Simpósio – National Health Service (NHS) and the Sistema Único de Saúde (SUS): Lessons from the past and challenges for the future – Incorporation of New Technologies

 
 
 
   
  Coordenação
Acad. José Gomes Temporão
Acad. Paulo Buss
Acad. Giovanni Cerri
Dr. Mauro Campos, Unifesp

Parceria: The Academy of Medical Sciences (UK) e Governo Britânico no Brasil
 
   
     
 
13h

Abertura
Acad. Rubens Belfort Jr., President of the National Academy of Medicine (Brazil)

   
   
13h05

Antecedentes históricos, o presente e o futuro
Prof. John Tooke FMedSci – University College, London (15 min)

Acad. José Gomes Temporão (15 min)

   
   
13h35

Comentários
Coordinator: Acad. Paulo Buss

   
   
13h40

Discussão

   
   
13h50

Critérios de adoção de novos procedimentos, dispositivos e produtos farmacêuticos
Prof. Pilar Pinilla-Dominguez – National Institute of Health and Care Excellence (15 min)

Dr. Leandro Safatle – Ex-Secretário executivo da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) e Fiocruz. (15 min)

   
   
14h20

Comentários
Coordenador: Dr. Mauro Campos

   
   
14h25

Discussão

   
   
14h35

Futuro dos Sistemas Nacionais de Saúde: desafios e perspectivas – Incorporação de Novas Tecnologias
Dr. Carlos Gadelha – Fiocruz (15 min)

Dr. José Carvalho de Noronha – Projeto Brasil Saúde Amanhã, Fiocruz (15 min)

   
   
15h05

Comentários
Coordenador: Acad. Rubens Belfort Jr.

   
   
15h10

Discussão

   
   
15h20

Oportunidades de Cooperação em Novas Tecnologias, Dispositivos, Medicamentos e Recursos Humanos
Prof. Kevin Miles – Better Health Programme, Health Education England (10 min)

Dra. Cindy Parker – Embaixada do Reino Unido no Brasil (10 min)

Acad. Paulo Buss – Fiocruz (CRIS) (10 min)

Acad. Giovanni Cerri – Projeto Saúde Digital (HC – FMUSP) (10 min)

   
   
16h

Comentários
Coordenador: Acad. Giovanni Cerri

   
   
16h05

Discussão

   
   
16h15

Mesa Redonda: experiências de Políticas Públicas
Prof. Dame Sue Hill – NHS England (10 min)

Prof. Phillip Shelton – Academic Health Science Network (10 min)

Dra. Vânia Canuto – Departamento de Gestão e Incorporação de Tecnologias e Inovações em Saúde (10 min)

   
   
16h45

Comentários
Coordenador: Acad. José Gomes Temporão

   
   
16h50

Discussão

   
   
17h

Protocolos Institucionais – Prioridades e Diretrizes. Barreiras à Incorporação de Novas Tecnologias
Dr. Mauro Campos – Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)

   
   
17h15

Discussão

   
   
17h30

Encerramento

   

Sessão Ordinária da Academia Nacional de Medicina XXVI
Ano Acadêmico 192


   
18h

Abertura
Presidente da Academia Nacional de Medicina, Acad. Rubens Belfort Jr.

   
   
18h05

Comunicações da Secretaria Geral
Acad. Carlos Eduardo Brandão

   
   
18h10

Comunicações dos Acadêmicos

   
   
18h20

Sessão Restrita aos Acadêmicos

   
   
20h

Encerramento

   
 
     
 

SISTEMAS DE SAÚDE PÚBLICA – DESAFIOS PARA O FUTURO

Em encontro na Academia Nacional de Medicina, médicos sanitaristas e especialistas brasileiros e ingleses rememoraram as bases de criação do Sistema Único de Saúde (SUS), desde seus primórdios e sua implantação a partir da Constituição de 1988; e seu modelo inspirador, o National Health Service (NHS) do Reino Unido, que foi criado em 1948. 

A incorporação de novas tecnologias em ambos os sistemas, os custos e efetividade, o acesso universal e a equidade foram aspectos predominantes abordados pelos convidados. 

O ex-ministro e acadêmicos José Gomes Temporão abriu o simpósio com destaque para fatos históricos marcantes e ressaltou a ousadia da sociedade brasileira em construir um sistema universal nos trópicos – “um gigantesco avanço no processo civilizatório do país”. Temporão relembrou como a luta pela democracia, na década de 80, se misturou à luta pela saúde. Para ele: “saúde é democracia e democracia é saúde.” O SUS, segundo Temporão, atende 150 milhões de brasileiros, além dos mais de 50 milhões que tanto usam o sistema privado como o público, em casos de emergências ou quando precisam tomar vacinas, ou realizar cirurgias mais complexas como transplantes.

A adoção de critérios para novos procedimentos e a inclusão de novos medicamentos foi assunto para vários dos convidados. A professora Pilar Pinilla-Dominguez, do National Institute for Health and Care Excellence, ponderou como a incorporação de novas tecnologias têm mudado de forma rápida e como devemos estar atentos aos pacientes e ao equilíbrio dos sistemas de saúde, prevendo a equidade no acesso de inovação sem desprezar a efetividade e os custos. Todos os “atores” como o sistema de saúde, os pacientes, a indústria farmacêutica, a academia e o governo devem participar dos debates sobre novas incorporações. O também inglês Philip Shelton comentou como transformar grandes ideias em ações positivas na saúde. Para ele, grandes ideias só têm impacto quando são colocadas em prática. “Nossa saúde é muito importante para deixar a mudança ao acaso.” O sistema de saúde inglês e o consórcio global foi tema Kevin Miles que abordou desde o inicio da iniciativa e os países membros como Brasil, Malásia, México, Mianmar, Filipinas, África do Sul, Tailândia e Vietnã e quais são os desafios desse consórcio que visa a qualidade da assistência a partir de cinco pilares: a saúde digital, uma política para doenças não comunicáveis, educação e treinamento, investimento em ciências da saúde e melhorias no desempenho dos sistemas de saúde nesses países.

Pelo Brasil, falaram sobre incorporação de novas drogas e procedimentos, Leandro Safatle, da Fiocruz, e Vânia Canuto, do Ministério da Saúde. Safatle descreveu como é a regulação brasileira de medicamentos, passando pelas etapas de farmacovigilância, tecnolovigilância, regulação econômica de mercado de medicamentos, incluindo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o SUS, os interesses do mercado privado, incluindo as operadoras de saúde e a Agência Nacional de Saúde Suplementar. 

Vânia Canuto apresentou como se dá o processo de incorporação, exclusão ou alteração de protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) e descreveu ainda os efeitos da participação da sociedade, por meio das consultas públicas, na aprovação ou não de novas drogas tanto para doenças prevalentes como raras, avaliando a evidência clínica, o impacto orçamentário e econômico, experiências internacionais, monitoramento do horizonte tecnológico, entre outros aspectos, até uma deliberação final. Para complementar as reflexões de Canuto, o economista e pesquisador da Fiocruz, Carlos Gadelha, exemplificou como a parceria entre o público e o privado pode ter impacto positivo para ambos como foi o caso da incorporação da vacina contra o vírus do Papiloma Humano (HPV). Ao incorporar a vacina no Programa Nacional de Imunizações e aplicá-la “a 7 milhões de jovens, ao invés de apenas 7 mil, foi possível baixar o valor a um décimo do preço inicial.” 

Sobre inovação no SUS, o acadêmico Giovanni Cerrri apresentou o programa Inova HC, que é um catalizador de inovação em saúde, conectando recursos e empreendedores a fim de encontrar soluções que tornem o atendimento mais eficiente e interativo para os pacientes de São Paulo. O Inova HC envolve o Governo de São Paulo e o Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo é um hub de inovação com 14 soluções e 3 grandes programas, com um plano de saúde digital que tem potencial para ser um modelo para o SUS. Atualmente, na assistência, o HC realiza mais de 1, 5 milhão de consultas ambulatoriais e 76 mil hospitalizações; no campo da educação são mais de 2 mil médicos residentes; na área da pesquisa produz 7,3% do total de publicações científicas brasileiras. 

Partindo de algumas experiências exitosas nos grandes centros urbanos brasileiros, tanto o presidente da Academia Nacional de Medicina, Rubens Belfort, como o professor da Universidade Federal de São Paulo, Mauro Campos, falaram sobre as barreiras geográficas e acesso aos serviços de saúde pelas comunidades distantes como os ribeirinhos do Amazonas e os 800 mil indígenas brasileiros, e como a saúde deve ser adaptada para atender a essas populações. Campos ainda apontou as dificuldades da pesquisa translacional de levar os resultados dos laboratórios de pesquisa para o leito dos pacientes; as barreiras burocráticas com excesso de regramentos por diferentes instâncias como Anvisa, Conitec e Conselho Federal de Medicina, dificultando o acesso de quem precisa a tecnologias disponíveis, e o poder dos lobbies para aprovação de certos medicamentos com pouca efetividade; além de aspectos sobre judicialização da saúde que envolve questões controversas como não discriminar nenhum paciente e o acesso para cobertura universal – tema que também foi abordado por vários dos comentaristas do evento.

Para rever o evento, acesse os links:

Parte I – https://www.anm.org.br/simposio-national-health-service-nhs-and-the-sistema-unico-de-saude-sus-lessons-from-the-past-and-challenges-for-the-future-incorporation-of-new-technologies-9-de-se-2/

Parte II – https://www.anm.org.br/simposio-national-health-service-nhs-and-the-sistema-unico-de-saude-sus-lessons-from-the-past-and-challenges-for-the-future-incorporation-of-new-technologies-9-de-se/



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