Acadêmico Antonio Egídio Nardi alerta para os benefícios da proibição de celulares nas escolas e a importância do apoio psicológico

03/02/2025

Esta semana, milhares de estudantes de todo o Brasil retornam às aulas enfrentando uma mudança significativa: a proibição do uso de celulares nas escolas. A medida, que promete alterar a rotina dos alunos, foi instituída pela Lei nº 15.100/2025, sancionada neste ano pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A nova regulamentação restringe o uso de aparelhos eletrônicos portáteis pessoais em todas as etapas da educação básica, incluindo durante as aulas, recreios e intervalos. A exceção à regra se aplica apenas quando os dispositivos forem utilizados com fins pedagógicos ou em casos de necessidade, perigo ou força maior. Também é permitido o uso de celulares para fins de acessibilidade, inclusão, condições de saúde ou garantia de direitos fundamentais.

Impacto na saúde e desenvolvimento

De acordo com o membro titular da Academia Nacional de Medicina e Psiquiatra, Antonio Egídio Nardi, a proibição do uso de celulares nas escolas pode melhorar a saúde mental de crianças e adolescentes. “A redução da ansiedade, o aumento da concentração e o fortalecimento das relações interpessoais estão entre os principais efeitos positivos”, afirma.

Benefícios da proibição

Entre as melhorias que a medida pode trazer, estão:

  • Maior concentração dos alunos nas atividades escolares;
  • Estímulo à interação social e ao convívio entre os estudantes;
  • Promoção de atividades físicas e criativas durante os intervalos.

Por outro lado, Dr. Nardi alerta para a importância de um acompanhamento próximo das escolas. “Além de proibir o celular, é fundamental que as instituições detectem precocemente sinais de ansiedade ou depressão e ofereçam espaços de acolhimento e apoio psicológico”, enfatiza.

O papel das famílias

A nova regra também impõe um desafio às famílias, que precisarão adaptar a rotina dos filhos em casa. A dependência dos dispositivos entre crianças e adolescentes é uma preocupação crescente, e a educação digital deve ser reforçada no ambiente familiar.

“Não adianta a escola retirar o telefone por cinco horas e, no restante do dia, o aluno continuar conectado em casa”, explica o especialista. Ele recomenda que os pais estabeleçam horários e limites para o uso de eletrônicos e mantenham um diálogo aberto com os filhos sobre os impactos negativos do uso excessivo desses dispositivos.

A medida, embora bem-intencionada, exige uma mudança cultural tanto nas escolas quanto nos lares, onde o equilíbrio entre o uso de tecnologia e a vida real deve ser incentivado. “A vida real está fora do celular. Precisamos de um ambiente que favoreça o aprendizado”, finaliza o Acadêmico.

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