A Sessão Saudade, in memoriam, ao acadêmico Eustáchio Portella Nunes Filho, realizada dia 10 de novembro de 2020, pela Academia Nacional de Medicina (ANM), foi presidida com maestria pelo secretário geral da ANM, o acadêmico Ricardo Cruz, e contou com homenagens emocionantes do ex-presidente e acadêmico Jorge Alberto Costa e Silva e do acadêmico Antônio Egídio Nardi.
“Um grande homem, meu mestre. Um excelente médico, psiquiatra, psicanalista, cientista, intelectual, pensador e, acima de tudo, um grande humanista. Nos deixou um legado extraordinário e a imortalidade da sua obra acadêmica”, enfatizou o ex-presidente da ANM, Jorge Alberto Costa e Silva.
O ex-presidente também destacou o grande interesse do acadêmico Portella pela literatura e filosofia. Segundo ele, o acadêmico não somente participou da história da medicina, mas ele ajudou a construi-la. “Ele nos dizia que o papel do escritor não é apenas escrever, e sim, encantar.”
Para o acadêmico Antônio Egídio Nardi, o professor Portella marcou várias gerações de psiquiatras e permanece até hoje como um farol, guiando alunos de medicina. “Muito profícuo na produção de artigos e um amplo conhecimento de diferentes aspectos da psiquiatria, psicanálise, filosofia e humanismo. Um verdadeiro intelectual.”
Como é de praxe na Sessão Saudade, a família do homenageado se manifesta. Nesta ocasião, o médico Estevão Portela, filho do acadêmico falecido. Estevão começou sua apresentação citando Thomas Steams Eliot, poeta e dramaturgo que ganhou o Nobel de Literatura em 1948, e que o pai gostava muito. Estevão recitou trechos do poema “O tempo presente e o tempo passado”, que o acadêmico utilizou em seu discurso de posse na ANM, na década de 1980.
“O tempo presente e o tempo passado estão ambos, talvez, presentes no tempo futuro. E o tempo futuro contido no tempo passado. Se todo tempo é eternamente presente, todo tempo é eternamente passado, todo tempo é irredimível. O que poderia ter sido é uma distração, que permanece, perpétua possibilidade, num mundo apenas de especulação. O que poderia ter sido e o que foi convergem para um só fim, que é sempre presente”.
Estevão Portella, muito emocionado e em alguns momentos sem conseguir conter o choro, contou que as estantes de livros do pai continham mais livros de literatura e filosofia do que de medicina. “Eu e minha irmã fomos muito influenciados pelo interesse humanístico do meu pai. Meu pai foi feliz!”
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