Aspectos farmacológicos do Açaí

17/04/2012

Entre as novidades apresentadas pelo acadêmico Roberto Soares de Moura em conferência proferida na Academia Nacional de Medicina, no dia 12/04, se destaca os efeitos do extrato do caroço do açaí  (Euterpe oleracean) no enfisema pulmonar provocado pelo cigarro. O grupo do Departamento de Farmacologia, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, coordenado por Soares de Moura, estudou propriedades do extrato do açaí inserido em cigarros e inalado por camundongos.

Pela metodologia do estudo foi injetada fumaça de cigarro, por dois meses, em uma câmera onde havia camundongos. Ao fim desse período, os pesquisadores verificaram que os camundongos apresentavam enfisema pulmonar significativo, com lesões alveolares nítidas geradas pela inalação do cigarro.  Como já se sabia que é possível bloquear a lesão pulmonar com substância antioxidantes, o grupo da Uerj colocou o extrato de açaí, que têm ações antiinflamatórias e antioxidantes, dentro do cigarro. Os camundongos foram separados, então, em dois grupos: um que inalou a fumaça do cigarro com açaí e outro sem o extrato do composto. Ao fim do experimento, os pesquisadores fizeram análises histológicas e morfológicas e verificaram que o estresse oxidativo provocado pelo cigarro foi bloqueado pelo açaí.

Além desse aspecto, foram estudados também o efeito do extrato do caroço do açaí na hipertensão. Também em estudos com modelos de animais de laboratório, a pressão arterial foi controlada. Outro efeito verificado pelo grupo da Uerj foi do extrato do açaí na síndrome metabólica que é considerada uma doença da civilização moderna associada à obesidade e resultado de uma alimentação inadequada e do sedentarismo.

O laboratório do Departamento de Farmacologia da Uerj já conseguiu depositar quatro pedidos de patentes sobre as propriedades do açaí. Soares de Moura também ressaltou que, apesar de toda a pirataria com as plantas brasileiras, inclusive com o próprio açaí,  ainda há poucos estudos sobre esse fruto. Em 2004, apenas dois artigos saíram em periódicos científicos, número que cresceu pouco mais em 2011, quando outros sete trabalhos foram publicados. Nesse período todo, são apenas 47 trabalhos científicos sobre as propriedades do açaí, sendo que cinco do grupo da Uerj. Eles estudam o caroço, o fruto e a película que o envolve.

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