Na última sexta-feira (14), conforme a já consagrada tradição da Casa, ocorreu a posse da nova Diretoria da Academia Nacional de Medicina. Eleita para atuar no biênio 2017-2019, a Diretoria será comandada pelo renomado psiquiatra Jorge Alberto Costa e Silva, um dos médicos mais importantes do Brasil e único brasileiro que ostenta as condecorações da Legião de Honra da França, da Ordem Nacional da Educação e do Mérito do governo francês. O Acadêmico substitui o urologista Francisco Sampaio na presidência da instituição, gestão que classificou como uma das mais exitosas dos recém completados 188 anos da Academia Nacional de Medicina.
A mesa diretora da solenidade contou com a presença de diversas autoridades, que se sentaram junto ao Presidente eleito Jorge Alberto Costa e Silva, o Presidente Francisco Sampaio e os ex-Presidentes Pietro Novellino e Marcos Moraes. Dentre as autoridades presentes, é possível destacar o Dr. Sidnei Ferreira (Diretor do Conselho Federal de Medicina), o Dr. Francisco Horta (Provedor da Santa Casa de Misericórdia do Rio e Janeiro), a Dra. Maria Isabel de Castro de Souza (Presidente da Faperj) e o Dr. Roberto Medronho (Diretor da Faculdade de Medicina da UFRJ).
O presidente candidatou-se sob a proposta de gestão compartilhada, aplicando na instituição um modelo parlamentarista. A ideia é estabelecer funções e tarefas específicas para cada um dos 15 membros da Diretoria, organizados em núcleos para dar seguimento a projetos como o Centro da Memória Médica, iniciado na gestão do Acadêmico Pietro Novellino e que, na gestão de Francisco Sampaio, culminou na assinatura de um convênio com a FINEP para financiamento das etapas finais da obra.
“Pensei hoje cedo e ainda não acreditava que havia sido eleito para Presidente da Academia Nacional de Medicina, menos ainda, que já se tinham passados dois anos que recebi de meus pares a honra deste desafio”, disse o Presidente Francisco Sampaio em seu discurso de transmissão de cargo. Agradeceu, ainda, aos membros de sua Diretoria, aos pares Acadêmicos e aos funcionários da Academia. Na sequência, impôs o Colar de Presidente ao confrade Costa e Silva, que já soma 33 anos como Membro Titular da Casa.
Empossado, Jorge Alberto Costa e Silva une-se aos outros 54 médicos presidentes da instituição, sendo o primeiro deles Joaquim Cândido Soares de Meirelles, fundador da instituição em junho de 1829. Além dele, nomes como Miguel Couto, Antônio Augusto de Azevedo Sodré, Deolindo Couto e Aloysio Salles também ocuparam o cargo, formando um “time de ouro” da Medicina brasileira.
Na sequência, o Presidente deu posse nominalmente a todos os Membros da Diretoria do biênio 2017-2019, que conta com outros nomes consagrados da Medicina brasileira, na seguinte composição: Jorge Alberto Costa e Silva (Presidente); Antonio Egídio Nardi (1º Vice-presidente); José de Jesus Peixoto Camargo (2º Vice-presidente); José Galvão Alves (Secretário Geral); Ricardo José Lopes da Cruz (1º Secretário); Walter Araújo Zin (2º Secretário); Milton Ary Meier (Tesoureiro); Oswaldo Moura Brasil do Amaral Filho (1º Tesoureiro); Omar da Rosa Santos (Orador); Carlos Antonio Mascia Gottschall (Diretor da Biblioteca); José Luiz Gomes do Amaral (Diretor do Arquivo); Manassés Claudino Fonteles (Diretor do Museu); José Carlos do Valle (Presidente da Secção de Ciências Aplicadas à Medicina); Silvano Mário Atílio Raia (Presidente da Secção de Cirurgia) e Eliete Bouskela (Presidente da Secção de Ciências Aplicadas à Medicina), que é a primeira mulher a ocupar a posição de Presidente de Secção na história da Academia Nacional de Medicina.
Jorge Alberto Costa e Silva é considerado um dos mais renomados psiquiatras do Brasil, e um dos mais respeitados do mundo. Com o pai médico e com a mãe, sobrinha neta de Dom Jacinto Benavente, Prêmio Nobel de Literatura, Jorge Alberto Costa e Silva se interessou desde cedo pela literatura e pela medicina, tendo se formado na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, em 1966, aos 24 anos. No ano seguinte, seguiu para a Suécia, onde se especializou no Instituto Karolinska. Ao retornar, o então jovem Doutor fundou sua clínica na zona sul da cidade do Rio de Janeiro, onde atende seus pacientes até hoje, assessorado por uma equipe de assistentes formada por psicólogos clínicos e outros médicos psiquiatras.
Entre os cargos que já ocupou ao longo da profícua carreira de 51 anos como psiquiatra, estão o de Presidente da Associação Mundial de Psiquiatria (1989-1993), o de Diretor da Divisão de Saúde Mental Organização Mundial de Saúde (1994-1999) e o de Professor e Diretor do Centro Internacional de Política de Saúde Mental e Pesquisa da New York University Medical School (1999-2008).
Na Academia Nacional de Medicina, foi eleito em 2 de outubro de 1984, quando somava apenas 40 anos, tendo sido eleito o mais jovem membro da história da Academia Nacional de Medicina. Desde 2003 é membro também da Academia Nacional de Medicina da França, ao lado de apenas três outros brasileiros: Oswaldo Cruz, Carlos Chagas e Carlos Chagas Filho.
Atualmente acumula os cargos de: Presidente do Instituto Brasileiro do Cérebro (INBRACER); Chefe do serviço de Psiquiatria da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro (desde 1985); Professor titular da PUC-Rio (desde 1986); Membro do corpo editorial dos periódicos L’Encéphale (desde 1996), Journal of Psychiatric Practice (desde 2002) e Dialogues in clinical neuroscience (desde 1992); Membro da sessão de metodologia de pesquisa da WPA – Associação Mundial de Psiquiatria (desde 1988). Além deste fato, foi agraciado com a Comenda do Mérito Médico, pelo Ministério da Saúde (1988) e do Governo do Uruguai (1977).