Nascido a 27 de abril de 1880, em Recife, Estado de Pernambuco, filho de Teopompo Magno de Oliveira Quintela e D. Ana Josefina Quintela.
Doutorou-se pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, em 1902, com tese intitulada “Da Contribuição ao Estudo da Ectokelostomia”, aprovada com distinção.
Foi Interno do Hospital de São João Baptista de Niterói e Auxiliar da 1ª Cadeira de Clínica Cirúrgica. Em 1900, auxiliou o Professor Chapot-Prévost na célebre operação das pacientes xifópagas.
Foi indicado a Professor Extraordinário de Farmacologia, recusando a cadeira para, posteriormente, assumir a Livre Docência de Clínica Obstétrica da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro e, como tal, foi o primeiro a fazer curso desta disciplina nos moldes da reforma Rivadavia.
Foi Médico Adjunto da 18ª Enfermaria e Cirurgião na Santa Casa de Misericórdia do Rio de janeiro e na Policlínica de Botafogo, Inspetor Sanitário nomeado por Oswaldo Cruz, Médico Auxiliar do Professor Rodrigues Lima na Maternidade do Rio de Janeiro e Cirurgião do Serviço de Cirurgia do Hospital da Gamboa, exercendo interinamente sua Chefia por vários anos.
Na ocasião de sua eleição como Membro Titular na Academia Nacional de Medicina, em 1910, o Professor Arnaldo Quintella apresentou duas memórias: um caso de “Hepatopstose Total”, contribuição ao estudo da hepatopexia, e “Do Prognóstico nos Operados de Imperfuração Ano-Retal”. Na instituição, foi Presidente da Secção de Cirurgia, eleito para o período de julho de 1921 a junho de 1922.
É o Patrono da cadeira 68.
Foi redator da “Revista de Ginecologia e Obstetrícia” e colaborador da “Revista Siniátrica”, dos “Arquivos Brasileiros de Medicina”, do “Brasil Médico”, da “Revista de Medicina”, dos “Annales de Ginecologie et d’Obstétrique” de Paris e da “Revista Argentina de Obstetrícia e Ginecologia”, dentre outros periódicos e revistas.
De seus 11 anos e meio de vida acadêmica, é possível destacar a saudação ao Acad. Garfield de Almeida, laureado com o Prêmio Alvarenga em 1913, e os trabalhos “Operações Cesareanas” (1915), “É Lícito ao Médico Provocar o Aborto nas Mulheres Violadas na Guerra?” (1916), “Introdução ao estudo da obstetrícia” (1917), “Ruptura de Prenhez Tubaria com Inundação Peritoneal” (1918), “Sobre Dois Casos de Hidro-apendicitose” (1918), “Considerações Acerca do Aborto Criminoso” (1918), “O Problema do Aborto Criminoso” (1920), “Síndrome depressiva súbita no início do sobreparto” (1920) e “Sobre um caso de Estreitamento de Blenorragia e suas Complicações” (1921).
Ginecologista conhecido, o Dr. Arnaldo Quintella dedicou-se principalmente aos pacientes pobres a quem atendia com carinho e Humanidade. Porém, sempre tinha momentos para cuidar da esposa e filhos que deixou por sua prematura morte. No entanto, seu exemplo como ser humano deixou marcas indeléveis e as recordações para sempre.
Em 1921, o médico atendeu a um chamado em São Cristóvão, onde viviam o capitão de corveta Dyonisio Martins, sua esposa D. Rachel Cesar Martins e seus filhos. A paciente queixava-se de dores, foi medicada, e o Dr. Quintella ainda retornou ao endereço mais duas vezes até fechar o diagnóstico em apendicite. Ele informou que era caso de cirurgia, mas nem a família, nem a doente concordaram com o procedimento. Na quarta crise, no entanto, convenceram-se de que o médico estava com a razão. D. Rachel foi operada, com sucesso, pelo cirurgião, que precisou extrair os ovários e o útero dela.
No dia 9 de março de 1922, D. Rachel subiu as escadas do sobrado onde ficava o consultório, na rua da Assembleia 28. Na recepção, ela disse que era uma cliente antiga e só queria dar notícias sobre sua saúde. O médico a recebeu, e, passados alguns minutos, ouviram-se dois disparos. A primeira pessoa a entrar no consultório foi o enfermeiro assistente José Nunes de Oliveira. Ele correu para acudir o Dr. Quintella, que jazia no chão. Em seguida, entrou o paciente Luiz de Castro. Ele tentou desarmar D. Rachel, que, no entanto, teve tempo de disparar um tiro contra a própria cabeça. Quando o socorro chegou, o médico já estava morto, mas D. Rachel, gravemente ferida, ainda vivia. Ela foi operada às pressas e sobreviveu. As investigações policiais e o depoimento do marido e de testemunhas levaram à conclusão de que o crime se deu por causa de um transtorno mental evidenciado logo após a cirurgia.
A antiga Rua Polixena, no bairro de Botafogo, hoje leva seu nome, Arnaldo Quintela, em sua homenagem.
Acad. Francisco Sampaio
Número acadêmico: 263
Cadeira: 33 Antônio Felício dos Santos
Cadeira homenageado: 68
Membro: Titular
Secção: Cirurgia
Eleição: 17/11/1910
Posse: 17/11/1910
Sob a presidência: Miguel da Silva Pereira
Secção (patrono): Cirurgia
Falecimento: 09/03/1922
Número acadêmico: 263
Cadeira: 33 Antônio Felício dos Santos
Cadeira homenageado: 68
Membro: Titular
Secção: Cirurgia
Eleição: 17/11/1910
Posse: 17/11/1910
Sob a presidência: Miguel da Silva Pereira
Secção (patrono): Cirurgia
Falecimento: 09/03/1922
Nascido a 27 de abril de 1880, em Recife, Estado de Pernambuco, filho de Teopompo Magno de Oliveira Quintela e D. Ana Josefina Quintela.
Doutorou-se pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, em 1902, com tese intitulada “Da Contribuição ao Estudo da Ectokelostomia”, aprovada com distinção.
Foi Interno do Hospital de São João Baptista de Niterói e Auxiliar da 1ª Cadeira de Clínica Cirúrgica. Em 1900, auxiliou o Professor Chapot-Prévost na célebre operação das pacientes xifópagas.
Foi indicado a Professor Extraordinário de Farmacologia, recusando a cadeira para, posteriormente, assumir a Livre Docência de Clínica Obstétrica da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro e, como tal, foi o primeiro a fazer curso desta disciplina nos moldes da reforma Rivadavia.
Foi Médico Adjunto da 18ª Enfermaria e Cirurgião na Santa Casa de Misericórdia do Rio de janeiro e na Policlínica de Botafogo, Inspetor Sanitário nomeado por Oswaldo Cruz, Médico Auxiliar do Professor Rodrigues Lima na Maternidade do Rio de Janeiro e Cirurgião do Serviço de Cirurgia do Hospital da Gamboa, exercendo interinamente sua Chefia por vários anos.
Na ocasião de sua eleição como Membro Titular na Academia Nacional de Medicina, em 1910, o Professor Arnaldo Quintella apresentou duas memórias: um caso de “Hepatopstose Total”, contribuição ao estudo da hepatopexia, e “Do Prognóstico nos Operados de Imperfuração Ano-Retal”. Na instituição, foi Presidente da Secção de Cirurgia, eleito para o período de julho de 1921 a junho de 1922.
É o Patrono da cadeira 68.
Foi redator da “Revista de Ginecologia e Obstetrícia” e colaborador da “Revista Siniátrica”, dos “Arquivos Brasileiros de Medicina”, do “Brasil Médico”, da “Revista de Medicina”, dos “Annales de Ginecologie et d’Obstétrique” de Paris e da “Revista Argentina de Obstetrícia e Ginecologia”, dentre outros periódicos e revistas.
De seus 11 anos e meio de vida acadêmica, é possível destacar a saudação ao Acad. Garfield de Almeida, laureado com o Prêmio Alvarenga em 1913, e os trabalhos “Operações Cesareanas” (1915), “É Lícito ao Médico Provocar o Aborto nas Mulheres Violadas na Guerra?” (1916), “Introdução ao estudo da obstetrícia” (1917), “Ruptura de Prenhez Tubaria com Inundação Peritoneal” (1918), “Sobre Dois Casos de Hidro-apendicitose” (1918), “Considerações Acerca do Aborto Criminoso” (1918), “O Problema do Aborto Criminoso” (1920), “Síndrome depressiva súbita no início do sobreparto” (1920) e “Sobre um caso de Estreitamento de Blenorragia e suas Complicações” (1921).
Ginecologista conhecido, o Dr. Arnaldo Quintella dedicou-se principalmente aos pacientes pobres a quem atendia com carinho e Humanidade. Porém, sempre tinha momentos para cuidar da esposa e filhos que deixou por sua prematura morte. No entanto, seu exemplo como ser humano deixou marcas indeléveis e as recordações para sempre.
Em 1921, o médico atendeu a um chamado em São Cristóvão, onde viviam o capitão de corveta Dyonisio Martins, sua esposa D. Rachel Cesar Martins e seus filhos. A paciente queixava-se de dores, foi medicada, e o Dr. Quintella ainda retornou ao endereço mais duas vezes até fechar o diagnóstico em apendicite. Ele informou que era caso de cirurgia, mas nem a família, nem a doente concordaram com o procedimento. Na quarta crise, no entanto, convenceram-se de que o médico estava com a razão. D. Rachel foi operada, com sucesso, pelo cirurgião, que precisou extrair os ovários e o útero dela.
No dia 9 de março de 1922, D. Rachel subiu as escadas do sobrado onde ficava o consultório, na rua da Assembleia 28. Na recepção, ela disse que era uma cliente antiga e só queria dar notícias sobre sua saúde. O médico a recebeu, e, passados alguns minutos, ouviram-se dois disparos. A primeira pessoa a entrar no consultório foi o enfermeiro assistente José Nunes de Oliveira. Ele correu para acudir o Dr. Quintella, que jazia no chão. Em seguida, entrou o paciente Luiz de Castro. Ele tentou desarmar D. Rachel, que, no entanto, teve tempo de disparar um tiro contra a própria cabeça. Quando o socorro chegou, o médico já estava morto, mas D. Rachel, gravemente ferida, ainda vivia. Ela foi operada às pressas e sobreviveu. As investigações policiais e o depoimento do marido e de testemunhas levaram à conclusão de que o crime se deu por causa de um transtorno mental evidenciado logo após a cirurgia.
A antiga Rua Polixena, no bairro de Botafogo, hoje leva seu nome, Arnaldo Quintela, em sua homenagem.
Acad. Francisco Sampaio