Na última quinta-feira (26) os Acadêmicos da Academia Nacional de Medicina (ANM) compartilharam relatos emocionantes da sua vida profissional no simpósio Minha Melhor História Médica, organizado pelos Acadêmicos José de Jesus Camargo e Raul Cutait. Os pequenos casos foram contados em sete minutos e o público pode aproveitar as mais diversas histórias. O Acad. Camargo apresentou os participantes, revelando a sua paixão por contar histórias, citando Gabriel García Márquez. “A gente pode medir muito a qualidade da vida pelas histórias que ela produziu”.
O Acadêmico Jayme de Marsillac abriu a tarde de apresentações compartilhando uma história sobre o seu pai, o Ex-Presidente Acad. Jorge Sampaio de Marsillac, e sua brilhante atuação médica. O Acad. Claudio Benchimol também abordou a carreira médica do seu progenitor, relatando a história de um paciente avarento e como isso atrapalhou o relacionamento com a sua família.
Em sua história, o Acadêmico Omar da Rosa Santos compartilhou o relato do seu primeiro parto e como ele quase seguiu na Obstetrícia. Assim como o Acad. Mauricio Younes Ibrahim, que uma experiência pessoal fez com que ele se dedicasse a especialidade durante a faculdade, apesar de ter optado pela nefrologia.
O Acad. Carlos Gottschall compartilhou um caso clínico inédito no Brasil e o impacto dele em outros tratamentos. Enquanto o Acad. Miguel Riella apresentou a Medicina Narrativa, partilhando episódios vividos na profissão e os ensinamentos, e o Acad. Giovanni Cerri falou sobre um paciente que viveu uma experiência marcante durante a infância e isso o fez cursar medicina, mantendo contato até hoje com o Acadêmico. E na segunda parte do simpósio, o Acad. Marcelo Morales contou uma história envolvendo um atendimento de emergência no metrô de São Paulo, ainda no início da carreira, que o marcou profundamente.
O que não faltaram foram histórias emocionantes e o Acad. Rui Maciel compartilhou uma delas, sobre uma paciente que atendeu no Hospital São Paulo, da Universidade Federal de São Paulo, que queria morar na enfermaria. Ela tinha um grande histórico médico e péssima relação familiar, por isso, não tinha para onde ir nas festas de fim de ano e gostaria de ser internada novamente para passar esses dias com a equipe. O Acad. Nicanor Macedo também compartilhou uma história emocionante sobre uma mãe que fez tudo que pode para o tratamento do filho, que possuía uma doença rara.
Ainda na primeira parte do simpósio, a Acad. Margareth Dalcolmo contou sobre o atendimento de um paciente com um caso raro, que ao falecer deixou um poema dedicado à médica. O Acad. Rolf Gemperli tratou o humanismo na cirurgia plástica e o Acad. Flavio Kapczinski contou a experiência de atender o seu primeiro paciente, ainda durante a faculdade. Por fim, o Acad. Alberto Schanaider contou sobre um caso complicado que o impressionou durante a sua residência.
Após o intervalo, o Acad. Gilberto Schwartsmann foi responsável por iniciar uma nova rodada de histórias, compartilhando o caso emocionante de uma criança que recebeu no ambulatório ainda na sua época de residência. Seguido pelo Acad. Marcello Barcinski, que também contou sobre um paciente garoto que tinha um caso raro e estava muito tempo internado.
As histórias contadas também apresentaram diagnósticos difíceis. O Acadêmico Daniel Tabak falou sobre a paciente com câncer de pâncreas e muita vivacidade nas consultas, apesar do estado avançado da doença. A Acad. Eliete Bouskela contou uma história pessoal emocionante, em que seu filho era o personagem principal com uma diarreia sem melhora, no qual o diagnóstico foi um caso preocupante de Síndrome de Raí e a recuperação progrediu primorosamente.
O Acad. Claudio Tadeu Daniel-Ribeiro contou sobre um estudo em uma área endêmica, com visitas em Rondônia para prevenir e informar a população sobre a malária, focando na relação pesquisador-paciente. Enquanto o Acad. José Galvão-Alves compartilhou a relação médico-paciente de um caso clínico que envolveu admiração mútua e emocionada de ambas as partes, assim como o caso contado pelo Acad. Antonio Egídio Nardi sobre um paciente que está em tratamento há 25 anos e segue em recuperação hoje em dia.
Diferente dos casos acima, o Acad. José Suassuna contou sobre o médico-paciente e o momento que cuidou do seu muito adorado professor da faculdade, que possuía personalidade distinta e a sua função renal ia piorando com o tempo, mas ele se negava a fazer hemodiálise. Por fim, o Acad. Aníbal Gil Lopes fechou a noite com duas histórias sobre a crise de HIV e Aids no Brasil e o uso de drogas, envolvendo amor familiar, segundas chances na vida e o papel do médico além da consulta.