Alergia Alimentar e Autismo

 
 
     
 
Organização e Coordenação:
Acad. Aderbal Sabrá


 
     
 
14h

Abertura
Presidente da Academia Nacional de Medicina,
Acad. Rubens Belfort Jr.
Acad. Aderbal Sabrá – Coordenador da Reunião

   
   
14h10

Imunologia da Gravidez
Dr. Luiz Werber-Bandeira
Santa Casa da Misericórdia, Rio de Janeiro

   
   
14h30

Imunologia da Alergia Alimentar
Acad. Aderbal Sabrá

   
   
14h50

Aspectos endoscópicos da Alergia Alimentar
Dra. Selma Sabrá
Hospital Universitário Antônio Pedro da UFF

   
   
15h10

Diagnóstico Clínico da Alergia Alimentar
Dra. Ana Muñoz-Urribarri
Hospital Nacional Edgardo Rebagliati Martins-Lima, Peru

   
   
15h30

Alergia a Proteína do Leite de Vaca (APLV)
Dr. Rafael Del Castillo
Hospital Universitário Antônio Pedro da UFF

   
   
15h50

Esofagite Eosinofílica
Dr. Mario Cesar Vieira
Hospital Pequeno Príncipe-Curitiba, Paraná

   
   
16h10 Perguntas e comentários
   

Celebração pelo Centenário do Acadêmico Meer Gurfinkel
Coordenação:
Acad. Omar da Rosa Santos
Acad. Mauricio Younes Ibrahim

   
16h40

Presidente da Academia Nacional de Medicina
Acad. Rubens Belfort Jr.

Abertura da Homenagem

   
   
  Dr. Hilton Koch
Palavras do Presidente da Academia Brasileira de Medicina de Reabilitação
   
   
  Acad. Omar da Rosa Santos
2º Vice-Presidente da ANM e Orador da ABMR
   
   
  Acad. Mauricio Younes Ibrahim
Titular da Cadeira 31 da ABMR – Patrono Meer Gurfinkel
   
   
  Acad. Daniel Tabak
Homenagem pelo Centenário
   
   
  Acad. Meer Gurfinkel e seus familiares
   
   
17h20 Intervalo
   

Sessão Ordinária da Academia Nacional de Medicina III –
Ano Acadêmico 192


   
18h

Abertura
Presidente da Academia Nacional de Medicina,
Acad. Rubens Belfort Jr.

   
   
18h05

Comunicações da Secretaria Geral
Acad. Carlos Eduardo Brandão

   
   
18h10 Comunicações dos Acadêmicos
   
   
18h30

Alergia Alimentar e Autismo
Acad. Aderbal Sabrá

   
   
19h Discussão com a Bancada Acadêmica
   
   
20h Encerramento
 
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ALERGIA ALIMENTAR: DA GESTAÇÃO À VIDA ADULTA

Para entendermos a alergia alimentar precisamos voltar ao início de tudo, traçando um paralelo ao momento da gestação e questionar um capítulo intrigante da vida: por que não fomos rejeitados pelo organismo de nossas mães, já que éramos um corpo estranho, habitando-o? 

Tudo isso está relacionado intimamente com a reação do sistema imune que, paradoxalmente, não rejeita o desenvolvimento do feto que possui 50% de componentes genéticos paternos. Este é o milagre da reprodução como definiu o médico Luiz Werber-Bandeira, da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro, em sua live sobre Imunologia da gravidez, na sessão do dia 18 de março de 2021, promovida pela ANM.

Bandeira explicou que a relação imunitária entre a mãe e o feto estabelece comunicações bidirecionais e que existem evidências que o reconhecimento imunitário da gravidez pela mãe é primordial para a manutenção da gestação. 

A partir dessa comunicação intrauterina, começa-se a construir o sistema imune do feto que será maturado após o nascimento com o aleitamento materno exclusivo até os oito meses como reforçou o acadêmico Aderbal Sabrá que coordenou a reunião. Em sua apresentação sobre “Imunologia da Alergia Alimentar”, o professor Sabrá apontou alguns fatores precipitantes para a alergia alimentar: 

  • Amamentação inadequada
  • Infecções pós-natais e uso abusivo de antibióticos
  • Excesso de higiene
  • Alteração da digestão por antiácidos.

O acadêmico Sabrá ainda abordou a polêmica do leite de vaca. O acadêmico disse que a substituição do leite de vaca pelo leite de soja não é indicada, pois 85% dos indivíduos com alergia a essa proteína animal, também desenvolvem intolerância à soja, sendo a melhor indicação as fórmulas hidrolisadas ou de aminoácidos livres disponíveis no mercado. 

Autismo– O acadêmico Aderbal Sabrá abordou as evidências científicas que relacionam o transtorno do espectro autista (TEA) e a alergia alimentar (AA), sendo a última uma das causas da primeira.

Sabrá afirma que o TEA está longe de ter, nos trabalhos publicados até o momento, uma etiologia conhecida, e, por essa razão, seu tratamento segue sendo uma falácia. “Por outro lado, nossos achados mudam esse paradigma e evidenciam como a alergia alimentar pode ser uma de suas causas”, diz o acadêmico, que cita uma lista de nove publicações sobre o tema e detalha cada um dos achados. 

Segundo o especialista, há sete evidências triviais que sustentam a tese de que a alergia alimentar é uma das causas do transtorno do espectro autista. Entre elas, as respostas imunes em pacientes com AA e TEA têm espectros semelhantes; a epidemiologia da AA e do TEA são muito semelhantes, embora diferem quanto à prevalência do sexo e quanto ao gatilho; uma evidência fundamental é: todo paciente com TEA tem AA antes do aparecimento do transtorno.

Sabrá também alerta sobre o retardo no diagnóstico frente às primeiras manifestações dos pais sobre sintomas – em alguns casos, pode demorar vários anos. “É uma tristeza. Se eu começo o tratamento dessa criança com um ano e meio ou dois anos, ela entra em remissão em até um ano e meio. Se é uma criança de sete anos, será preciso tratá-la por três ou quatro anos devido ao progresso do processo inflamatório”.

O acadêmico conclui sua apresentação falando sobre as formas de tratar o problema. “Portanto, se temos o diagnóstico correto da alergia alimentar, tratamos com dieta hipoalergênica, que provoca a desinflamação e, assim, o paciente vai lentamente saindo do transtorno do espectro autista”.

Participaram ainda da sessão sobre alergias alimentares, a médica Selma Sabrá, do Hospital Universitário Antônio Pedro, da Universidade Federal Fluminense, que falou sobre os aspectos endoscópicos da alergia alimentar; Ana Muñoz, do Hospital Nacional Edgardo Rebagliati Martins-Lima, do Peru, que trouxe resultados de um estudo que desenvolveu criando um score para o diagnóstico clínico da alergia alimentar que seria suficientemente baseado na anamnese para detecção do problema. E o médico Mario Cesar Vieira, do Hospital Pequeno Príncipe, de Curitiba, no Paraná. Cesar Vieira falou sobre “Esofagite Eosinofílica”, doença relativamente nova, descoberta no início dos anos 90, e que vem crescendo nos últimos anos. Ela é caracterizada pela inflamaçãocrônicacausada pelo acúmulo de eosinófilos no esôfago que pode ser provocada por uma resposta exagerada do sistema imune a algumas substâncias alergênicas. 

Confira a sessão completa em nosso canal do YouTube: https://www.youtube.com/channel/UCdkjh5HlDk6V49qyIvNJ93A



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