Medicina e fé foi o tema da conferência do cirurgião cardíaco Domingo Marcolino Braile, empossado como honorário nacional, na Academia Nacional de Medicina, no dia 10/04/2014.
“A dimensão espiritual não pode ser ignorada porque é ela que nos faz humanos”, disse o novo acadêmico que ressaltou, em sua conferência, a iniciativa de duas entidades americanas dedicadas à fé e saúde. Hoje, essas entidades estão introduzidas em muitas escolas médicas dos Estados Unidos, oferecendo cursos sobre espiritualidade e saúde. No Brasil, esse tipo de iniciativa também se expande. Segundo Dr. Braile, na Sociedade Brasileira de Cardiologia há um setor dedicado à espiritualidade e medicina.
Dr. Braile mostrou estudos científicos que traçam correlações do tipo sistema imunológico e frequencia em serviços religiosos. Pesquisadores da Duke University, nos Estados Unidos, publicaram artigo com resultados sobre a análise da interleucina VI, uma proteína utilizada também como marcadora fisiológica, em 1.700 homens e mulheres acima de 65 anos. A interleucina VI, em níveis elevados, pode levar ao desenvolvimento de câncer, doenças autoimunes e cardíacas. Como resultado, os pesquisadores da Duke identificaram uma elevação 50% menor da interleucina VI entre aqueles que frequentadores serviços religiosos ao menos uma vez por semana.
Outro estudo da Duke University mostra que pacientes cardíacos que recebem orações têm entre 50% a 100% menos efeitos colaterais em procedimentos médicos. Dr. Braile ainda apresentou os resultados de um estudo que acompanhou 557 pacientes idosos, por seis anos. Esses pacientes idosos que frequentavam serviços religiosos tiveram uma diminuição da interleucina VI em 66% e o risco relativo de morte em 78% se comparado a outros não frequentadores de locais de fé.