Na sessão virtual da Academia Nacional de Medicina (ANM), realizada em abril (2/4), o médico Jair de Castro, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, apresentou as atualizações do novo coronavírus na área de otorrinolaringologia para cerca de 60 médicos e cientistas da ANM e da Academia Brasileira de Ciências conectados.
Castro reforçou que indivíduos suspeitos ou casos confirmado de Covid-19 não devem utilizar aerossóis e sprays nasais com esteroides para limpeza e lubrificação das vias respiratórias. A contraindicação se deve em função do risco da disseminação do vírus por todo o sistema respiratório e, com isso, provocar a inflamação de diversas áreas e até agravar casos.
Além disso, Castro falou ainda de algumas manifestações inaugurais do Covid-19, como falta de olfato, paladar – características que a comunidade médica deve ficar atenta.
Fígado – Diarreia, náuseas e vômitos podem ser três sinais inaugurais da Covid-19, disse o médico e membro titular da Academia Nacional de Medicina, Carlos Eduardo Brandão, em palestra virtual realizada nesta mesma data, na ANM.
Há outros aspectos a serem observados, segundo Brandão. Entre estes:
2 a 10% dos pacientes, sem doenças hepáticas, apresentam algum grau de alteração no fígado;
Pacientes com doenças hepáticas pré-existentes como Hepatites B e C, têm mais chances de evoluir para a forma mais grave da Covid-19;
O uso de medicamentos como a cloroquina e a hidroxocloroquina pode provocar lesões no fígado;
E por fim, os cuidados durante o tratamento da Covid-19 em pacientes imunossuprimidos ou que tenham feito transplante de fígado.
Grávidas, puérperas e recém-nascidos – O médico e acadêmico Jorge Rezende Filho abordou durante a sessão científica as infecções respiratórias como a H1N1, SARS e a Covid-19 os riscos para gestantes, puérperas e recém-nascidos.
Rezende Filho falou sobre os parcos artigos científicos que estudaram o impacto da SARS-CoV-2 durante o ciclo gravídico-puerperal e a decisão do Ministério da Saúde do Brasil, em seu Boletim Epidemiológico número 4, publicado em 04 de abril de 2020, de incluir gestantes de alto risco e puérperas como uma subpopulação com maior chance de internação em UTI e intubação caso seja acometida pela infecção pandêmica.
Esse status epidemiológico ampliou-se, 09 de abril de 2020, quando o Ministério da Saúde do Brasil, em seu Protocolo de Manejo Clínico da Covid-19 na Atenção Especializada, passou a considerar todas as gestantes, e não apenas aquelas de alto risco, como grupo com maior chance de desenvolver síndrome respiratória aguda grave por Covid-19.
De acordo com informações do Ministério, todas as grávidas ou mulheres que deram à luz por até 45 dias após o parto estão mais suscetíveis aos efeitos da SARS-CoV-2 e, por isso, merecem atenção redobrada pela equipe de saúde.