O Dr. Júlio Afrânio Peixoto nasceu no dia 17 de dezembro de 1876, em Lençóis, no Estado da Bahia, filho do capitão Afrânio Peixoto e de D. Virgínia de Moraes Peixoto. O Dr. Afrânio Peixoto foi médico legista, político, professor, romancista e historiador.
Doutorou-se na Faculdade de Medicina da Bahia em 1897, defendendo tese intitulada “Epilepsia e crime”.
Ao se mudar para o Rio de Janeiro, começou a lecionar aulas de Higiene na Faculdade Nacional de Medicina (atual UFRJ) e aulas sobre Medicina Legal na Faculdade de Direito do Rio de Janeiro.
Em seguida, foi convidado a atuar como médico do Hospital Nacional de Alienados e logo se tornou braço direito do Acadêmico Juliano Moreira, grande reformista que introduziu no Brasil os modernos métodos psiquiátricos.
Em 1903, foi nomeado inspetor sanitário, tornou-se Diretor do Hospital Nacional de Alienados, cargo desempenhado até 1905, e Catedrático de Higiene da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro (atual UFRJ). Foi ainda Diretor do Serviço Médico Legal da Polícia nos anos de 1907, 1908 e 1911
Foi eleito Membro Titular da Academia Nacional de Medicina em 1903 e Membro Honorário em 31 de maio de 1928.
É Patrono da Cadeira 46 da Academia Nacional de Medicina.
Afrânio Peixoto criou uma polêmica com Carlos Chagas, em relação à descoberta da “Tripanossomíase Americana” (doença de Chagas), manifestada publicamente quando proferiu o discurso de saudação a Henrique de Figueiredo de Vasconcellos, em 30 de novembro de 1922, como membro Honorário na Academia Nacional de Medicina. Neste discurso, ao referir-se aos serviços prestados por Figueiredo de Vasconcellos, colega de Carlos Chagas, no então Instituto Oswaldo Cruz, acabou por questionar a existência e a importância da doença de Chagas. O livro de Atas das Sessões da Academia Nacional de Medicina, nas páginas 723 e 724, registra o seguinte trecho do discurso de Afrânio Peixoto: “Podereis ter achado alguns mosquitos, inventado uma doença rara e desconhecida, doença de que se falasse muito, mas quase ninguém conhecesse os doentes, encantoada lá num viveiro sertanejo de vossa província, que magnanimamente distribuireis por alguns milhões de vossos patrícios, acusados de cretinos. E a Academia Nacional de Medicina tornou-se, então, o palco desta grande controvérsia.”
Autor de várias obras científicas na área de Medicina Legal e Higiene, defendia, por exemplo, que doenças tropicais não existem, mas que precárias condições sanitárias, existentes em vários países tropicais, podem causar doenças, um ponto de vista inovador, na época. Foi um grande combatente do alcoolismo, sobretudo em sua atuação no Hospital dos Alienados, onde desempenhava um amplo trabalho em prol da higiene mental.
Foi professor de História da Educação do Instituto de Educação do Rio de Janeiro, em 1932, e o primeiro reitor da Universidade do Distrito Federal, em 1935.
Como político, Afrânio Peixoto foi Deputado Federal pela Bahia, de 1924 a 1930.
Afrânio Peixoto escritor:
Em 1900, Afrânio Peixoto iniciou a carreira literatura, dentro da atmosfera do Simbolismo, com o drama “Rosa Mística”. Nesse mesmo ano publicou a novela “Lufada Sinistra”.
Em 1910, Afrânio Peixoto foi eleito para a Cadeira No. 7 da Academia Brasileira de Letras, na sucessão de Euclides da Cunha e tomou posse em 14 de agosto de 1911. Foi presidente da Casa de Machado de Assis em 1923.
O sucesso literário chegou com o romance A Esfinge (1911). Seguiu-se Maria Bonita (1914), Fruta do Mato (1920), Bugrinha (1922), As Razões do Coração (1925), Uma Mulher como as Outras (1928) e Sinhazinha (1929). Ele foi conhecido como um escritor atuante também, deixando diversos romances, ensaios sociológicos, críticas literárias e relatos históricos antigos publicados.
Como ensaísta escreveu importantes estudos sobre Camões, Castro Alves e Euclides da Cunha.
Em 1923, criou a Biblioteca de Cultura Nacional. Como historiador, escreveu “História do Brasil” (1940), “Camões e o Brasil”, “Os judeus na história do Brasil” (1936), “O breviário da Bahia” (1945), entre outras obras.
Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Filologia, em 1944.
Em 31 de dezembro de 1949, o antigo Instituto Médico-Legal do Rio de Janeiro, localizado na Rua dos Inválidos, na cidade do Rio de Janeiro, passou a denominar-se Instituto Médico-Legal Afrânio Peixoto, em sua homenagem.
Em 1966 foi fundado um hospital com seu nome na cidade de Vitória da Conquista, no Estado da Bahia.
A cidade de Salvador homenageou-o dando seu nome a uma de suas avenidas, em 1970.
A Prefeitura Municipal de Lençóis, com o apoio do Conselho Federal de Cultura e do Governo do Estado da Bahia, inaugurou em 17 de dezembro de 1970, a Casa de Cultura Afrânio Peixoto, atualmente “Casa Afrânio Peixoto – Memorial”.
Em 9 de janeiro 1971 foi fundada, na cidade de Viana do Castelo (Portugal), a Biblioteca Afrânio Peixoto, que integra uma rede portuguesa de bibliotecas.
O Dr. Afrânio Peixoto faleceu no Rio de Janeiro, aos 70 anos, no dia 12 de abril de 1947.
Acad. Francisco Sampaio
Número acadêmico: 236
Cadeira: 46
Cadeira homenageado: 46
Membro: Titular
Secção: Medicina
Eleição: 29/10/1903
Posse: 05/11/1903
Sob a presidência: Joaquim Pinto Portella
Saudado: Carlos Pinto Seidl
Falecimento: 12/04/1947
Número acadêmico: 236
Cadeira: 46
Cadeira homenageado: 46
Membro: Titular
Secção: Medicina
Eleição: 29/10/1903
Posse: 05/11/1903
Sob a presidência: Joaquim Pinto Portella
Saudado: Carlos Pinto Seidl
Falecimento: 12/04/1947
O Dr. Júlio Afrânio Peixoto nasceu no dia 17 de dezembro de 1876, em Lençóis, no Estado da Bahia, filho do capitão Afrânio Peixoto e de D. Virgínia de Moraes Peixoto. O Dr. Afrânio Peixoto foi médico legista, político, professor, romancista e historiador.
Doutorou-se na Faculdade de Medicina da Bahia em 1897, defendendo tese intitulada “Epilepsia e crime”.
Ao se mudar para o Rio de Janeiro, começou a lecionar aulas de Higiene na Faculdade Nacional de Medicina (atual UFRJ) e aulas sobre Medicina Legal na Faculdade de Direito do Rio de Janeiro.
Em seguida, foi convidado a atuar como médico do Hospital Nacional de Alienados e logo se tornou braço direito do Acadêmico Juliano Moreira, grande reformista que introduziu no Brasil os modernos métodos psiquiátricos.
Em 1903, foi nomeado inspetor sanitário, tornou-se Diretor do Hospital Nacional de Alienados, cargo desempenhado até 1905, e Catedrático de Higiene da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro (atual UFRJ). Foi ainda Diretor do Serviço Médico Legal da Polícia nos anos de 1907, 1908 e 1911
Foi eleito Membro Titular da Academia Nacional de Medicina em 1903 e Membro Honorário em 31 de maio de 1928.
É Patrono da Cadeira 46 da Academia Nacional de Medicina.
Afrânio Peixoto criou uma polêmica com Carlos Chagas, em relação à descoberta da “Tripanossomíase Americana” (doença de Chagas), manifestada publicamente quando proferiu o discurso de saudação a Henrique de Figueiredo de Vasconcellos, em 30 de novembro de 1922, como membro Honorário na Academia Nacional de Medicina. Neste discurso, ao referir-se aos serviços prestados por Figueiredo de Vasconcellos, colega de Carlos Chagas, no então Instituto Oswaldo Cruz, acabou por questionar a existência e a importância da doença de Chagas. O livro de Atas das Sessões da Academia Nacional de Medicina, nas páginas 723 e 724, registra o seguinte trecho do discurso de Afrânio Peixoto: “Podereis ter achado alguns mosquitos, inventado uma doença rara e desconhecida, doença de que se falasse muito, mas quase ninguém conhecesse os doentes, encantoada lá num viveiro sertanejo de vossa província, que magnanimamente distribuireis por alguns milhões de vossos patrícios, acusados de cretinos. E a Academia Nacional de Medicina tornou-se, então, o palco desta grande controvérsia.”
Autor de várias obras científicas na área de Medicina Legal e Higiene, defendia, por exemplo, que doenças tropicais não existem, mas que precárias condições sanitárias, existentes em vários países tropicais, podem causar doenças, um ponto de vista inovador, na época. Foi um grande combatente do alcoolismo, sobretudo em sua atuação no Hospital dos Alienados, onde desempenhava um amplo trabalho em prol da higiene mental.
Foi professor de História da Educação do Instituto de Educação do Rio de Janeiro, em 1932, e o primeiro reitor da Universidade do Distrito Federal, em 1935.
Como político, Afrânio Peixoto foi Deputado Federal pela Bahia, de 1924 a 1930.
Afrânio Peixoto escritor:
Em 1900, Afrânio Peixoto iniciou a carreira literatura, dentro da atmosfera do Simbolismo, com o drama “Rosa Mística”. Nesse mesmo ano publicou a novela “Lufada Sinistra”.
Em 1910, Afrânio Peixoto foi eleito para a Cadeira No. 7 da Academia Brasileira de Letras, na sucessão de Euclides da Cunha e tomou posse em 14 de agosto de 1911. Foi presidente da Casa de Machado de Assis em 1923.
O sucesso literário chegou com o romance A Esfinge (1911). Seguiu-se Maria Bonita (1914), Fruta do Mato (1920), Bugrinha (1922), As Razões do Coração (1925), Uma Mulher como as Outras (1928) e Sinhazinha (1929). Ele foi conhecido como um escritor atuante também, deixando diversos romances, ensaios sociológicos, críticas literárias e relatos históricos antigos publicados.
Como ensaísta escreveu importantes estudos sobre Camões, Castro Alves e Euclides da Cunha.
Em 1923, criou a Biblioteca de Cultura Nacional. Como historiador, escreveu “História do Brasil” (1940), “Camões e o Brasil”, “Os judeus na história do Brasil” (1936), “O breviário da Bahia” (1945), entre outras obras.
Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Filologia, em 1944.
Em 31 de dezembro de 1949, o antigo Instituto Médico-Legal do Rio de Janeiro, localizado na Rua dos Inválidos, na cidade do Rio de Janeiro, passou a denominar-se Instituto Médico-Legal Afrânio Peixoto, em sua homenagem.
Em 1966 foi fundado um hospital com seu nome na cidade de Vitória da Conquista, no Estado da Bahia.
A cidade de Salvador homenageou-o dando seu nome a uma de suas avenidas, em 1970.
A Prefeitura Municipal de Lençóis, com o apoio do Conselho Federal de Cultura e do Governo do Estado da Bahia, inaugurou em 17 de dezembro de 1970, a Casa de Cultura Afrânio Peixoto, atualmente “Casa Afrânio Peixoto – Memorial”.
Em 9 de janeiro 1971 foi fundada, na cidade de Viana do Castelo (Portugal), a Biblioteca Afrânio Peixoto, que integra uma rede portuguesa de bibliotecas.
O Dr. Afrânio Peixoto faleceu no Rio de Janeiro, aos 70 anos, no dia 12 de abril de 1947.
Acad. Francisco Sampaio