alta distinção republicana francesa.
Oswaldo Cruz foi o segundo ocupante da cadeira número 5 na Academia Brasileira de Letras, eleito em 11 de maio de 1912, na sucessão de Raimundo Correia e recebido pelo Acadêmico Afrânio Peixoto em 26 de junho de 1913.
Em 1915, por motivos de saúde, abandonou a direção do Instituto Oswaldo Cruz e mudou-se para Petrópolis. Eleito Prefeito daquela cidade, traçou vasto plano de urbanização, que não pôde ver construído, pois a piora de sua saúde o levou a renunciar ao cargo.
Sofrendo de insuficiência renal, Oswaldo Cruz morreu em casa, em Petrópolis, a 11 de fevereiro de 1917, com apenas 44 anos de idade, ao lado da esposa, dos filhos e dos amigos Salles Guerra, Ezequiel Dias, Carlos Chagas, João Pedroso e Belisário Penna. Ele foi sepultado no dia seguinte, em meio a uma comoção popular, no cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro.
Acad. Francisco Sampaio
Número acadêmico: 197
Cadeira: 90
Cadeira homenageado: 90
Membro: Titular
Secção: Ciencias aplicadas à Medicina
Eleição: 28/06/1899
Posse: 24/08/1899
Sob a presidência: Antonio José Pereira da Silva Araújo
Falecimento: 11/02/1917
Número acadêmico: 197
Cadeira: 90
Cadeira homenageado: 90
Membro: Titular
Secção: Ciencias aplicadas à Medicina
Eleição: 28/06/1899
Posse: 24/08/1899
Sob a presidência: Antonio José Pereira da Silva Araújo
Falecimento: 11/02/1917
Nascido a 5 de agosto de 1872, em São Luiz do Paraitinga, Estado de São Paulo, filho do médico Bento Gonçalves Cruz e D. Amélia Taboada Bulhões Cruz. Viveu na cidade até 1877, quando sua família se transferiu para o Rio de Janeiro.
Fez os estudos preparatórios no Colégio Pedro II e, aos 15 anos, ingressou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Antes de concluir o curso, já publicara dois artigos sobre microbiologia na revista Brasil Médico. Graduou-se a 24 de dezembro de 1892, defendendo tese intitulada “A Veiculação Microbiana pelas Águas”. Seu interesse pela microbiologia levou-o a montar um pequeno laboratório no porão de sua casa.
Contudo, a morte de seu pai, no mesmo ano de sua formatura, impediu o aprofundamento de seus estudos por um tempo. Somente em 1896 pôde realizar o seu sonho: especializar-se em Bacteriologia no Instituto Pasteur de Paris, dirigido pelo Dr. Émile Roux, descobridor do soro antidiftérico. que, juntamente com o Dr. Ellie Metchnikoff, se tornaram seus principais orientadores profissionais. Oswaldo Cruz Trabalhou no Serviço de Vias Urinárias do professor Félix Guyon e fez estágio na Alemanha.
Ao voltar da Europa, em 1899, Oswaldo Cruz encontrou o Porto de Santos assolado por violenta epidemia de peste bubônica, e logo se engajou no combate à doença. Para fabricar o soro antipestoso, foi criado, em 25 de maio de 1900, o Instituto Soroterápico Federal, instalado na antiga Fazenda de Manguinhos, tendo como Diretor Geral o Barão de Pedro Affonso e Diretor Técnico o jovem bacteriologista. Em 1902, Cruz assumiu a direção geral do novo Instituto e ampliou suas atividades, dedicando-se não só à fabricação do soro antipestoso como à pesquisa básica aplicada e à formação de recursos humanos.
Foi eleito Membro Titular da Academia Nacional de Medicina em 26 de junho de 1899. Na instituição, atuou como Presidente da Secção de Ciências Aplicadas à Medicina nos anos de 1913 a 1916.
É o Patrono da Cadeira 90.
Em 15 de novembro de 1902, quando Rodrigues Alves foi eleito Presidente da República, declarou como objetivo a erradicação de doenças como a febre amarela, peste bubônica e varíola. Para tanto, nomeia Oswaldo Cruz como Diretor Geral da Saúde Pública, cargo que corresponde atualmente ao de Ministro da Saúde. Utilizando o Instituto Soroterápico Federal como base de apoio técnico-científico, deflagrou memoráveis campanhas de saneamento. Em poucos meses, a incidência de peste bubônica diminuiu com o extermínio dos ratos, cujas pulgas transmitiam a doença.
Ao combater a febre amarela, na mesma época, Oswaldo Cruz enfrentou vários problemas. Grande parte dos médicos e da população acreditava que a doença se transmitia pelo contato com as roupas, suor, sangue e secreções de doentes. No entanto, Oswaldo Cruz acreditava que o transmissor da febre amarela era um mosquito. Assim, suspendeu as desinfecções, método tradicional no combate à moléstia, e implantou medidas sanitárias com brigadas que percorreram casas, jardins, quintais e ruas, para eliminar focos de insetos. Sua atuação provocou violenta reação popular.
Em 1904, a oposição a Oswaldo Cruz atingiu seu ápice. Com o recrudescimento dos surtos de varíola, o sanitarista tentou promover a vacinação em massa da população. Os jornais lançaram uma campanha contra a medida. O congresso protestou e foi organizada a Liga Contra a Vacinação Obrigatória. No dia 13 de novembro, estourou a rebelião popular, a Revolta da Vacina, e, no dia 14, a Escola Militar da Praia Vermelha se levantou. O Governo derrotou a rebelião, mas suspendeu a obrigatoriedade da vacina.
Em 1907, a febre amarela estava erradicada do Rio de Janeiro e, em 1908, uma epidemia de varíola levou a população aos postos de vacinação. O Brasil finalmente reconhecia o valor do sanitarista, todavia, no mundo científico internacional, seu prestígio era já incontestável. Em 1907, em Berlim, recebeu a medalha de ouro pelo trabalho de saneamento do Rio de Janeiro. Oswaldo Cruz ainda reformou o Código Sanitário e reestruturou todos os órgãos de saúde e higiene do país.
Em 1909, deixou a Diretoria Geral de Saúde Pública, passando a se dedicar apenas ao Instituto de Manguinhos, que fora rebatizado com o seu nome. Lançou importantes expedições científicas que possibilitaram a ocupação do interior do país, erradicou a febre amarela no Pará, realizou a campanha de saneamento da Amazônia e permitiu o término das obras da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, cuja construção havia sido interrompida pelo grande número de mortes entre os operários, provocadas pela malária.
Oswaldo Cruz recebeu outras honrarias e homenagens: em 1911, na Exposição Internacional de Higiene (em Dresden, Alemanha), lhe foi conferido um diploma de honra ao Instituto Oswaldo Cruz; em 1914, a França, tendo sido beneficiada em suas colônias na África pelas descobertas de Oswaldo Cruz, lhe concedeu a Legião de Honra, a mais alta distinção republicana francesa.
Oswaldo Cruz foi o segundo ocupante da cadeira número 5 na Academia Brasileira de Letras, eleito em 11 de maio de 1912, na sucessão de Raimundo Correia e recebido pelo Acadêmico Afrânio Peixoto em 26 de junho de 1913.
Em 1915, por motivos de saúde, abandonou a direção do Instituto Oswaldo Cruz e mudou-se para Petrópolis. Eleito Prefeito daquela cidade, traçou vasto plano de urbanização, que não pôde ver construído, pois a piora de sua saúde o levou a renunciar ao cargo.
Sofrendo de insuficiência renal, Oswaldo Cruz morreu em casa, em Petrópolis, a 11 de fevereiro de 1917, com apenas 44 anos de idade, ao lado da esposa, dos filhos e dos amigos Salles Guerra, Ezequiel Dias, Carlos Chagas, João Pedroso e Belisário Penna. Ele foi sepultado no dia seguinte, em meio a uma comoção popular, no cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro.
Acad. Francisco Sampaio