Abdome Agudo é tema do Curso de Atualização da ANM

25/05/2017

No dia 25 de maio, no horário das 17h, o Curso de Atualização da ANM teve como tema de aula o Abdome Agudo, sendo a aula ministrada pelo Acadêmico Delta Madureira Filho.

O Acadêmico Delta Madureira é graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina de Campos, especialista em Cirurgia Geral pela UFRJ, Mestre e Doutor em Cirurgia Geral pela UFRJ e Livre-docente em Cirurgia Geral pela UERJ. Atualmente é Professor Titular do curso de pós-graduação em Cirurgia Geral da Pontifícia Universidade Católica (PUC-RJ) e professor associado em cirurgia geral da UFRJ. É membro de várias sociedades médicas, dentre elas o Colégio Brasileiro de Cirurgiões e a International College of Surgeons. É membro titular da Academia Nacional de Medicina, ocupando a cadeira de nº 38.

O Acad. Delta Madureira

O palestrante iniciou a aula definindo Abdome Agudo como um quadro de dor abdominal de início súbito, que necessita de definição diagnóstica e de conduta terapêutica imediata, principalmente quanto à realização, ou não, de procedimento cirúrgico.

Classificou os quadros de Abdome Agudo em cinco grandes grupos: inflamatório, obstrutivo, perfurativo, vascular e hemorrágico. Na sequência, abordou as características clínicas e as etiologias dos cinco grupos, em rico debate com os alunos presentes.

Ao discursar sobre o diagnóstico, enfatizou a importância da anamnese e exame físico do paciente. Aspectos como tipo de dor, localização, início do quadro, evolução e ocorrências que precederam o quadro, são importantes na anamnese, segundo o palestrante. O exame físico também é de extrema importância, sendo o “abdome em tábua” um sinal muito comum nos casos de abdome agudo. O diagnóstico deve ser confirmado por meio de exames laboratoriais e exames de imagens, como a tomografia computadorizada, ultrassonografia, ressonância nuclear magnética e/ou conjunto de raio-x (rotina de abdome agudo), de acordo com cada caso clínico. Destes exames, o Prof. Delta Madureira reiterou que a tomografia é, atualmente, o mais importante. Ainda segundo o palestrante, mesmo com os exames de imagem avaliados e interpretados, é necessária a realização de videolaparoscopia ou laparotomia exploradora, como um procedimento diagnóstico, em alguns casos.

O Dr. Delta Madureira durante sua apresentação

Em relação à conduta terapêutica imediata, o palestrante expôs que o tratamento pode ser cirúrgico ou não-cirúrgico. Afirmou, ainda, que mesmo depois do paciente ser muito bem examinado e avaliado, se ainda houver dúvidas sobre a conduta a ser tomada, é preferível o tratamento cirúrgico, pois o quadro de Abdome Agudo é quase sempre potencialmente muito grave e evolui de forma muito rápida.

As causas mais comuns de Abdome Agudo foram separadas em seis grandes grupos:

  • Distúrbios do trato gastrointestinal, como apendicite aguda, úlcera perfurada e obstrução intestinal;
  • Distúrbios do fígado, baço e trato biliar, como colecistite aguda e rotura de baço;
  • Distúrbios do trato gênito-urinário, como cólica renal e cistite aguda;
  • Distúrbios ginecológicos, como gravidez ectópica rota e torção de ovário;
  • Distúrbios vasculares, como rotura de aneurisma e trombose mesentérica;
  • Distúrbios peritoneais e retroperitoneais, como peritonite primária e hemorragia retroperitoneal.

Neste ponto da aula, o acadêmico Delta Madureira apresentou casos clínicos característicos de cada grupo e as condutas diagnósticas e terapêuticas mais apropriadas, inclusive com apresentação de imagens e vídeos de procedimentos cirúrgicos.

Por fim, expôs aspectos da videolaparoscopia no abdome agudo, debatendo suas indicações, contra-indicações, sua utilização como procedimento diagnóstico ou como tratamento, debatendo casos clínicos por ele vivenciados e apresentando artigos científicos da atualidade sobre a temática.

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