Início das atividades da ANM em 2025: Obesidade em foco e debate sobre “Ensino Médico”

07/03/2025

A Academia Nacional de Medicina inicia as atividades de 2025 mantendo e reforçando o objetivo de ser um fórum de discussões e de apontar soluções para os problemas da saúde pública e privada no Brasil. Em 2025, um dos principais temas da entidade será a obesidade.

Dados recentes do Atlas Mundial da Obesidade 2025, divulgado pela Federação Mundial da Obesidade, revelam uma preocupação crescente no Brasil. Atualmente, 68% da população brasileira está acima do peso, com 31% sendo considerados obesos, o que significa que um em cada três brasileiros enfrenta esse problema. Lembrando sempre: obesidade é uma comorbidade e precisa ter acompanhamento médico.

Entre os argumentos que baseiam a tese do aumento da doença, está o exacerbado consumo de alimentos prontos, calóricos e pobres em nutrientes, conforme explica a Presidente da ANM, Eliete Bouskela:

“As classes D e E praticamente deixaram de cozinhar. A ideia de que a base da alimentação do brasileiro ainda é o arroz com feijão já não se sustenta. Hoje, o consumo de ultraprocessados – alimentos altamente calóricos, mais baratos e prontos para consumo – é predominante e precisamos falar sobre”, pontua.

Ensino Médico: IA, especialização e pesquisa em transformação

A primeira conferência na ANM aconteceu na última quinta-feira (27), com o tema “Ensino Médico”, assunto extremamente importante. Sob a organização dos acadêmicos Wanderley de Souza e Cláudio Tadeu Daniel-Ribeiro, o evento deu luz a discussões essenciais para o avanço do ensino médico e da formação de novos profissionais de saúde no Brasil.

Bancada da conferência sobre ensino médico composta pela Presidente da ANM, a Professora Eliete Bouskela, além dos Acadêmicos Wanderley de Souza e Cláudio Tadeu Daniel-Ribeiro

Especialistas discutiram as recentes transformações no ensino médico nacional, com foco em Inteligência Artificial e programas de formação. O Professor Cláudio Tinoco Mesquita (UFF) abordou o impacto da IA no ensino, destacando suas potencialidades para a formação de médicos mais preparados.

A Professora Lígia Bahia (UFRJ) discutiu os desafios da residência médica no Brasil, enquanto o Professor Paulo Mourão (UFRJ) enfatizou a importância do Programa MD-PhD para a formação de médicos pesquisadores. O debate contou com contribuições do acadêmico Raul Cutait e da Professora Alexandra Monteiro (UERJ), destacando a necessidade de avanços na educação e pesquisa médica no país.

Professora Lígia Bahia discute os desafios da residência médica no Brasil

A programação prossegue em 13 de março, Dia Mundial do Rim, com a conferência “Novos horizontes da Nefrologia”. O evento tem organização dos acadêmicos Omar da Rosa Santos, Miguel C. Riella e José H. Suassuna e contará com especialistas estrangeiros, como Richard Glassock (EUA), Bernard Canaud (França) e Adeera Levin (Canadá).

“Nossas reuniões, sempre às quintas-feiras, discutirão temas atuais da clínica médica, cirurgia e pesquisa. Além disso, vamos dar ênfase à discussão de patologias prevalentes que afetam a nossa população”, ressalta a Presidente da ANM, Professora Eliete Bouskela.

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