Conferência O Futuro da Medicina é realizada na ANM

14/06/2018

Na última quinta-feira (14), o anfiteatro da Academia Nacional de Medicina recebeu a conferência “O Futuro da Medicina”, organizada pelo Acadêmico e Presidente da ANM Jorge Alberto Costa e Silva. Na palestra, o Acadêmico abordou questões relacionadas aos recentes avanços que a tecnologia promoveu na medicina, as questões éticas e morais que envolvem o assunto e o que se esperar do futuro.

A conferência do Acad. Jorge Alberto Costa e Silva trouxe importantes reflexões sobre a prática médica e sua evolução nos últimos anos

O psiquiatra e Acadêmico Jorge Alberto Costa e Silva tratou temas como o futuro dos diagnósticos, tratamentos e pesquisas. Em sua introdução, o Presidente da ANM apresentou suas considerações a respeito das demandas da população em relação à medicina e sua tendência de aumentar a utilização de processos tecnológicos, colocando em risco o humanismo médico, as interações humanas e a empatia na relação médico-paciente.

Além disso, o médico debateu o aspecto econômico dos avanços e como isso poderá afetar o sistema de saúde em termos de valores e orçamentos. O custo de todo o aparato tecnológico para suprir essas demandas não cabe no orçamento disponibilizado para fins médicos e científicos pelo Estado, o investimento em equipamentos e tratamentos avançados não é prioridade. Prof. Jorge Alberto Costa e Silva discutiu também o custo das companhias de seguro e a tendência que há de sofrer um aumento nos valores cobrados, por conta dos altos valores desses aparelhos.

Segundo o Acadêmico, as revoluções tecnológicas proporcionaram diversas conquistas para medicina no que se refere a diagnósticos, por meio de ferramentas e equipamentos avançados, estudos do genoma humano, biologia molecular e robótica, entre outros. O psiquiatra pontuou alguns benefícios advindos da evolução nas pesquisas, como o reparo de seres vivos através de próteses, transplantes, nanomoléculas e órgãos 3D, cirurgias à distância e descobertas no campo de investigação. O papel ativo que o paciente passou a ter em razão do acesso a informação também foram temas discutidos na palestra.

Citando alguns tratamentos que sofreram evoluções significativas ao longo dos últimos anos, o Acadêmico pôde exemplificar doenças que há algum tempo seriam consideradas mais complicadas de solucionar, enquanto, hoje em dia, procedimentos simples são capazes de resolver. Tomografia computadorizada por emissão de pósitrons, magnetoencefalograma, teleconsulta e ressonâncias funcionais são algumas das revoluções diagnósticas que trouxeram grandes mudanças para a medicina.

No campo dos tratamentos, por muito tempo se enfatizou somente a Medicina Curativa, que atua quando a doença já se instalou no paciente, devendo ser tratada a partir de então. Posteriormente surgiu a Medicina Preventiva, cujo foco é a implementação de ações que contribuirão para o não aparecimento e a involução de doenças. Dentre as novas vertentes médicas pode-se destacar a Medicina Personalizada (tratamento sob medida para cada paciente), Medicina Preditiva (que trata antes do aparecimento dos sintomas, através da predição sobre a possibilidade do paciente desenvolver a doença em nível fenótipo), saúde fragmentada – ou superespecialização -, e a Medicina Participativa, onde o paciente tem papel ativo nas decisões acerca de seu tratamento, com base no conhecimento de sua condição médica, dos tratamentos disponíveis e, principalmente, por meio da automonitorização dos sintomas e da comunicação aberta com o médico e com a equipe de profissionais de saúde envolvidos em seu tratamento.

Em sua conclusão, o Acad. Jorge Alberto Costa e Silva versou sobre as questões éticas e legais que tangem esse progresso; trata-se de técnicas extremamente avançadas que, nas mãos de pessoas pouco habilitadas, podem gerar mais dúvidas do que soluções. Segundo ele, o diagnóstico precoce, por exemplo, é importante quando a doença é tratável, mas ainda há uma linha tênue quanto a eficácia dessa informação em grande escala, se o resultado seria mais positivo que negativo, e quando e como isso deveria ser informado ao paciente. Finalizou refletindo sobre o futuro do ensino médico e a formação de profissionais e sobre como unir os aspectos tecnológicos aos aspectos humanos da medicina.

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