Coordenado pelo professor Ivo Pitanguy, o “Simpósio Binômio Estética e Reconstrutora” reuniu grandes nomes da cirurgia plástica brasileira na quinta-feira, 25 de setembro, na sede da Academia Nacional de Medicina. Durante o evento, organizado pelos acadêmicos Talita Franco e Cláudio Cardoso de Castro, foram discutidos novos procedimentos e a integração das dimensões estética e reconstrutora da cirurgia plástica. “Este ano completamos 185 anos de existência. Como a entidade cientifico-cultural mais antiga do país, temos o prazer de sediar esse simpósio”, afirmou o presidente da ANM, professor Pietro Novellino. “Agradeço a todos que ajudaram a organizar esse evento, que conta com a presença de especialistas ilustres. Graças a vocês esse é um seminário de grande brilho”, disse Pintanguy.
Para cada tópico abordado, foram convidados dois especialistas e um debatedor. Ao fim de cada apresentação, o público pôde trazer questionamentos aos palestrantes. Na sessão dedicada à Rinoplastia, o Dr. Volney Pitombo apresentou os resultados das técnicas cirúrgicas que tem utilizado. O Dr. João Prado Neto, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), abordou a rinoplastia secundária, que é realizada em pacientes que se submeteram a cirurgias de nariz mal sucedidas. “É uma grande honra participar de um simpósio realizado nessa casa, que é um orgulho para todos da classe médica”, destacou Pitombo.
Professor da UERJ, o Dr. Paulo Roberto Leal abordou a segurança oncológica para o uso de enxertos de gordura. O especialista destacou que as dimensões estética e reconstrutora devem ser complementares: “Toda cirurgia estética também é reconstrutora e vice-versa”, concluiu. O Dr. Osvaldo Saldanha, da Unisanta, apresentou técnicas de mamoplastia redutiva que utilizam próteses de silicone. O debate foi conduzido pelo Dr. Sérgio Carreirão.
Os doutores Everardo Abramo e Fabio Nahas apresentaram procedimentos cirúrgicos realizados na região do abdômen que contemplam tanto a estética como a reconstrução. “As técnicas devem buscar, ao mesmo tempo, recuperar funções e trazer beleza”, destacou Abramo. O debate, que abordou a incidência de técnicas invasivas, foi conduzido pelo Dr. José Gradei.
O doutor Henrique Cintra, professor da UERJ, apresentou técnicas para reduzir a expressão de cansaço e a flacidez ao redor dos olhos. Por sua vez, o Dr. Roberto Sebastiá, da UFF, dedicou-se aos procedimentos de blefaroplastia atípicos. Durante o debate, conduzido pelo Dr. Paulo Roberto Leal, os especialistas destacaram a importância de fazer com que as cirurgias preservem as funções das pálpebras.
Na sequência dos trabalhos, a acadêmica Talita Franco, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UFRJ) e o professor Juarez Avelar, do Instituto da orelha, de SP, desenvolveram o tema da “Otoplastia”, enquanto os médicos Sebastião Nelson, do Hospital Mater Dei, de Belo Horizonte, e Alcemar Maia, da Universidade Iguaçu (UNIG) trataram sobre “Lipoaspiração”. “O fundamental, na cirurgia plástica, como na medicina em geral, é não cortar o cordão umbilical com os mestres”, aconselhou Sebastião Nelson. “O essencial é o diálogo com o paciente”, acrescentou Maia.
Nas apresentações sobre “Prótese” as médicas Wanda Elisabeth, da Santa Casa e Ana Cláudia Roxo, da UERJ, analisaram os materiais mais utilizados nos implantes mamários, como silicone e poliuretano. Segundo Ana Cláudia, a mamoplastia de aumento é a cirurgia estética mais realizado no Brasil e é realizada em1% a 2% das mulheres nos Estados Unidos.
A última apresentação do simpósio versou sobre “Ritidoplastia”, com apresentação dos médicos Tomaz Nassif, do Hospital dos Servidores do Estado (HSE), e José Horácio Aboudib, da UERJ. “A regra básica da cirurgia estética facial é não causar danos ao paciente”, disse Nassif. “ O fundamental é esclarecer sobre as limitações de uma cirurgia estética facial, especialmente quanto as alterações causadas pelo envelhecimento natural do paciente”, acrescentou Horácio.