O Dia Mundial da Luta Contra a Malária é comemorado no dia 25 de abril. Este ano, a data aconteceu na quinta-feira e foi abordada no tradicional simpósio da Academia Nacional de Medicina (ANM). A Sessão Científica foi organizada pelo Acadêmico Cláudio Tadeu-Daniel Ribeiro e pelo Cássio Leonel Peterka, da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (SVS/MS). “Eu queria dizer que a Malária é uma das epidemias, uma das endemias e uma das pestes mais assassinas. Comparada com a varíola, ela só perde para a peste negra. A OMS estima que tenha morrido de 30 a 60 bilhões de indivíduos durante toda a época que a malária infectou o homem.”, explicou o Acadêmico Claudio Tadeu-Daniel Ribeiro. As palestras ocorreram durante toda a tarde e abordaram o tratamento, a erradicação, as políticas do MS e a propagação da doença nas terras indígenas.
Esse tema foi abordado pelo próprio Cássio na abertura da Sessão, com o título Malária em População Indígenas, Garimpos e Assentamentos Rurais. O palestrante abordou o número de casos notificados desde um pouco antes da década de 60, mostrando os momentos que houveram políticas para o controle da doença. Ele citou a relação com o desmatamento, a mobilidade, tanto urbana quanto rural, o papel do garimpo e da área indígena na manutenção da propagação.
Sendo a epidemia que mais mata e uma das mais longevas, esse simpósio também apresentou os dados econômicos da malária. “Calcular a carga econômica é fundamental porque nos auxilia na tomada de decisões sobre alocação de recursos”, explicou a Professora Mônica Viegas durante a apresentação do tema Malária e Custos em Saúde, usando os custos do Sistema Único de Saúde (SUS) e os das famílias para realizar essa conta. Ela explicou como foi feito esse estudo e a estimativa, compartilhando o questionário usado, o número de amostras e o resultado.
Representando a Organização Pan-Americana das Américas (OPAS), Sheila Rodovalho mostrou a importância da OPAS no processo de eliminação de doenças durante a palestra Interação da OPAS com o MS para Eliminação da Malária no Brasil, no qual ela explicou todo os esforços, principalmente da Organização Mundial de Saúde (OMS), para erradicar a doença. Foram expostas as metas da OPAS para a eliminação da Malária, os países que já passaram pelo processo e as linhas de ação da organização, como o fortalecimento da integração dos sistemas e serviços de saúde, dos sistemas de informação e vigilância e a governança, administração e o financiamento. O intuito é que até 2030 a malária seja eliminada.
O processo de erradicação da doença no país continuou sendo abordado com o tema Eliminação: Estamos no Caminho?, a Drª. Alda Maria da Cruz, da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA/MS), apresentou o cenário epidemiológico no Brasil, destacando a transmissão em áreas especiais, principalmente na área rural e índigena. Drª. Alda explica sobre o distribuimento de medicamentos e testes rápidos, o plano de ação Yanomami e a campanha do SVSA/MS para o Dia Mundial Contra a Malária.
A segunda parte do simpósio também foi focada no tratamento e diagnóstico da malária. A palestra Recentes Avanços: Testagem em Bancos de Sangue, em que a Professora Patricia Alvarez explicou sobre a testagem com sorologia para o diagnóstico da doença. E o Prof. Dhélio Bastista Pereira apresentou Um Novo Medicamento pode Avançar a Eliminação no Brasil?, no qual explicou sobre os medicamentos usados atualmente para o tratamento da doença, e ressaltou que o principal problema está na adesão dessa medicação, principalmente pelos fatores da demora e dos efeitos colaterais. Por isso, foi desenvolvido um novo remédio e o Prof. Dhélio apresentou as suas principais características e diferenças.