ANM no Intercambio Franco Brasileiro sobre Melhor envelhecimento

07/11/2019

Iniciando as palestras do Simpósio, a doutora Luciana Branco da Motta da UFRJ lesiona sobre “Questões Relacionadas ao envelhecimento no Brasil” mostrando um processo de envelhecimento do Brasil de forma muito significativa, em torno de 45% da população. Afirma que o Brasil vive por uma série de óbitos em residências relacionado ao envelhecimento das doenças crônicas. O IBGE aponta uma distância cada vez maior entre as massas da sociedade impacta diretamente com o envelhecimento do país e como ele ocorrerá. A apresentadora fala das políticas que afetam diretamente a população de idade avançada, em especial sobre um plano de atenção pra o envelhecimento, diretrizes PNSPI trazem organização que traz uma série de contribuições resultantes para a busca de um envelhecimento saudável. A ANS lançou a ideia da prevenção de saúde e prevenção de riscos para uma abordagem ampla para diminuição do risco de doenças crônicas mesmo dentro do meio privado. Concluindo sua fala, a doutora fala sobre a formação dos geriatristas no brasil, e sobre a falta de conteúdo em relação à área, e o encurtamento dos profissionais de saúde da área.

O Presidente Jorge Alberto Costa e Silva em foto com a delegação francesa durante o Intercâmbio Franco-Brasileiro sobre Melhor Envelhecimento

Seguindo com as palestras, o Professor Joel Belmim do Hospital Chaler Foix e da Universidade Sorbonne fala sobre “Os desafios do envelhecimento na França”, falando sobre o envelhecimento mundial como um todo, a sua evolução de 2015 á 2050, com uma estimativa que em 2050 as pessoas com mais de 60 anos se totalizarão em 2000 milhões de pessoas, ou seja, 22% da população mundial. Ele fala que o desafio do século 21 é a longevidade das pessoas, aonde a expectativa de vida aumenta, com as mudanças nos sistemas de saúde assim como as mudanças da sociedade, com a questão da economia e aspectos sociológicos. O professor ver como consequência disso, a crescente criação de famílias que incluem quatro gerações; um novo período da vida humana, além das consequências econômicas, assumindo a necessidade de gastos para cm a saúde dessa população de idade mais avançada, pensões, assistências e consumo, criando todo um novo setor da economia específico, tendo como público alvo essa geração de pessoas de idade avançada que envelheceram de forma saudável.

Para a sociedade francesa, a posição dos mais velhos torna-se complexa, com a criação de novos estereótipos ligados a problemas intergeracionais, e com a necessidade da criação de políticas para indivíduos que se encaixem nessa faixa etária. Alguns problemas de saúde específicos acometerão esses indivíduos, como multicomorbidades, a dependência de outros e organizações de cuidados específicos, já que a prevalência de doenças crônicas cresce ao lado da idade dos indivíduos, assim como a dependência de outros. Essa dependência implica com custos anuais, e uma alocação personalizada da economia para esse objeto em questão. Finalizando, ele fala de desafios e problemas para o futuro, como a qualidade do cuidado, novos tipos de assistências home care, o papel da tecnologia em melhorar os cuidados com a saúde e auxiliar a vida e a prevenção de riscos.

O Professor Bernard Charpentier, ex-presidente da FEAM e membro da Academia Francesa de Medicina, tem como tema “Relatório europeu da SAPEA sobre o envelhecimento da sociedade europeia”. O objetivo da instituição é mostrar evidências baseadas em políticas europeias independentes e interdisciplinares para a Comissão Europeia, combinando recursos de 100 academias individuais pela Europa, com centenas de seguidores, cobrindo todas as disciplinas (social, humana, natural, engenharia e ciências médicas). Para isto, é usado um mecanismo chamado de SAM, anunciado em maio de 2015 com o objetivo de assegurar o acesso ao melhor conselho cientifico possível independente de interesses institucionais ou políticos. A SAPEA possui um projeto de colaboração com as 100 academias espalhadas pela Europa, para o compartilhamento de informações e união, mantendo suas independências e publicações produzidos dentro da SAPEA. Ele afirma que a SAPEA vê o envelhecimento da população como uma oportunidade para o envelhecimento saudável, num processo de desenvolver e manter habilidades funcionais e o bem-estar nessa idade.

Dando prosseguimento às palestras, a Doutora Cristiane Branquinho Lucas, Promotora de Justiça e Coordenadora do CAO Idosos e Pessoas com Deficiência no MPRJ aborda o tema “Abuso ao Idoso”. Um dado importante a ser lembrado é que os grupos populacionais mais velhos, acima de 80 anos crescem proporcionalmente mais rápido que outras faixas etárias, sendo mais vulneráveis, indivíduos estes com capacidade funcional já limitada. Acomete a necessidade de novos arranjos familiares, causando cada vez mais a necessidade de o Estado assumir o papel de reconhecer seu dever para dar o cuidado devido a pessoa idosa que têm necessidade de um cuidado avançado, que depende de outros e não conta com a presença de um cuidador ou da família.

Há uma ausência de serviço socioassistencial de acolhimento e de políticas de cuidado em domicílio, e diante dessas ausências é observado um aumento agravante de lares permanentes para idosos de forma clandestina, infringindo diretamente com direitos humanos, e é cada vez mais frequente a negligência em relação ao aumento dos casos de demência e as consequências da doença de forma progressiva. É necessária a mudança de cultura para se apropriar da necessidade de cuidar do indivíduo idoso, e o idoso reconhecer suas limitações, e o Estado a prestar seus deveres de forma solidária. É dever de todos prevenir a ameaça ou violação dos direitos dos idosos, devendo todo cidadão comunicar a autoridade competente qualquer forma de violação aos direitos estabelecidos no Estatuto do Idoso que tenha testemunhado ou tenha conhecimento.

O Doutor Marcelo Levites, através de uma história de caso real fala sobre “Como administrar a velhice através da medicina humanista”. A capacidade de compaixão e empatia e a continuidade do cuidado com uso da tecnologia, estrutural permite capacidade de conexão entre as etapas; desde o conhecimento das estruturas disponíveis, incluindo casas de repouso, serviços de home care, profissionais de saúdes, na busca de soluções além da resolução da enfermidade.

O Professor Alain Franco fala das “Novas Tecnologias que atendem a velhice, em casa e em instituições”. Envolvendo sua questão em torno da Gerontecnologia, uma abordagem cruzada e multidisciplinar entre a gerontologia e tecnologia, unindo as ciências do envelhecimento com as técnicas aplicadas a produção de bens e serviços. O professor fala da expressão de “necessidade de saúde”, aonde a doença engloba não só seu diagnóstico, mas um grupo de pacientes, a indústria farmacêutica e uma monopatologia, aonde suas consequências são as dores, deficiências e desvantagens, de modo que que já necessidade de enfrentar essa expressão, relembrando o paradigma hipocrático e o funcional.

A tecnologia tem papel de compensar o processo do envelhecimento, de forma que além de o letargiar, contribuí para o envelhecimento saudável. A construção de um quadro para uma nova abordagem conceitual de atividade funcional, a necessidade de transformar nossos modelos de cura médica com base na doença, para que assim as tecnologias são justificadas no monitoramento de doenças crônicas e no apoio a vida dos cidadãos mais velhos. O uso da telemedicina entra em questão para testes neuropsicológicos remotos, que auxilia na tomada de decisão, educação, coleta de dados médicos através do trabalho cooperativo por meio de uma plataforma.

Por fim conclui-se que a tecnologia é um exemplo de resposta as necessidades de um novo paradigma de funcionamento, ocorrendo ao lado da biologia e ciências humanas, como inovação em geriatria e gerontologia. No futuro, a tecnologia deve contribuir eficientemente para a prevenção e auxiliar o envelhecimento de pessoas com deficiência física e mental, contribuindo par reduzir carga dos cuidadores

O Professor Joel Belmin volta a posição de palestrante, abordando o tema “O idoso frágil, a abordagem multidisciplinar e a qualidade de vida”. A fragilidade é o maior problema nos últimos 10 anos em pesquisa cientifica geriátrica. O conceito de gerontologia preventiva vem das consequências das doenças, para com a sua prevenção de uma forma total. Alguns riscos se mostram como a identificação de indivíduos com risco de se tornarem dependentes ou admitidos em instituições de cuidado, identificar suas fraquezas e a intervenção para reforçar ou aliviar tais fraquezas. O professor fala sobre a promoção de envelhecimento saudável, evitando fatores tóxicos como o fumo, sedentarismo, abuso de álcool, pesticidas, benzodiazepinas e drogas anticolinérgicas, todos que contribuem para problemas na saúde do idoso.

Encerrando a sessão, o professor Alexandre Kalache, MD, Ph.D., Presidente do Centro Internacional da Longevidade no Brasil fala sobre a “Revolução da Longevidade: Estamos preparados?”. Ele fala sobre o envelhecimento progressivo, com a comparação de 1950 a 2050, a população chegando a 386 milhões. O maior desafio da longevidade seria a igualdade do envelhecimento ligado a diferenças financeiras extremas de classes. O envelhecimento ativo depende de uma série de determinantes, desde acesso a serviços sociais e de saúde até determinantes sociais, todos se influenciando.

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