Uma parceria entre a Fiocruz, a Universidade de São Paulo (USP) e o Instituto Pasteur, firmada no último dia 8, no campus da Fiocruz, em Manguinhos, foi o primeiro passo para a futura constituição do Instituto Pasteur no Brasil. O presidente da ANM, Professor Pietro Novellino, que participou da solenidade como integrante da mesa, considerou o acordo entre as três instituições como “da maior importância para a pesquisa médico cientifica brasileira”.
O acordo, que prevê a atuação conjunta das três entidades no Brasil, ensejará a criação de plataformas técnico-cientifica-educacionais que estarão localizadas no campus da USP, em São Paulo, e nos campi da Fiocruz no Brasil.
O presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, destacou que a cooperação já estabelece imediatamente ações conjuntas e formas de pesquisa e financiamento. Segundo ele, em um ano será possível desenhar um plano de negócios para a construção do Instituto Pasteur no Brasil.
O presidente do Instituto Pasteur, Christian Bréchot, afirmou que a cooperação vai reunir a expertise das três instituições nos campos de pesquisa em mudanças climáticas, meio ambiente, genética e biodiversidade. Segundo ele, a parceria vai criar projetos que vão incluir estudos com enfoque na interconexão entre doenças não crônicas, como câncer, diabetes e enfermidades neurodegenerativas, e doenças infecciosas, como mal de Chagas e malária.
Para o vice-reitor da USP, Vahan Agopyan, o acordo representa um momento histórico da união de três instituições diferentes e ao mesmo tempo complementares.
Inicialmente serão criadas unidades de laboratórios mistos em São Paulo e Rio de Janeiro, e uma plataforma mista. Os polos de pesquisa vão atuar nos campos de doenças emergentes ou doenças negligenciadas com potencial para novas epidemias, entre elas, dengue, Chagas, leishmaniose, malária e Chikungunya. Também vão trabalhar nas áreas de doenças do sistema nervoso, em outras causas de morbidez e de mortalidade ligadas ao aumento de expectativa de vida e à urbanização (doenças cardiovasculares e respiratórias, hipertensão, diabetes e outras enfermidades metabólicas), biodiversidade e microbioma, pesquisa translacional e computacional, e integração de estratégias para tratamento de mega dados relacionados com a saúde e na busca de soluções para a saúde.
O futuro Instituto Pasteur no Brasil atuará no desenvolvimento de uma rede científica de pesquisa biológica, biomédica e biotecnológica de nível nacional, regional e internacional, reunindo as competências complementares da Fiocruz e da USP e as potencialidades da Rede Internacional dos Institutos Pasteur (RIIP). Membro associado da RIIP, a Fiocruz é um das instituições mais reconhecidas no desenvolvimento de produtos de saúde, imunobiológicos, farmacêuticos e de diagnóstico, sendo moldada seguindo os princípios do Instituto Pasteur francês, com o qual mantém uma parceria histórica por mais de um século.