Novas perspectivas terapêuticas nas doenças hepatobiliares

 
 
 
 
Coordenação:
Acadêmico Carlos Eduardo Brandão

Dr. Yuri Boteon – Jovem Liderança Médica da ANM e Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein
 
   
     
 
14h

Abertura
Presidente da Academia Nacional de Medicina,
Acad. Rubens Belfort Jr.

Coordenador, Acad. Carlos Eduardo Brandão

   

BLOCO I: Avanços no tratamento clínico das doenças hepáticas
Moderador: Acad. Carlos Eduardo Brandão
 
   
14h05

Na doença gordurosa alcoólica e não alcoólica
Dr. Roberto Carvalho Filho – Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)

   
   
14h20

Na imunoterapia do Carcinoma Hepatocelular
Dr. Flair Carrilho – Universidade de São Paulo (USP)

   
   
14h35

No manejo terapêutico da ACLF (Acute on Chronic Liver Failure)
Dr. Leonardo Schiavon – Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

   
   
14h50

Discussão e perguntas
Debatedores: Acad. José Galvão-Alves

Dr. João Marcello de Araujo Neto – Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

   

BLOCO II: Avanços na cirurgia hepatobiliar
Moderador: Yuri Boteon – JLM da ANM
 
   
15h

Tratamento atual do colangiocarcinoma
Dr. Marcelo Bruno – Hospital Israelita Albert Einstein

   
   
15h15

Situação atual do tratamento das metástases colorretais ressecáveis
Dr. Eduardo Fernandes – Hospital São Lucas, RJ

   
   
15h30

Ressecção e transplante hepático no tratamento do carcinoma hepatocelular
Dr. Luiz Carneiro de Albuquerque – Universidade de São Paulo (USP)

   
   
15h45

Transplante intervivos para pacientes com CHC fora de critério para transplante
Dr. Eliano Bonaccorsi Riani – Cliniques Universitaires Saint-Luc, Brussels

   
   
16h

Discussão e perguntas
Debatedores: Acad. Silvano Raia

Dr. Marcio Fernandes Chedid – JLM da ANM e Hospital de Clínicas de Porto Alegre

   

BLOCO III: Avanços no transplante de fígado
Moderador: Dr. Yuri Boteon – JLM da ANM
 
   
16h10

Desafios atuais do transplante de fígado
Yuri Boteon – JLM da ANM

   
   
16h25

Utilizando doadores de critérios estendidos com segurança
Dr. Renato Silva – Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP)

   
   
16h40

A situação atual da máquina de perfusão hepática
Dr. Paulo N. Martins – University of Massachusetts – Worcester, USA

   
   
16h55

Trombose complexa de veia porta: quando o transplante multivisceral é indicado?
Dr. Rodrigo Vianna – Jackson Memorial Hospital, Universidade de Miami

   
   
17h10

Situação atual do transplante multivisceral no Brasil
Dr. Rafael Pécora – Hospital Israelita Albert Einstein

   
   
17h25

Discussão e perguntas
Debatedores: Acad. Silvano Raia

Dra. Amanda Carvalheiro – Hospital Israelita Albert Einstein

   
   
17h35

Intervalo

   

Sessão Ordinária da Academia Nacional de Medicina
XXVIII – Ano Acadêmico 192


 
   
18h

Abertura
Presidente da Academia Nacional de Medicina,
Acad. Rubens Belfort Jr.

   
   
18h05

Lançamento da publicação conjunta: Academia Nacional de Medicina, Academia Brasileira de Ciências e rede vírus MCTI CNPq sobre Diretrizes para desenvolvimento de novas vacinas – COVID-19
Presidente da Academia Brasileira de Ciências, Acad. Luiz Davidovich

Acad. Marcelo Morales, Secretário de Pesquisa e Formação Científica – SEPEF | Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações – MCTI

Presidente da Academia Nacional de Medicina, Acad. Rubens Belfort Jr.

   
   
18h20

Comunicações da Secretaria Geral
Acad. Carlos Eduardo Brandão

   
   
18h30

Comunicações dos Acadêmicos

   
   
18h50

Avanços no tratamento da hepatite viral C
Acad. Carlos Eduardo Brandão

   
   
19h05

Desafios enfrentados e a história do transplante de fígado
Acad. Silvano Raia

   
   
19h20

Situação atual e avanços no transplante hepático pediátrico
Dr. Eduardo Antunes da Fonseca – Hospital Sírio-Libanês

   
   
19h35

Discussão e perguntas
Debatedores: Acad. Carlos Eduardo Brandão

Dr. Paulo Chap Chap – Universidade de São Paulo (USP)

Yuri Boteon – JLM da ANM

   
   
20h

Encerramento

   
 
     
 

FÍGADO: AVANÇOS NOS TRATAMENTOS, CIRURGIAS E TRANSPLANTES

Estratégias terapêuticas para doença gordurosa do fígado relacionada ao consumo ou não do álcool e tumores hepáticos; técnicas cirúrgicas e os remanescentes hepáticos e os transplantes de fígado foram as temáticas da última sessão científica promovida pela Academia Nacional de Medicina (ANM), no dia 23 de setembro de 2021.

Organizada pelo Secretário Geral da ANM, Carlos Eduardo Brandão, e o jovem Líder Médico pela Academia, Yuri Boteon, o evento contou com médicos expoentes de diversas instituições brasileiras como Hospital Israelita Albert Einstein, de São Paulo, Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Universidade de São Paulo, Hospital São Lucas, do Rio de Janeiro, entre outros; além de brasileiros expoentes internacionais em instituições como Jackson Memorial Hospital, da Universidade de Miami, e da Massachusetts Worcester, ambas nos Estados Unidos, e da Cliniques Universitaires Saint-Luc, da Bélgica. 

Durante o evento, alguns convidados apontaram como certos mitos, que existiam há 10 anos, foram derrubados e como o tratamento e as cirurgias hepáticas evoluíram, possibilitando uma sobrevida aos pacientes. Atualmente, de acordo com dados de Boteon, a sobrevida média de um paciente transplantado é de 22 anos; nos primórdios da técnica, o sucesso era medido em dias. O problema é a alta taxa no descarte de órgãos, que supera os 30% no país. E as taxas de mortalidade em lista de espera, que mudaram pouco, oscilando entre 20 a 25% desde 1988.   

Há uma década, nódulos maiores do que 5 cm ou 3 nódulos de 3 cm eram considerados inoperáveis, hoje segundo o médico Eduardo Fernandes, do Hospital São Lucas do Rio de Janeiro, não se desiste do paciente com tumores hepáticos maiores ou em números superiores. Questionamentos aos critérios estabelecidos para realizar transplantes hepáticos também foram referendados pelo convidado Eliano Riani, da Bélgica. E sobre os tipos de transplantes, Fernandes destacou ainda as várias técnicas que permitem inclusive a hepatectomia em duas etapas, o transplante intervivos, a retirada do fígado para remover o tumor e o reimplante da parte saudável no próprio paciente. Outro destaque da sessão foram os avanços trazidos pela máquina de perfusão e, por outro lado, as limitações e dificuldades de logística na preservação dos órgãos doados. O tema foi apresentado pelo médico Paulo Martins, da University of Massachusetts.

Infelizmente, 60% dos pacientes com carcinoma hepático procuram os especialistas com a doença avançada, apontou Leonardo Schiavon, da Universidade Federal de Santa Catarina. Ele ainda abordou avanços: “há uma década, havia apenas um medicamento para tratamento desse tipo de câncer e, hoje, são cerca de 10 drogas utilizadas.” 

Outro aspecto importante foi abordado pelo médico Luiz Carneiro de Albuquerque, da Universidade de São Paulo, sobre a desproporcionalidade entre a oferta e a necessidade de órgãos para doadores. Em virtude dessa situação, Carneiro lembrou que os doadores devem avisar as famílias e deixar por escrito o seu desejo. Além disso, a importância de campanhas de conscientização da população em relação a essa escassez de órgãos para transplante, visando o aumento no número de brasileiros doadores.

Os debatedores da sessão foram os acadêmicos José Galvão Alves, vice-presidente da ANM, que comentou sobre a importância do diagnóstico precoce das doenças do fígado e fatores de risco com dieta, obesidade, entre outras; e Silvano Raia, que elogiou as apresentações de trabalhos, segundo ele, de ourivesaria no tratamento das doenças do fígado. 

À noite, na sessão ordinária da ANM, os debates foram sobre hepatite C, dificuldades dos transplantes de fígado e o impacto da pandemia de covid-19 para os transplantes de órgãos no Brasil.

 “Cerca de 70 milhões de pessoas no mundo estão vivendo com o vírus da hepatite C. No Brasil, hoje, há uma prevalência entre 0,8 até 1,2% da população infectada pelo vírus C, isso significa de 700 mil até 1,2 milhão indivíduos infectados”, destacou o acadêmico Carlos Eduardo Brandão, na palestra sobre os avanços no tratamento da hepatite viral C.

Segundo o acadêmico, o grande problema no cenário brasileiro é o percentual muito alto de indivíduos que sequer sabem que tem a infecção por esse vírus. A maioria dos portadores é de assintomáticos e, dessa forma, esse tipo de paciente não procura a unidade básica de saúde, nem consultórios ou hospitais.

“A hepatite C é dita como uma epidemia silenciosa, exatamente pelo fato de ser uma doença sem sintomas iniciais na sua quase maioria. Isso gera uma enorme tendência da doença se tornar crônica”. Ou melhor, o vírus da hepatite C tem apenas 20% de chance espontânea de cura, pois 80% desses indivíduos podem evoluir para uma doença crônica, até uma cirrose, falência hepática, e mesmo uma indicação de transplante de fígado”, alertou Brandão.

Na sequência dos debates, o acadêmico Silvano Raia ressaltou que o fator limitante para os transplantes de fígado ainda é a falta de órgãos em todo o mundo. “Para contornar essa dificuldade, temos que aumentar o estímulo a doação de órgãos. Mas, existe um horizonte que se abre que são os xenotransplantes. Essa é uma perspectiva promissora,” enfatizou.

“O Brasil foi um dos epicentros da pandemia de Covid-19. No início da pandemia, tivemos uma queda de cerca de 20% da atividade transplantadora no país. Os candidatos a doadores internavam como casos muito graves, por conta da dificuldade de mobilidade e acesso aos serviços de saúde”, disse médico Eduardo Antunes da Fonseca, do Hospital Sírio-Libanês.Os debates deste bloco foram capitaneados pelo cirurgião Paulo ChapChap, da Universidade de São Paulo (USP), o acadêmico Carlos Eduardo Brandão e médico Yuri Boteon, do programa de Jovens Lideranças Médicas da ANM. 

Para rever a sessão, acesse:
Parte I – https://www.anm.org.br/simposio-novas-perspectivas-terapeuticas-nas-doencas-hepatobiliares-23-de-setembro-de-2021-parte-i/

Parte II – https://www.anm.org.br/simposio-novas-perspectivas-terapeuticas-nas-doencas-hepatobiliares-23-de-setembro-de-2021-parte-ii/



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