Assassinato de Familiares: Visão da Psiquiatria

SIMPÓSIO NA ACADEMIA NACIONAL DE MEDICINA MOSTRA A VISÃO PSIQUIÁTRICA NOS ASSASSINATOS FAMILIARES

Simpósio Assassinato de Familiares: Visão da Psiquiatria

Nesta quinta-feira (26), o simpósio da Academia Nacional de Medicina (ANM) migrou para área dos transtornos mentais e apresentou o tema Assassinato de Familiares: Visão da Psiquiatria, organizado pelo Acadêmico Antônio Egídio Nardi e pelo Honorário Nacional Talvane de Moraes. O presidente da ANM Francisco Sampaio fez a abertura das apresentações, revelando que a ideia surgiu com a popularização desse tipo de crime, principalmente na mídia. O Acad. Antônio E. Nardi ressaltou que esse conflito sempre existiu, citando até mesmo a história da Bíblia sobre Caim e Abel, entre outros exemplos.

Drª Lisieux de Borba Telles, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, abriu as apresentações com o seu tema Uxoricídio: Psicopatologia e Críticas. A Drª Lisieux explicou que os casos de Uxoricídio, caracterizada pela morte da mulher pelo seu parceiro ou cônjuge, começam com casos de violência doméstica, seja ela cometida pelo pai com a sua filha ou o marido com a sua esposa. Esse tipo de violência representa 13,5%  do total dos homicídios e a proporção é de seis mulheres vítimas para um homem. Ela apresentou uma pesquisa em que os resultados mostram o início do uxoricídio ainda durante o namoro e com meninas bem jovens, por volta dos 13 anos, e que os agressores são considerados passionais. 

A apresentação da Drª Milena França, professora da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Universidade de Pernambuco (UPE), deu continuidade ao simpósio e abordou o tema Familicídio: Psicopatologia e Críticas. O familicídio é definido como o assassinato de múltiplos membros de uma família, seguido de suicídio em alguns casos. O atuante do crime é alguém que compartilha laços afetivos, intimidade, laços sanguíneos e proximidade com as vítimas. Mesmo que esses casos estejam muito na mídia, esse crime ainda é um evento que atinge 10 milhões de vítimas por ano. A Drª Milene deu exemplos de pesquisadores que analisam os perfis dos criminosos e quais transtornos mentais estão relacionados a isso.

Dr. Mauro V. Mendlowicz, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Universidade Federal Fluminense (UFF), abriu a segunda etapa do simpósio com o tema Infanticídio no Código Penal: Psicopatologia e Críticas. De acordo com a legislação brasileira, o infanticídio é a morte do recém-nascido por sua mãe, e na psiquiatria os perfis que cometem esse crime são compostos por mães jovens, solteiras, de primeira viagem e não psicóticas, no qual a motivação é o não desejo em ter a criança e a ilegitimidade.   

A palestra sobre Doença Mental e Violência Intrafamiliar, ministrada pelo Dr. Alexandre Valença, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Universidade Federal Fluminense (UFF), mostrou estudos que fazem uma relação entre os crimes de homicídio e as doenças mentais, como esquizofrenia. Quando falamos sobre gênero, os homens são mais comuns em apresentar comportamentos violentos e as mulheres são as maiores vítimas. O intuito da pesquisa é verificar os comportamentos homicidas e quais transtornos mentais estão associados a ele.

A última apresentação da tarde foi feita pelo coordenador do evento, Honorário Talvane de Moraes, sobre Aspectos Legais da violência contra membros familiares. Ele iniciou falando sobre o estigma que os doentes mentais carregam na sociedade, antes de passar para o tema principal da palestra sobre as leis envolvendo homicídios e os transtornos psiquiátricos.


Para finalizar, a bancada acadêmica pode fazer perguntas aos palestrantes. Para assistir esse simpósio na íntegra, visite o nosso canal no Youtube, ou clique aqui e aqui.



Compartilhe

Para melhorar sua experiência de navegação, utilizamos cookies e outras tecnologias semelhantes. Ao continuar, você concorda com a nossa política de privacidade.