Na última quinta-feira, dia 28 de novembro, a Academia Nacional de Medicina (ANM) foi palco de uma conferência intitulada Imunologia 2.0, um evento que reuniu especialistas da área da saúde, acadêmicos e interessados no estudo das funções imunológicas. O debate foi coordenado pelo Acadêmico Omar Lupi, membro titular da ANM e referência em dermatologia e imunologia.
Ministrada pelo Dr. Guilherme Azizi, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a palestra focou nos avanços mais recentes sobre as conexões entre o sistema imunológico e a prática de exercícios físicos. Azizi trouxe à tona estudos que demonstram como o exercício regular pode modular a resposta imunológica, ajudando na prevenção de doenças inflamatórias e até mesmo contribuindo para a melhora da imunidade em indivíduos de diferentes faixas etárias. Ele destacou que, embora o exercício tenha um efeito benéfico geral, a intensidade e a duração são fatores críticos que podem determinar o impacto sobre o sistema imunológico.
Azizi também compartilhou resultados de pesquisas que mostram que a prática de atividades físicas, além de melhorar a saúde cardiovascular e metabólica, influencia positivamente os mecanismos de defesa do corpo, aumentando a resistência a infecções e reduzindo a incidência de doenças autoimunes e inflamatórias.
A segunda palestra foi apresentada pelo próprio Acadêmico Omar Lupi, que discutiu as mudanças que o sistema imunológico sofre com o avanço da idade. Conhecido como “imunossenescência”, esse fenômeno refere-se ao enfraquecimento progressivo da resposta imunológica, o que torna o organismo mais suscetível a infecções, doenças autoimunes e até câncer. Ele também abordou estratégias para mitigar os efeitos do envelhecimento no sistema imunológico, incluindo abordagens farmacológicas e intervenções de estilo de vida, como a prática de exercícios moderados e alimentação balanceada.
Outro ponto enfatizado por eçle, foi a importância da vacinação, em especial, contra a Hérpes-zoster e Vírus Sincicial Respiratório.
“Não é uma questão de escolha, é uma questão de necessidade. Se nós não vacinarmos no momento apropriado, não vale à pena vacinar depois, pois perde-se a janela de oportunidade. Portanto, vacinem-se no momento certo, caso contrário, a resposta não será a mesma”, destacou.
A conferência foi uma oportunidade rica de atualização científica, com temas diretamente ligados à prática clínica e à pesquisa em imunologia. Acadêmicos e profissionais de saúde saíram do evento com novos insights sobre como o exercício e o envelhecimento afetam o sistema imunológico, reforçando a importância da interdisciplinaridade nas abordagens médicas.
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