Para marcar o Dia Mundial do Rim, a Academia Nacional de Medicina promoveu uma sessão científica especial, no dia 15 de março, que discutiu, entre outros aspectos, o uso de células-tronco nas doenças renais, os avanços na nefrologia e a glomerulosclerose segmentar focal, doença caracterizada por fibrose de parte do glomérulo e responsável por 15 a 20% das doenças renais em adultos. O Acadêmico Miguel Carlos Riella explicou que 65 países participam dessa aliança para divulgar as doenças renais crônicas. Segundo ele, estima-se entre 10% a 13% de pessoas no mundo com doenças crônicas no rim e a grande maioria (70%) desconhece que tem esses tipo de problema de saúde. No Brasil, de acordo ele, há mais de 10% de renais crônicos, ou seja, “numa população com quase 200 milhões de habitantes, podemos estimar em 26 milhões de brasileiros com problemas renais.”
A doença é silenciosa e, quando se manifesta, o doente já perdeu 70 a 80% da função do rim, explica Riella. “Então, precisamos alertar a população sobre os fatores de risco como o diabetes, a pressão alta, a obesidade e a idade. “Nós perdemos 1% da função renal a partir dos 35 anos e precisamos cuidar do nosso rim.” O nefrologista ainda contou um pouco sobre seus projetos no Paraná para conscientizar a população através de feiras de ciência e da saúde. O Acadêmico Omar da Rosa Santos abordou a glomerulosclerose segmentar focal. Descrita nos anos 70, hoje é uma doença mais conhecida e atinge 40% das sindromes nefróticas entre as crianças e sete indivíduos adultos para cada um milhão de habitantes. “Se fossemos estimar este percentual para São Paulo, chegaríamos a quatro mil doentes”, exemplificou. Para encerrar a noite, o Acadêmico Nestor Schor discursou sobre as últimas novidades no uso de células-tronco nas doenças renais. “Há muita pesquisa de laboratório e os testes clínicos ainda são poucos no Brasi”, ressaltou. Schor também mostrou dados sobre o aumento das pesquisas na área desenvolvidas no mundo e identificadas pelo sistema do Web of Science.