O Dr. Augusto Paulino Soares de Souza nasceu em 4 de setembro de 1877, no Rio de Janeiro, era neto do Visconde do Uruguai e filho do Conselheiro Paulino José Soares de Souza, último presidente do Senado do Império e D. Maria Amélia da Silva Soares de Souza.
Formou-se em medicina pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, em 1899, apresentando a tese intitulada “Cirurgia da pleura e do pulmão”. Durante o curso médico, acompanhou, na Anatomia Médico Cirúrgica e na Clínica Cirúrgica, o ilustre Professor Augusto Brant Paes Leme, de quem se tornou discípulo favorito, adquirindo dele os dotes de exímio desenhista, além de anatomista. Prova disto é a sua tese de doutoramento, assunto que, à época, era ainda muito pouco explorado na literatura médica.
Foi nomeado, no ano seguinte, cirurgião efetivo da Santa Casa de Misericórdia e da Associação dos Empregados do Comércio, tendo exercido, nesta última, durante muitos anos, o cargo de Diretor dos Serviços Clínicos.
Foi um pioneiro em várias modalidades cirúrgicas. Operou, em 1902, a primeira apendicite aguda no Rio de Janeiro.
Foi eleito Membro Titular da Academia Nacional de Medicina, em 1909, apresentando a memória intitulada “Do valor das localizações em cirurgia cerebral”, trabalho pioneiro em neurocirurgia à época. Na ANM exerceu vários cargos, inclusive o de Vice-Presidente, em 1934. Foi transferido para a classe de Emérito, em 1943, e é o Patrono da Cadeira 39.
Em 1916, foi designado Professor Catedrático de Clínica Cirúrgica, sucedendo seu mestre Paes Leme, por dois terços da congregação da Faculdade de Medicina. Tomou posse em 1911 como Chefe da 15ª Enfermaria da Santa Casa de Misericórdia, chefia esta, ocupada mais tarde por seu filho, Prof. Augusto Paulino Filho, também Acadêmico da ANM.
Ensinou, na Santa Casa e na Faculdade de Medicina, de 1910 a 1945, quando foi jubilado, por limite de idade, da cadeira de Clínica Cirúrgica da então Universidade do Brasil, tornando-se Professor Emérito algum tempo depois.
Em 1932, foi nomeado por concurso Professor de Clínica Cirúrgica da Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, aposentando-se em 1949. Foi Diretor da referida Escola, de 1946 a 1948.
Foi Membro Fundador do Colégio Brasileiro de Cirurgiões e da Sociedade Brasileira de Urologia, tendo sido seu Presidente. Entre outras sociedades de que foi membro, podemos citar o Colégio Americano de Cirurgiões, o Colégio Internacional de Cirurgiões, Honorário da Academia Brasileira de Medicina Militar, onde é o Patrono da Cadeira 79, e Honorário da Sociedade Brasileira da História da Medicina. É ainda o Patrono da Cadeira 28 da Academia de Medicina do Estado do Rio de Janeiro.
Formou uma escola de cirurgia com assistentes ilustres em todo o Brasil. Foram membros da Academia Nacional de Medicina os cirurgiões Sylvio d’Avila, Paulo Niemeyer, Fernando Paulino (seu filho), Augusto Paulino Netto (seu neto), Lucio Galvão, e outros.
Em sua vasta bibliografia, citam-se: “Lições de anatomia médico-cirúrgica da boca”, “Lições de clínica cirúrgica”, “Urologia”, “A propósito de duas craniectomias”, “O problema da amputação imediata”, “Anestesia cirúrgica”, “O exame do doente e do diagnóstico em cirurgia”, “Patologia cirúrgica” (3 volumes), “Clínica cirúrgica” (2 volumes), “O humanismo médico”, entre vários outros.
Introduziu no ensino médico no Brasil, o método audiovisual. Desenhava no quadro negro, com giz colorido, ou em vidro fosco, com tinta guache, a anatomia, os planos cirúrgicos, com todos os detalhes vasculares, nervosos, musculares, necessários à compreensão da perfeita técnica cirúrgica. São famosas as suas chamadas “mentiras pedagógicas” com que tentava incutir nos alunos ensinamentos que depois se tornariam inesquecíveis.
Como exemplo, conta-se que, certa vez, citou em aula um paciente, com abscesso de fossa supra-clavicular esquerda, que ao ser incisado, revelou-se uma apendicite aguda supurada. Ao notar a incredulidade dos alunos, explicou: “É a melhor maneira de ensinar, em um só paciente, a apendicite aguda, a hérnia diafragmática congênita e a mal-rotação do colon…”.
As palavras proferidas pelo Acadêmico Augusto Paulino, em 1942, são cada vez mais verdadeiras hoje: “A máquina nos possibilita facilidade de diagnóstico e tratamento, mas não transmite a bondade e o carinho, exercitando somente a atenção para que nós médicos analisemos com inteligência suas informações. E a atenção deve ser dirigida aos nossos pacientes, e não somente à máquina…”
Augusto Paulino Soares de Souza teve três filhos com Maria Amelia Almeida Soares de Souza: Augusta, mãe do cirurgião Aluizio Soares de Souza Rodrigues e de Augusto Paulino Filho, seu sucessor na chefia da 15ª Enfermaria da Santa Casa da Misericórdia, e pai de Augusto Paulino Netto (também Acadêmico que ocupou a Cadeira 39 e foi Presidente da ANM), e avô de Augusto Paulino Soares de Souza, cirurgião ortopedista no Rio de Janeiro. Fernando Paulino, seu terceiro filho, cirurgião de renome nacional e internacional, chefe de uma escola cirúrgica com ramificações em todo nosso país, tem dois netos médicos, Roberto Paulino, psiquiatra, e Rodrigo Paulino, radiologista, ambos bisnetos do professor Augusto Paulino.
Augusto Paulino Soares de Souza faleceu no Rio de Janeiro em 8 de março de 1962, assistido por seu neto, o Acadêmico Augusto Paulino Soares de Souza Netto.
Acad. Francisco Sampaio
Número acadêmico: 256
Cadeira: 39
Cadeira homenageado: 39
Membro: Emérito
Secção: Cirurgia
Eleição: 27/05/1909
Posse: 08/07/1909
Sob a presidência: Marcos Bezerra Cavalcanti
Saudado: Fernando Augusto Ribeiro de Magalhães
Emerência: 04/11/1943
Secção (patrono): Cirurgia
Falecimento: 08/03/1962
Número acadêmico: 256
Cadeira: 39
Cadeira homenageado: 39
Membro: Emérito
Secção: Cirurgia
Eleição: 27/05/1909
Posse: 08/07/1909
Sob a presidência: Marcos Bezerra Cavalcanti
Saudado: Fernando Augusto Ribeiro de Magalhães
Emerência: 04/11/1943
Secção (patrono): Cirurgia
Falecimento: 08/03/1962
O Dr. Augusto Paulino Soares de Souza nasceu em 4 de setembro de 1877, no Rio de Janeiro, era neto do Visconde do Uruguai e filho do Conselheiro Paulino José Soares de Souza, último presidente do Senado do Império e D. Maria Amélia da Silva Soares de Souza.
Formou-se em medicina pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, em 1899, apresentando a tese intitulada “Cirurgia da pleura e do pulmão”. Durante o curso médico, acompanhou, na Anatomia Médico Cirúrgica e na Clínica Cirúrgica, o ilustre Professor Augusto Brant Paes Leme, de quem se tornou discípulo favorito, adquirindo dele os dotes de exímio desenhista, além de anatomista. Prova disto é a sua tese de doutoramento, assunto que, à época, era ainda muito pouco explorado na literatura médica.
Foi nomeado, no ano seguinte, cirurgião efetivo da Santa Casa de Misericórdia e da Associação dos Empregados do Comércio, tendo exercido, nesta última, durante muitos anos, o cargo de Diretor dos Serviços Clínicos.
Foi um pioneiro em várias modalidades cirúrgicas. Operou, em 1902, a primeira apendicite aguda no Rio de Janeiro.
Foi eleito Membro Titular da Academia Nacional de Medicina, em 1909, apresentando a memória intitulada “Do valor das localizações em cirurgia cerebral”, trabalho pioneiro em neurocirurgia à época. Na ANM exerceu vários cargos, inclusive o de Vice-Presidente, em 1934. Foi transferido para a classe de Emérito, em 1943, e é o Patrono da Cadeira 39.
Em 1916, foi designado Professor Catedrático de Clínica Cirúrgica, sucedendo seu mestre Paes Leme, por dois terços da congregação da Faculdade de Medicina. Tomou posse em 1911 como Chefe da 15ª Enfermaria da Santa Casa de Misericórdia, chefia esta, ocupada mais tarde por seu filho, Prof. Augusto Paulino Filho, também Acadêmico da ANM.
Ensinou, na Santa Casa e na Faculdade de Medicina, de 1910 a 1945, quando foi jubilado, por limite de idade, da cadeira de Clínica Cirúrgica da então Universidade do Brasil, tornando-se Professor Emérito algum tempo depois.
Em 1932, foi nomeado por concurso Professor de Clínica Cirúrgica da Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, aposentando-se em 1949. Foi Diretor da referida Escola, de 1946 a 1948.
Foi Membro Fundador do Colégio Brasileiro de Cirurgiões e da Sociedade Brasileira de Urologia, tendo sido seu Presidente. Entre outras sociedades de que foi membro, podemos citar o Colégio Americano de Cirurgiões, o Colégio Internacional de Cirurgiões, Honorário da Academia Brasileira de Medicina Militar, onde é o Patrono da Cadeira 79, e Honorário da Sociedade Brasileira da História da Medicina. É ainda o Patrono da Cadeira 28 da Academia de Medicina do Estado do Rio de Janeiro.
Formou uma escola de cirurgia com assistentes ilustres em todo o Brasil. Foram membros da Academia Nacional de Medicina os cirurgiões Sylvio d’Avila, Paulo Niemeyer, Fernando Paulino (seu filho), Augusto Paulino Netto (seu neto), Lucio Galvão, e outros.
Em sua vasta bibliografia, citam-se: “Lições de anatomia médico-cirúrgica da boca”, “Lições de clínica cirúrgica”, “Urologia”, “A propósito de duas craniectomias”, “O problema da amputação imediata”, “Anestesia cirúrgica”, “O exame do doente e do diagnóstico em cirurgia”, “Patologia cirúrgica” (3 volumes), “Clínica cirúrgica” (2 volumes), “O humanismo médico”, entre vários outros.
Introduziu no ensino médico no Brasil, o método audiovisual. Desenhava no quadro negro, com giz colorido, ou em vidro fosco, com tinta guache, a anatomia, os planos cirúrgicos, com todos os detalhes vasculares, nervosos, musculares, necessários à compreensão da perfeita técnica cirúrgica. São famosas as suas chamadas “mentiras pedagógicas” com que tentava incutir nos alunos ensinamentos que depois se tornariam inesquecíveis.
Como exemplo, conta-se que, certa vez, citou em aula um paciente, com abscesso de fossa supra-clavicular esquerda, que ao ser incisado, revelou-se uma apendicite aguda supurada. Ao notar a incredulidade dos alunos, explicou: “É a melhor maneira de ensinar, em um só paciente, a apendicite aguda, a hérnia diafragmática congênita e a mal-rotação do colon…”.
As palavras proferidas pelo Acadêmico Augusto Paulino, em 1942, são cada vez mais verdadeiras hoje: “A máquina nos possibilita facilidade de diagnóstico e tratamento, mas não transmite a bondade e o carinho, exercitando somente a atenção para que nós médicos analisemos com inteligência suas informações. E a atenção deve ser dirigida aos nossos pacientes, e não somente à máquina…”
Augusto Paulino Soares de Souza teve três filhos com Maria Amelia Almeida Soares de Souza: Augusta, mãe do cirurgião Aluizio Soares de Souza Rodrigues e de Augusto Paulino Filho, seu sucessor na chefia da 15ª Enfermaria da Santa Casa da Misericórdia, e pai de Augusto Paulino Netto (também Acadêmico que ocupou a Cadeira 39 e foi Presidente da ANM), e avô de Augusto Paulino Soares de Souza, cirurgião ortopedista no Rio de Janeiro. Fernando Paulino, seu terceiro filho, cirurgião de renome nacional e internacional, chefe de uma escola cirúrgica com ramificações em todo nosso país, tem dois netos médicos, Roberto Paulino, psiquiatra, e Rodrigo Paulino, radiologista, ambos bisnetos do professor Augusto Paulino.
Augusto Paulino Soares de Souza faleceu no Rio de Janeiro em 8 de março de 1962, assistido por seu neto, o Acadêmico Augusto Paulino Soares de Souza Netto.
Acad. Francisco Sampaio