O 1º Simular – Fórum Internacional Berkeley de Simulação Realística e Capacitação em Saúde reuniu renomados médicos e cientistas do Brasil e do exterior, no último dia 25 de junho, no Sheraton Hotel, no Rio de Janeiro. Durante o evento, os profissionais da área da saúde apresentaram os principais benefícios da metodologia de simulação no ensino da medicina moderna e nos treinamentos.
Na abertura da solenidade, o diretor-geral da Berkeley, Josier Vilar, recebeu no palco o Presidente da Academia Nacional de Medicina, Pietro Novellino, e outras autoridades do setor. Com mais de 50 anos de carreira na área cirúrgica, Novellino falou sobre os desafios para o futuro. “O médico precisa ter compaixão pelo doente. Temos que valorizar as relações humanas. A tecnologia ajuda bastante, mas é preciso saber ouvir o paciente para conseguir um bom diagnóstico. O médico está a serviço da saúde e nunca o contrário.”
A médica Pamela Andreatta, presidente da Society for Simulation in Healthcare, apresentou a conferência ‘A Importância da Simulação Realística em Medicina para o Profissional do Século 21′. Segundo ela, os manequins dão mais segurança aos jovens profissionais da área, protegem os pacientes e diminuem as chances de erro. “O treinamento ajuda a entender o funcionamento complexo do corpo e a dominar determinados assuntos. Outra vantagem é a melhora das relações entre as equipes”, disse.
Outro momento de destaque do Simular foi a palestra ministrada pelo médico chefe do Comitê dos Jogos Olímpicos de 2016, doutor João Grangeiro. Ele mostrou a estrutura preparada para o evento e citou a importância do trabalho voluntário para o sucesso das competições. “Tenho certeza que, com a integração dos profissionais da área da saúde, teremos uma boa história para contar. Será um momento único e precisamos da presença de todos nesse projeto”, disse.
A infraestrutura montada para as Olimpíadas inclui 36 postos médicos nas áreas de competição, postos de atendimento nos hotéis, clínicas nos locais de treinamento, além de policlínicas com farmacêuticos, emergência 24 horas, fisioterapia, dentistas, atendimento dermatológico, oftalmológico e ginecológico, e 160 ambulâncias cedidas pelo Ministério da Saúde.
O papel da simulação no ensino da medicina moderna e as experiências internacionais foram debatidas pelo Doutor José Nunes, do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, em Portugal, pelo médico Antonio Marttos, da Universidade de Miami, nos Estados Unidos, e por Cristina Clare, da Amil RJ. “Só o treinamento contínuo é capaz de melhorar o serviço de saúde. Todo ser humano merece o melhor atendimento, independentemente da hora ou lugar. A simulação é a ferramenta para vencer os obstáculos”, disse Antonio Marttos.
Outro debate discutiu como os ambientes de simulação ajudam a melhorar a técnica e comportamento dos profissionais de saúde em situações de emergência. A comunicação eficiente em momentos críticos também foi abordada. “Nem sempre uma coisa óbvia na cabeça de um profissional é entendida claramente por outro colega”, disse Sérgio Gelbvaks, sócio-diretor da Spektor e Gelbvacks Consultoria e Treinamento em Saúde. “A simulação ajuda a reduzir os erros médicos, substitui experimentos com animais, tem custo-benefício otimizado e capacita o profissional para a liderança”, completou o médico Helio Penna Guimarães, de São Paulo.
O 1º Simular também promoveu discussões sobre as dificuldades para implantar a prática da simulação com manequins reais nas universidades. Silvio Pessanha Neto, da Universidade Estácio de Sá, foi enfático ao afirmar que “a cultura do docente precisa mudar. O aluno tem que sair do comodismo de uma aula tradicional e aprender com ferramentas de simulação. O aprendizado em sala de aula é importante, mas a simulação é ainda mais eficiente para deixar a pessoa mais preparada para atuar com pacientes de verdade”.
Marina Silva traz uma reflexão sobre o futuro do planeta
Marina Silva encerrou o fórum com a conferência “Os Desafios da Educação e da Capacitação Profissional para a Sustentabilidade Brasileira e Planetária do Século 21″. A ex-senadora e ex-ministra do meio ambiente fez uma reflexão sobre o futuro do planeta e pediu a colaboração de todos para o desenvolvimento consciente. “Temos que usar nossos recursos com sabedoria e nos esforçarmos para sermos os melhores. Melhorar a qualidade do ensino em todas as áreas é um dos desafios que a humanidade precisa vencer”, comentou.
Na cerimônia de encerramento, Marina ainda recebeu a equipe da Liga Acadêmica de Trauma e Emergência da Universidade Federal do Rio de Janeiro – LATE UFRJ, vencedores do desafio Sim Wars, uma competição inédita no Brasil entre equipes de acadêmicos em medicina para resolver casos críticos. “Não há limites para ser o melhor médico. Vocês estão de parabéns!”, elogiou.