Abertas as inscrições para os Prêmios de 2016 da Academia Nacional de Medicina

13/10/2015

Os Prêmios da Academia Nacional de Medicina têm o objetivo de galardoar trabalhos inéditos que contribuam substantivamente para o conhecimento em alguma área da Medicina, podendo ser concorrentes médicos do País, individual ou coletivamente, obedecendo às características de cada Prêmio.

De 15 de outubro de 2015 a 31 de março de 2016, estão abertas as inscrições para os seguintes prêmios:

a) Prêmio Academia Nacional de Medicina, na Área de Cirurgia;

b) Prêmio Presidente da Academia Nacional de Medicina (nas Secções de Cirurgia, Medicina e Ciências Aplicadas à Medicina); homenageando, respectivamente, os seguintes Presidentes: Joaquim Candido Soares de Meirelles (1829-1830; 1833; 1835-1838; 1842-1848), Aloysio de Castro (1937-1942; 1943-1945) e Deolindo Augusto de Nunes Couto (1955-1959; 1969-1971; 1973-1975; 1977-1979; 1981-1983).

c) Prêmio Austregésilo

Breve biografia dos Personagens reverenciados nos Prêmios da Academia Nacional de Medicina – 2016

Prêmio Presidente Joaquim Cândido Soares de Meirelles

O Acadêmico Joaquim Cândido Soares de Meirelles (Sabará, 5 de novembro de 1797 – Rio de Janeiro, 13 de julho de 1868) foi um médico cirurgião-mor e político.

Formou-se em Medicina em 1822 na então Academia Médico-Cirúrgica do Rio de Janeiro (atual UFRJ). Doutor em Medicina Cirúrgica pela Faculdade de Medicina de Paris, onde sustentou duas teses sobre: “Dissertation sur l´histoire de l`eléphantiasis”, apresentada em 10 de janeiro de 1827, e “Dissertation sur les plaies d’armes á feu”, apresentada em 25 de abril de 1827.

Em 30 de junho de 1829, ele, juntamente com os médicos José Francisco Xavier Sigaud, José Martins da Cruz Jobim, Jean Maurice Faivre e Luiz Vicente De Simoni, fundaram a Sociedade de Medicina do Rio de Janeiro, depois Academia Imperial de Medicina e atual Academia Nacional de Medicina) da qual foi o primeiro Presidente eleito. Foi Presidente em 1829-30, 1833, 1835-38, 1845-48. Em seu mandato, na regência Feijó, elevou a Sociedade à categoria de Academia Imperial de Medicina.

Foi Patrono e Membro Titular da Cadeira No. 1 da Academia Nacional de Medicina.

Foi do Conselho de Sua Majestade, e nomeado Oficial da Imperial Ordem do Cruzeiro (30 de setembro de 1840), Comendador da Imperial Ordem da Rosa (2 de dezembro de 1852) e Cavalheiro da Ordem de São Bento de Aviz (8 de novembro de 1860).

Por decreto de 11 de outubro de 1848 foi agraciado como Gentil Homem da Imperial Câmara.

Em 30 de abril de 1862 recebeu a carta de Brasão das Armas da Nobreza e Fidalguia, que concedia o uso de armas à família dos Soares e dos Meirelles, sendo extensivo a seus descendentes. Recebeu em 1º de maio de 1862 a Carta de Brasão de Armas, de Nobreza e Fidalguia do Império do Brasil, e por sua participação na Guerra do Paraguai (1865-1870) foi condecorado, em 1865 em Uruguaiana, com a Medalha Comemorativa do rendimento da divisão de Exército do Paraguai que ocupava a Vila de Uruguaiana.

Prêmio Presidente Aloysio de Castro

O Acadêmico Aloysio de Castro nasceu em 14 de junho de 1881 no Rio de Janeiro. Doutor em Medicina pela Faculdade do Rio de Janeiro em 1903, defendendo tese intitulada: “Das desordens da marcha e seu valor clínico”.

Foi Professor Catedrático de Patologia Médica e de Clínica Médica da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro (atual UFRJ).

Foi eleito Membro Titular da Academia Nacional de Medicina com a Memória: “Sobre o Síndrome de Stokes-Adams”, e tomou posse em 21 de julho de 1904, tornando-se Emérito em 23 de novembro de 1933.

Presidiu a ANM de 1937 a 1942 e de 1943 a 1945.

Foi diretor da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro de 1915 a 1925; durante sua gestão foi inaugurado o novo edifício na Avenida Pasteur, e criado o Instituto de Radiologia. O novo Instituto de Radiologia foi inaugurado em 1919 e instalado no Pavilhão “Francisco de Castro”, da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro, onde ocupou a 4ª Enfermaria. 

Aloysio de Castro foi subcomissário de Higiene e Assistência Pública do Rio de Janeiro, Chefe da 4ª Enfermaria da Santa Casa da Misericórdia e Chefe do serviço de Clínica Médica da Policlínica Geral do Rio de Janeiro.

Professor “Honoris causa” da Faculdade de Medicina de Niterói, Membro da Academia Pontifícia de Ciências do Vaticano e Membro da Academia Brasileira de Letras, da qual foi Presidente em 1930 e em 1951.

É Patrono da Cadeira No. 58 da Academia Nacional de Medicina. Faleceu em 07 de outubro de 1959.

Prêmio Presidente Deolindo Augusto de Nunes Couto

O Acadêmico Deolindo Augusto de Nunes Couto mais conhecido como Deolindo Couto (Teresina, 11 de março de 1902 — Rio de Janeiro, 29 de maio de 1992), foi um médico neurologista e escritor brasileiro.

Filho de Henrique José Couto e de Maria R. de Nunes Couto. Estudou até o secundário em sua terra natal. Formado em Medicina e Doutor em Medicina pela Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil em 1926.

Membro Titular da Academia Nacional de Medicina em 1942. Emérito em 1976 e Presidente da ANM em 1955-59, 1969-71, 1973-75, 1977-79, 1981-83.

Dedicou-se inteiramente ao seu ofício, ocupando importantes cargos, mediante concurso de provas e títulos: Docente Livre de Clínica Neurológica e de Clínica Médica da Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil e de Clínica Neurológica na Faculdade Fluminense de Medicina; Médico do Serviço Nacional de Doenças Mentais; Professor Catedrático de Clínica Neurológica na Faculdade Nacional de Medicina e na Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro. Estagiário em Serviços Neurológicos na Faculdade de Medicina de Paris e na Universidade de Berlim.

Fundador e diretor do Instituto de Neurologia da Universidade do Brasil, que hoje se chama Instituto de Neurologia Deolindo Couto. Foi Vice-Reitor e posteriormente Reitor da Universidade do Brasil.

Professor Catedrático de Clínica Neurológica da UFF e da UNIRIO.

Foi presidente do Conselho Federal de Educação, presidente do Conselho do Instituto de Cultura Hispânica e membro do Conselho Federal de Cultura.

Medalha do Mérito Oswaldo Cruz, Medalha da Academia de Ciências de Lisboa, do Mérito Civil da Espanha, do Mérito Médico Nacional, do Mérito Aeronáutico, do Mérito de D. João VI, da Ordem do Mérito Naval, do Mérito Educativo, Medalha da Legião de Honra da França.

Doutor Honoris Causa da Universidade Federal da Bahia e da Universidade Federal do Piauí, e Professor Emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Prêmio Austregésilo

O Acadêmico Antônio Austregésilo Rodrigues Lima (Patrono da Cadeira No. 11 da ANM) nasceu em Recife, Pernambuco, em 21 de abril de 1876 e faleceu na cidade do Rio de Janeiro, em 23 de dezembro de 1960.

De origem humilde, mulato e portador de tartamudez, Austregésilo apresentou ainda tiques na infância. Sempre se dedicou muito aos estudos, tendo ele próprio descrito na sua maturidade que “estudou como um escravo”.

Aos 16 anos de idade ingressou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, formando-se em 1899, defendendo a tese “Estudo clínico do delírio”. O Acadêmico Francisco de Castro (Patrono da Cadeira No. 14 da ANM) foi o mestre que mais exerceu influência sobre ele.

Foi criador da primeira escola de neurologia do Brasil, tendo sido o primeiro professor da Cátedra de Neurologia da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1912. Foi substituído por Deolindo Couto, Bernardo Couto e Sérgio Novis, todos Membros Titulares da Academia Nacional de Medicina.

Foi presidente da Academia Nacional de Medicina (1934-1937; 1945-1947; 1949/1951) e da Academia Brasileira de Letras (1939), e é considerado o pai da neurologia brasileira. Foi ainda deputado federal por Pernambuco, de 1922 a 1930.

Foi um dos precursores da psicanálise no Brasil. Teve sua carreira muito influenciada por ideias psicanalíticas e, em 1919, publicou seu primeiro livro, intitulado “Sexualidade e Psiconeuroses”. Trabalhou com psicoterapia por mais de 40 anos. Chegou a criar sua própria concepção psicoterápica, combinando neurologia e psicanálise.

Uma das contribuições mais lembradas de Antônio Austregésilo é o sinal semiológico que leva seu nome e de seu colega Faustino Esposel. O sinal de Austregésilo-Esposel é considerado um dos sucedâneos do sinal de Babinski (reflexo plantar) e foi publicado em 1912, no periódico L’Encéphale. Conforme a descrição do sinal, a estimulação da face anterior ou medial da coxa desencadearia a extensão do hálux e a abertura em leque dos dedos do pé. Isso pode ser observado no lado debilitado do corpo de pacientes com uma síndrome piramidal, também chamada de síndrome do primeiro neurônio motor, cujo exemplo mais clássico é o acidente vascular cerebral.

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