Nesta quarta-feira (08), a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo confirmou, por meio do Instituto Adolfo Lutz, a presença de norovírus em amostras de fezes humanas coletadas no Guarujá e em Praia Grande, no litoral da Baixada Santista. Este vírus é o responsável por surtos de gastroenterite, uma infecção que causa sintomas como náusea, vômito, diarreia e dor abdominal.
Em declaração, o Membro da Academia Nacional de Medicina e médico infectologista Celso Ferreira Ramos Filho alerta para o alto grau de contágio do norovírus. “Os norovírus são altamente infectantes e podem causar epidemias de proporções significativas, ainda que com baixa mortalidade. Surtos em navios de cruzeiro turístico são relativamente comuns. Nos EUA, são a principal causa de gastroenterites, com mais de 2.500 surtos registrados anualmente”, explica.
Professor Celso destaca que o modo mais comum de transmissão é de pessoa para pessoa, especialmente em locais com alta aglomeração, como praias e eventos turísticos. “O período entre a contaminação e o aparecimento da doença é extremamente rápido, com uma incubação de apenas 12 a 48 horas. Além disso, o vírus pode ser eliminado pelas fezes e vômitos dos doentes, mesmo semanas após o fim dos sintomas”, complementa. O contágio, segundo ele, também pode acontecer por meio da ingestão de água ou outra bebida em recipiente contaminado e/ou alimentos mal preparados.
O infectologista também destaca a importância de práticas básicas de higiene:
Diante do aumento no fluxo de turistas no litoral paulista durante o verão, o risco de disseminação do vírus cresce. Professor Celso finaliza com um alerta: “Nas condições habituais do turismo de verão, talvez seja querer demais esperar que todos os estabelecimentos e seus funcionários mantenham os níveis de higiene necessários. É por isso que a vigilância sanitária deve ser implacável, impedindo que condições pouco higiênicas prevaleçam”.
A população que frequenta as praias deve estar atenta aos sintomas e seguir as orientações de prevenção para evitar a contaminação. O combate ao norovírus depende não apenas das autoridades, mas também da conscientização individual quanto às práticas de higiene.