Acadêmico Daniel Tabak alerta para aumento de câncer colorretal em jovens

05/02/2025

Nos últimos anos, o aumento na incidência de câncer colorretal (CCR) em pessoas com menos de 50 anos tem preocupado médicos e pesquisadores ao redor do mundo. Embora anteriormente associado a pacientes de idade avançada, o câncer colorretal tem atingido uma parcela mais jovem da população, o que levanta questões sobre os fatores que podem estar por trás desse fenômeno.

Diversos fatores de risco, como estilo de vida, genética e microbiota intestinal, parecem desempenhar um papel significativo. “Estamos observando um aumento nos casos de câncer colorretal em pacientes com menos de 50 anos, e isso exige atenção especial. Fatores como a hereditariedade e os hábitos alimentares são alguns dos aspectos que precisamos considerar com mais profundidade”, afirma o membro titular da Academia Nacional de Medicina e oncologista, Dr. Daniel Tabak. Segundo ele, a prevenção e a conscientização sobre os riscos da doença são fundamentais para enfrentar esse cenário.

Principais fatores relacionados ao crescimento do CCR em jovens

Fatores genéticos, como histórico familiar e síndromes hereditárias, têm forte ligação com o desenvolvimento da doença. Síndromes como a polipose adenomatosa familiar (PAF) e a Síndrome de Lynch estão entre as causas mais comuns.

O estilo de vida também exerce grande influência. O consumo elevado de carne vermelha e processada, associado a uma baixa ingestão de fibras e vegetais, é um fator preocupante. A obesidade, o sedentarismo, o consumo excessivo de álcool e o tabagismo contribuem para um estado inflamatório no organismo, aumentando o risco de tumores.

“A alimentação e o sedentarismo são fatores ambientais que podemos modificar. Porém, o diagnóstico precoce ainda é o grande desafio, especialmente em pacientes mais jovens, onde há menos suspeita clínica e os sintomas iniciais podem ser confundidos com condições menos graves”, explica o Acadêmico.

O diagnóstico tardio é, de fato, outro grande obstáculo. Em muitos casos, os jovens apresentam sintomas como dor abdominal, sangramento retal ou mudanças no hábito intestinal, mas esses sinais são frequentemente atribuídos a condições benignas, o que atrasa o tratamento. As diretrizes de rastreamento, que tradicionalmente recomendam a colonoscopia apenas a partir dos 45-50 anos, também têm sido questionadas.

Professor Tabak reforça que, além do rastreamento precoce, é necessário investir em políticas de conscientização que incentivem uma alimentação balanceada e a prática regular de exercícios, com o objetivo de reduzir a incidência desse tipo de câncer entre a população jovem.

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