ANM realiza conferência sobre novas tecnologias no tratamento de câncer de mama

05/07/2018

A Academia Nacional de Medicina realizou na última quinta-feira (05) a conferência “Novas Tecnologias no Tratamento do Câncer de Mama”, na Sessão Recentes Progressos da Medicina. O Acadêmico Mauricio Magalhães Costa, organizador da conferência, abordou em sua palestra questões como o contexto global do câncer de mama, princípios do tratamento, novas tecnologias e as perspectivas futuras.

Em sua introdução, o mastologista demonstrou artigos e estudos que evidenciam o crescimento do câncer de mama ao redor do mundo nas próximas décadas, tornando a neoplasia um problema de saúde pública, principalmente em países de baixa e média renda. Segundo ele, a doença atinge 23% de todos os casos de câncer em mulheres e uma em cada dezoito mulheres desenvolverão câncer de mama até os 79 anos. Para o Brasil, este número chega a cinquenta e nove.

O palestrante da noite, o Acad. Maurício Magalhães Costa

O Acadêmico apresentou as principais estratégias para o controle de câncer, como investimento em ações de educação sobre prevenção, detecção precoce da doença, diagnóstico adequado, tratamento personalizado e maior acesso ao sistema de saúde. Afirmou ainda que com o advento da mamografia, ultrassonografia e ressonância magnética a proporção de tumores pequenos detectados (tumores invasivos menores que 2 centímetros) aumentou de 36% para 68%, enquanto o desenvolvimento de tumores grandes (tumores invasivos maiores que 2 centímetros) diminuiu de 64% para 32%.

Em relação aos tratamentos iniciais de câncer de mama, discorreu sobre a evolução das técnicas cirúrgicas (da mastectomia radical ao tratamento conservador do câncer de mama). Falou a respeito de técnicas como estereotaxia digital em mesa, marcação com semente de iodo, cirurgia oncoplástica, ressecção segmentar, e como são realizadas. Apontou fatores prognósticos e preditivos clínicos, morfológicos, genéticos, hormonais e circulatórios, e explicou os critérios que definem a chamada família de alto risco para o desenvolvimento de câncer de mama ou ovário. Destacou que a prevenção é realizada a partir do histórico familiar – especificamente fatores como casos de câncer de mama ou ovário ao longo de três ou mais gerações, dois ou mais casos de câncer de mama ou ovário em parentes de primeiro grau, câncer de mama em menores de trinta de cinco anos de idade.

O mastologista concluiu a conferência abordando aspectos advindos da medicina preditiva e estudos de perfil genético. De acordo com ele, a realização de cirurgia redutora de risco para câncer de mama é um dos principais avanços para a especialidade. A técnica fundamenta-se na remoção cirúrgica de parte do tecido mamário com a finalidade de diminuir a chance de desenvolvimento de câncer de mama. O Acadêmico abordou as perspectivas futuras para o tratamento da doença, destacando que o investimento em centros de mama equipados, com programas de qualidade e que promovam cuidados das doenças das mamas de forma competente e integral, auxiliarão na redução dos índices de risco de morte por câncer de mama.

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