Na última quinta-feira (17), a Academia Nacional de Medicina abordou um outro lado da saúde com o tema O Complexo Econômico-Industrial da Saúde – CEIS, que refere-se a toda base produtiva envolvida na prestação de serviços, promoção e vigilância em saúde. Os organizadores deste Simpósio, os Acadêmicos José Gomes Temporão e Jerson Lima, ressaltaram a importância em debater esse assunto para o futuro da saúde pública e da medicina brasileira.
O Vice-Presidente de Inovação da Fiocruz, o Professor Marco Krieger, abriu o simpósio para apresentar a relação do CEIS e da Fundação, em que destacou o uso do conhecimento científico para a sociedade e como isso tem sido feito. “Nesses 123 anos, a Fiocruz se transformou em uma instituição única. Tem um ecossistema de inovação completo, vai da pesquisa básica até a produção de insumo, e nós atuamos fortemente em todas essas áreas”. O Vice-Presidente compartilhou o portfólio com a produção de vacinas e medicamentos, os projetos atuais possibilitados pelos editais abertos pela Fundação e os planos para o futuro da BioManguinhos.
Representando a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO), o Vice-Presidente Reinaldo Guimarães explicou em sua apresentação, Soberania e Saúde Pública: Os Desafios para o CEIS, o que é o CEIS e a relação entre o desenvolvimento econômico- social e saúde, e focou em abordar a produção de vacinas e fármacos nesse complexo. O Professor Reinaldo Guimarães apresenta os dados que comprovam o crescimento da indústria farmacêutica nos últimos anos, principalmente com a criação dos remédios genéricos. O Complexo de Saúde também é uma ferramenta regulatória do mercado e está presente na distribuição de insumos para o SUS.
O Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é um dos principais atores do Complexo de Saúde, e também esteve neste simpósio representado por João Pieroni. Ele expôs o papel do BNDES e os seus objetivos, principalmente contribuir com a ampliação do acesso à saúde de qualidade, ampliar a participação da produção e da inovação e melhorar a qualidade e a integração dos serviços que atendem o Sistema Único de Saúde (SUS). Pieroni explicou quais são os principais meios de atuação do BNDES e a sua participação no financiamento de novas fábricas e na implementação dos remédios genéricos.
A segunda parte do simpósio deu foco a Saúde no CEIS, em que o Diretor do Departamento de Desenvolvimento da Indústria de Alta Complexidade Tecnológica do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Luis Felipe Giesteira, apresentou o tema Saúde e Política Industrial. Durante a sua palestra, foi contextualizada a situação econômica brasileira e mundial, e o impacto disso na atuação do Complexo de Saúde.
A apresentação final foi ministrada por Leandro Pinheiro Safatle, Diretor do Departamento do Complexo Industrial e Inovação em Saúde da Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Complexo da Saúde. O tema foi Saúde e Desenvolvimento no Contexto do CEIS e foi abordado a construção do CEIS e o seu processo histórico com o desenvolvimento de uma série de ações, os impactos da pandemia nesse complexo e a situação mundial. O diretor aborda a importância de ações articuladas, o que resultou na criação do GECEIS, com a participação de 20 órgãos relevantes nesse setor, coordenado pelo Ministério da Saúde e o MDIC.
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