A Academia Nacional de Medicina (ANM), instituição científico‐cultural mais antiga do Brasil, através do seu Presidente Acadêmico Francisco José Barcellos Sampaio, e o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTI) através da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), firmaram em solenidade no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, na qual se iniciou a semana de comemoração dos 50 anos da Finep, um convênio que prevê apoio institucional para financiar parte da construção do “Centro da Memória Médica”, que já está em andamento, e que abrigará o Museu, Arquivo e Biblioteca da quase bicentenária instituição. No evento, a Academia Nacional de Medicina foi representada pelo seu Presidente Acadêmico Francisco José Barcellos Sampaio, que falou em nome de todas as instituições contempladas com este apoio institucional. O MCTI foi representado pelo Ministro Gilberto Kassab e a Finep pelo seu Presidente Marcos Cintra e pelo Diretor de projetos Acadêmico Wanderley de Souza.
A história da Academia Nacional de Medicina confunde‐se com a história do Brasil, sendo instituição ativamente atuante na evolução da prática da medicina no país. Fundada sob o reinado do imperador D. Pedro I, em 30 de junho de 1829, tem como principais objetivos contribuir para o estudo, a discussão e o desenvolvimento das práticas da medicina, cirurgia, saúde pública e ciências afins, além de servir como órgão de consulta do Governo Brasileiro sobre questões de saúde e de educação médica.
O Museu da Academia Nacional de Medicina, dedicado a divulgar a memória da Medicina no Brasil, possui cerca de 1.600 peças divididas em nove coleções: instrumentos médicos, artes plásticas, filatelia, artes decorativas (mesas e cadeiras datadas da época do Império), medalhas e coleção de óculos (composta por pares de óculos pertencentes a médicos, escritores, intelectuais e políticos). Já a Biblioteca possui aproximadamente 11 mil títulos nacionais e estrangeiros, que englobam livros, teses da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, Anais da Academia Nacional de Medicina (periódico mais antigo do Brasil em circulação) e obras raras, como o Erário Mineral, o mais antigo livro sobre Medicina editado no Brasil, de autoria do Dr. Luís Gomes Ferreira, datado de 1735. Este acervo, que faz parte do patrimônio cultural do Brasil, será o principal objeto de preservação do Centro da Memória médica, objeto do convênio.
A construção do Centro da Memória Médica é considerada uma etapa vital da conservação e divulgação deste acervo, proporcionando estrutura física e visibilidade para o mesmo. Sua construção, considerada principal justificativa para a doação do terreno que abriga a sede da instituição, foi pleiteada por inúmeras administrações da Academia, que, com intenso trabalho, lograram a assinatura deste convênio.
Apesar do reconhecimento da importância da manutenção do acervo histórico pertencente à Academia Nacional de Medicina, a falta de estrutura física para seu correto armazenamento e até o desconhecimento da maioria da população sobre sua história foram as principais justificativas apresentadas à Finep para a construção do Centro. Além deste fato, a Academia reforçou a necessidade de democratização do acesso da população a este acervo de importância histórica imensurável, destacando a importante vertente educacional do projeto, que envolverá a realização de atividades voltadas para atingir jovens estudantes de todas as classes sociais, visando o aumento do interesse pela área da saúde.
A dotação dos recursos, da ordem de 1 milhão de reais, já foi publicada no Diário Oficial da União.
O Centro da Memória Médica ficará localizado na Avenida General Justo, 375, em contiguidade com a sede da Academia Nacional de Medicina, no Centro do Rio de Janeiro.