Debate sobre o presente e futuro da Fotoproteção na ANM

26/09/2019

Desde sua fundação, a Academia Nacional de Medicina esteve comprometida com o combate de importantes aflições do corpo humano, assim como suas causas, inspirados por pesquisas atuais, e recentes avanços que aconteceram no ano de 2019, mudando a concepção durante as palestras durante o simpósio. Comprometida com a sua tradição semanal de simpósios, este segue como todos os anteriormente, reunindo especialistas no tema a ser abordado e conscientizando e atualizando a Academia.

O primeiro palestrante a proferir seu estudo é o Professor Sérgio Schalka, graduado em Medicina pela Universidade de São Paulo (1990) com Residência em Dermatologia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (1994). Também é Mestre em Dermatologia pela Faculdade de Medicina da USP.

O organizador do Simpósio, Acad. Omar Lupi, junto ao Presidente Jorge Alberto Costa e Silva e o 1º Secretário, Acad. Ricardo Cruz

Abrindo o simpósio com um alerta sobre os riscos e efeitos da radiação solar, separando-as em 3 tipo: Infravermelho, Ultravioleta e Luz Visível. Algumas das doenças provenientes do não uso correto de fotoproteção seriam o Eritema Ab Igne, Queratose Termal, CEC e Elastose Solar. O professor define o conceito de fotoproteção como o “Conjunto de medidas direcionadas a reduzir a exposição ao sol e a prevenir o desenvolvimento do dano actínico agudo e crônico”. Afirma que combinando diferentes formas de proteção, a fotoproteção completa, é a mais adequada ação preventiva contra os danos solares, incluindo o câncer de pele.

O próximo palestrante da tarde é o Dr. Elimar Elias Gomes que possui graduação em Medicina (2001), Residência em Dermatologia (2004) e Especialização em Cirurgia Dermatológica (2005) pela Escola Paulista de Medicina – UNIFESP, São Paulo. Têm como pauta a “Fotoprevenção em Oncologia Cutânea”, apresentando índices de incidência e mortalidade, ao lado do envelhecimento populacional, e como o avanço de medicações para tratamento de doenças de pele diminuem a mortalidade no Brasil, mesmo que 80% da população-dependente do SUS- não tenha acesso a tais tratamentos. A radiação UV presente tem relação direta com tumores invasivos, e o uso de filtro solar é afirmado como benéfico na prevenção de melanoma, além de uso de quimioproteção – ainda em fase experimental – são combinações excelentes para evitar as doenças de pele causadas pela radiação.

Na sequência do Simpósio, a Dra. Carolina Marçon aborda a “Hipovitaminose D e a Fotoproteção”. Inicia por afirmar que 90% da vitamina D é obtidas através da produção cutânea pela luz solar e fatores geográficos e individuais influenciam na sua síntese. Um estudo feito no Paquistão em 2015 revela uma deficiência de 99% da população em nível sérico médio de 25(OH) D devido aos costumes religiosos adotados pela população, em relação a vestimentas como o Balochistan e o Punjab.

Já o estudo feito na Nigéria em 2019 confere que a população – incluindo albinos – têm baixos altíssimos de vitamina D, contestando que pessoas negras têm níveis mais baixos de vitamina D e confirmando a importância da pigmentação no status da vitamina D. A vitamina D é constantemente associada a doenças sistêmicas e dermatoses, detectada em diversos tecidos do corpo humano. A Dra. Marçon afirma que há pouca evidência de que o filtro solar diminua a concentração de vitamina D, sugerindo que as preocupações com a vitamina D não devem negar os conselhos de prevenção do câncer de pele.

Em seguida, o Dr. Elimar Elias Gomes retorna a sua apresentação com “O que esperar da Fotoproteção ideal? ”. Abordando que a Fotoproteção ideal seria composta de eficácia, segurança, adesão ao uso e sustentabilidade. Na composição de um filtro solar, cerca de 10% a 20% são constituídos por ativos fotoprotetores, que atuam absorvendo, refletindo ou dissipando os raios solares. Os ativos fotoprotetores podem, portanto, ser classificados em dois tipos distintos: Inorgânicos (com efeito físico) e Orgânicos (com efeito geralmente químico). Alguns dos benefícios notados foram o auxilio no tratamento de dano actíneo, uso de antioxidantes na pele, a acessibilidade e a sustentabilidade de filtros solares atuais.

A Dra. Carolina é convidada para dar a sua segunda apresentação durante o simpósio sobre “Albinismo: O que o Brasil tem a ensinar ao Mundo”. Iniciando sua fala com um conceito simples de albinismo sendo a desordem genética rara caracterizada por deficiências específicas no sistema visual e hipopigmentação variável, ausência completa ou redução da biossíntese de melanina nos melanócitos, acometimento dos olhos, pele e cabelo, ou apenas dos olhos.

A deficiência na produção de melanina e a alteração de diferentes genes e mutações acomete variações de fenótipos, resultando em diferentes tipos de albinismo. A principal causa de mortalidade entre pacientes albinos é dada pelo câncer de pele, usualmente entre os 55 aos 68 anos de idade. Ao final de sua fala ao fazer menção ao Programa Pró-Albinismo criado em 2010 que semeia viabilizar a conscientização para pais de pacientes – e pacientes- portadores da condição, enfatizando a importância do diagnostico e cuidado precoce em pacientes jovens, viabilizar o diagnóstico molecular, enfatizando a diferença que a situação socioeconômica dos pacientes e o acesso a métodos preventivos contra os raios solares.

O Professor Sérgio Schalka volta a pose de palestrante para falar sobre: “Fotoproteção – Aspectos Regulátorios”, que consiste seu foco nas legislações em diferentes partes do mundo, como o Mercosul, os Estados Unidos e a União Europeia. Uma das preocupações atuais seria a ampliação do acesso ao fotoprotetor, e sua segurança. Falando sobre fragrâncias, conservantes e filtros solares orgânicos, que podem vir a ser maléficos variando de paciente para paciente. A eficácia de fotoprotetores, como apresentada, depende de fatores como o FPS, a sua proteção contra eritemas e resistência a água.

Dando prosseguimento ao Simpósio, o próximo palestrante é o Acadêmico Omar Lupi da Rosa Santos. Graduado em Medicina pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ, 1990), possui Mestrado em Medicina (Dermatologia) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ, 1995), Doutorado em Medicina (Dermatologia), pela mesma universidade (1998) e pela University of Texas Medical Branch (Galveston/TX entre 2001 e 2002).

Seu tema é “Fotoproteção 2019: Amigo ou Inimigo?”, fazendo uso de 3 pesquisas diferentes para embasar fatos, chegou à conclusão de que o princípio do fotoprotetor encontra-se no leite materno e no soro, a partir da absorção hormonal da oxibenzona, porém não há comprovações de que o que seja comercializado no mercado seja, de fato, tóxico. O Acadêmico dá um breve foco em projetos que o mesmo desenvolveu como a proibição do uso de maquinas de bronzeamento, a Campanha Nacional de Prevenção do Câncer de pele, e a evolução para a sua versão móvel.

O último palestrante do Simpósio, Professor Doutor Marcos MaiaPossui graduou-se em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (1971), é Mestre em Dermatologia pela Universidade Federal de São Paulo(1989), Doutor em Dermatologia pela Universidade Federal de São Paulo(1992) e residência-médica pelo Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual(1973).

Sua breve fala inclui o desenvolvimento do melanoma ao longo dos anos, com a expectativa de vida aumentando, os casos de melanoma se tornam mais frequentes em pacientes de idade avançada, aonde o CEC seria de idade média de 73,6 anos e o CBC de 67,1. Em conclusão, ilumina mais uma vez os avanços dos fotoprotetores solares, que unem atualmente eficiência, cosmética, segurança, antioxidantes e propriedades reparadoras para a pele.

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