No dia 30 de junho de 2013 a Academia Nacional de Medicina completou 184 anos. A mais antiga instituição de ciência em funcionamento ininterrupto no país festejou em cerimônia na noite de 02 de julho, no salão do Museu Histórico Nacional do Rio de Janeiro. A solenidade foi marcada pelo destaque às mudanças que a ANM sofreu neste último ano, e pela gratidão aos que a viabilizaram, com a entrega de cinco diplomas de beneméritos. No evento, também receberam diplomas de Membros Eméritos os acadêmicos Hélio Aguinaga e Eustáchio Portella.
Nos dois últimos anos, a ANM teve que reformar seu prédio sede, que estava com a estrutura abalada. Porém, suas atividades puderam ser mantidas, graças à ajuda de outras entidades que a acolheram. O presidente da Academia Brasileira de Ciências, Jacob Palis, ofereceu o espaço de sua sede para que os acadêmicos da ANM pudessem continuar com as sessões semanais. Os eventos e comemorações também puderam ser continuados apropriadamente no espaço do Museu Histórico Nacional, cedido por sua diretora, a historiadora Vera Tostes. “A ABC e o MHN foram nossos refúgios”, declarou o presidente Marcos Moraes, durante a entrega dos diplomas. “Além de nos oferecerem o espaço, nos ofereceram apoio durante este momento difícil e hoje nos sentimos irmanados. É com muito orgulho que agradeço a estes grandes amigos e grandes benfeitores da nossa academia.”
Outro outorgado benemérito da noite foi o advogado João Augusto Basílio. “Desde 2009, João é nosso advogado e nos tratou como se fosse um de nossos membros. Além disso, pela sua generosidade e nossa surpresa, não cobrou nenhum honorário. Um advogado jovem e de grande prestígio, que tem oferecido sempre um apoio enorme à ANM e ainda vamos precisar dele muito mais”, explicou Moraes. “João, é uma honra enorme dar o diploma de benemérito para você”.
Dois presidentes de instituições cariocas também foram homenageados com o título de beneméritos: Peter Byrd Rodenbeck, presidente da Fundação do Câncer, e o acadêmico Ruy Garcia Marques, presidente da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro (Faperj). “A Fundação do Câncer foi instrumental nesse período para a Academia. Toda a tecnologia de informação foi desenvolvida na Fundação do Câncer. “Peter, eu agradeço muito a você por ter nos propiciado isso. Nós certamente não teríamos tantos recursos para fazer o que foi feito pela Academia”, discursou Moraes.
“A Faperj nos ajudou muito, principalmente no investimento para trazer a rede de computadores mais potente do Brasil, das mais potentes do mundo, com velocidade ilimitada de transmissão de dados. Nós tivemos a oportunidade de testar o sistema nesta semana e vimos em tempo real uma cirurgia que estava sendo realizada em Barretos […]. Agora somos capazes de transmitir reuniões para qualquer parte do mundo”, afirmou Moraes. “Também gostaria de agradecer pelo financiamento do planejamento estratégico com a Fundação Dom Cabral”.
A secretária geral, Eliete Bouskela, elaborou e apresentou o relatório das principais atividades desenvolvidas no ano, que contou com 32 sessões ordinárias e cinco reuniões de diretoria. Foram abordados diversos temas de relevância para a saúde nacional, como um posicionamento contrário à revalidação automática de diplomas médicos estrangeiros e à contratação de seis mil médicos cubanos para trabalhar nas cidades do interior da país. Também foi feita a denúncia, pelo acadêmico Daniel Tabak, sobre a não recomendação do uso do medicamento rituximab para pacientes do SUS com linfoma não-Hodgkin do tipo folicular de pequenas células e que repercutiu na imprensa nacionalmente.
No discurso do orador oficial, José Augusto Messias lembrou como está próxima a tão ansiada volta à sede da ANM, “após a necessária e belíssima reforma em nosso edifício”. Por fim, enfatizou os méritos da cultura, ciência e responsabilidades médicas e como a ANM se compromete para a construção de uma sociedade mais justa, igualitária e saudável.