Humanismo na relação médico-paciente

29/04/2021

Que médicos estão sendo formados nos últimos anos e indo para o mercado de trabalho? Com quais valores vivenciam a carreira? A medicina mundial sofreu intensas mudanças nos últimos anos e a formação de novos médicos também sofreu impactos. Ao pensar nos jovens profissionais que estão saindo das faculdades, é preciso analisar a relação qualidade em detrimento daquantidade já que, das 347 escolas de medicina atualmente no Brasil, formam-se mais de 35 mil novos médicos. 

“Pensar em como construir um cirurgião (um médico) melhor para o futuro é justamente o que estamos precisando em um momento como este, em que a medicina brasileira continua sendo colocada à prova.”, falou Denis Calazans, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica,durante a sessão ordinária da Academia Nacional de Medicina, realizada no último dia 29 de abril de 2021. 

Segundo Calazans, o sentimento de urgência de imposição profissional faz com que as mídias sociais sejam vistas pelos jovens médicos como a mola propulsora para seu desenvolvimento. De acordo com ele é um erro grave, pois maculam e mancham a profissão e trazem uma periculosidade à população, pois “nem sempre o número de likesou seguidores é uma garantia de qualidade, o que lança os pacientes há um risco iminente” com casos de superexposição da relação-médico paciente na internet, erros e desvios éticos. 

Para ele, a formação de bons médicos nas gerações futuras é redesignar o entendimento, colocando a humanização e a valorização da relação médico-paciente como foco. E cita atributos como consciência da vocação, compaixão, sinceridade, honestidade, humanidade, humildade, ética e relação com seus pares como primordiais para as gerações futuras dentro da medicina.

“Não há espaço mais para médicos semideuses, que abandonam seus princípios hipocráticos em função da única busca por se transformarem em figuras midiáticas. O que precisamos fazer é voltar a despertar nessa garotada, o que há de mais necessário, no momento, a humanização. Talvez surja um novo mundo e uma nova era (pós-pandemia), mas o que eu gostaria de ver é uma medicina mais humanizada, médicos mais sensíveis”, falou o presidente da SBCP, finalizando sua apresentação com uma frase de autor desconhecido, mas simbólica: “antes de ser um excelente profissional, seja um bom ser humano.”  

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