O oftalmologista paulista Rubens Belfort Mattos Junior, membro titular da Academia Nacional de Medicina (ANM) e da Academia Brasileira de Ciências, tomou posse como o 66o presidente para o biênio 2020-2021. Em 190 anos, é a primeira vez que um médico de fora do Rio de Janeiro assume a presidência.
Graduado em medicina pela Escola Paulista de Medicina (EPM/Unifesp) em 1970, Belfort Jr. concluiu doutorado em oftalmologia pela Universidade Federal de Minas Gerais em 1981 e fez outro doutorado, desta vez em microbiologia e imunologia, pela EPM, concluído em 1985. É livre-docente e professor titular de oftalmologia da mesma universidade, pesquisador 1A CNPq, membro titular do Conselho Nacional de Ciências e Tecnologia. Belfort Jr. recebeu, entre outros prêmios, a Medalha ao Mérito Oswaldo Cruz da Presidência da República e a Ordem do Mérito Científico Nacional, Classe Grã-Cruz, além do Prêmio Conrado Wessel. Tem mais de 500 artigos publicados e orientou cerca de 70 doutores, mestres e alunos de iniciação científica.
Eleito membro titular da ANM em 1998, à frente da entidade Belfort Jr. liderará cem dos melhores médicos do país, que se dedicarão às atividades de congregar profissionais em reuniões periódicas com o intuito de debater questões pertinentes à medicina nacional e internacional, incluindo as sessões científicas, que ocorrem toda quinta-feira, além de outros projetos, como se aproximar da sociedade através de conteúdos médicos de forma mais acessível e do programa de incentivo a jovens lideranças médicas.
A cerimônia de posse foi realizada no dia 3 de março de 2020, na sede da ANM. Belfort Jr. recebeu a faixa presidencial das mãos do antecessor na presidência da Academia, Jorge Alberto Costa e Silva.
Sobre a ANM
A história da Academia Nacional de Medicina confunde-se com a história do Brasil. Fundada sob o reinado do imperador D. Pedro I, em 30 de junho de 1829, mudou de nome duas vezes, mas seu objetivo mantém-se inalterado: o de contribuir para o estudo, a discussão e o desenvolvimento das práticas da medicina, cirurgia, saúde pública e ciências afins, além de servir como órgão de consulta do governo brasileiro sobre questões de saúde e de educação médica.
Desde a sua fundação, seus membros se reúnem toda quinta-feira, às 18 horas, para discutir assuntos médicos da atualidade, numa sessão aberta ao público. Esta reunião faz da Academia Nacional de Medicina a mais antiga e única entidade científica dedicada à saúde a reunir-se regular e ininterruptamente por tanto tempo. Mesmo durante a atual pandemia pelo novo coronavírus, em 2020, a Academia Nacional de Medicina manteve a realizar de suas tradicionais sessões científicas de forma virtual, tendo a participação de centenas de médicos, pesquisadores e outros interessados que tiveram a oportunidade de acompanhar os debates com convidados nacionais e internacionais. A Academia também promove congressos nacionais e internacionais, cursos de extensão e atualização e, anualmente, durante a sessão de aniversário, distribui prêmios para médicos e pesquisadores não pertencentes aos seus quadros. Neste ano, foram nove prêmios em diversas categorias e um número recorde de inscritos.