Oswaldo Moura Brasil é novo imortal da ANM

13/06/2012

Bisneto do patriarca da família Moura Brasil, Oswaldo Moura Brasil Filho tomou posse como membro da Academia Nacional de Medicina no dia 12 de junho de 2012, numa cerimônia repleta de convidados no Museu Histórico Nacional. De uma família tradicional com 14 oftalmologistas que se dedicam há cinco gerações à saúde dos olhos, Oswaldo Moura Brasil formou-se em medicina pela Escola Médica da Universidade Gama Filho, tem mestrado em Oftalmologia pela UFRJ e é especialista pela Associação Médica Brasileira e pelo Conselho Brasileira de Oftalmologia.

Diretor técnico do Instituto brasileiro de Oftalmologia no Rio de Janeiro (Ibol), onde trabalha há 30 dos 35 anos de existência da Instituição, Moura Brasil foi o idealizador e é também o responsável pelo projeto do Instituto da Catarata Infantil, uma Organização não Governamental e sem fins lucrativos de atendimento a pacientes mirins carentes. Especialista em cirurgia da retina e do vítreo, Moura Brasil realiza cerca de 800 cirurgias por ano. E foi neste campo, a vitrectomia para o tratamento das complicações da retinopatia diabética, que concorreu à cadeira 31.

O novo acadêmico é Professor do Curso de Pós Graduação da Sociedade Brasileira de Oftalmologia e da Cadeira de Oftalmologia da Escola Médica de Pós-Graduação da PUC do Rio. É Membro Emérito e ex-Presidente da Sociedade Brasileira de Oftalmologia. Membro Titular de diversas instituições nacionais e internacionais, entre as quais a Academia Americana de Oftalmologia, a Associação Pan-Americana de Oftalmologia, a Retina Society, a Vitreous Society, a American Society of Retina Specialists, da Societé Française D’Ophtalmologie, e Membro da Câmara Técnica de Oftalmologia do Cremerj.

Durante o cerimonial de posse, uma comissão formada pelos acadêmicos Carlos Alberto de Barros Franco, Sérgio Novis, José Galvão Alves e José Carlos do Valle foi encarregada de acompanhar Oswaldo Moura Brasil para auditório onde fez o juramento e recebeu a medalha. A saudação ao novo membro da ANM foi realizada pelo acadêmico Celso Portela que, em seu discurso, ressaltou pontos marcantes da vida profissional de Moura Brasil como sendo, talvez, o maior especialista no país em cirurgia da mácula. Portela também revelou curiosidades históricas dessa família tradicional no cuidado dos olhos. Em seu discurso, Portela – ocupante  da cadeira 66 cujo patrono é José Cardozo de Moura Brasil – lembrou que o patrono de sua cadeira é bisavô do novo acadêmico, tendo residido a ANM durante a Proclamação da República e, como contou, “por proposta de José Cardozo, a Academia, anteriormente denominada Academia Imperial de Medicina, passou a ser chamada Academia Nacional de Medicina.”

Ao discursar, Oswaldo Moura Brasil ressaltou a emoção, o orgulho de ser o 20º oftalmologista,  e a honra que sentia ao tomar posse na mais antiga instituição médica do país onde menos de 650 membros puderam ocupar suas 100 cadeiras nesses 183 anos. Destacou a alegria de poder dar continuidade à tradição familiar. Além do bisavô, os tios Nelson Moura Brasil do Amaral e Gabriel de Andrade, os primos Eduardo Caldas Brito e Nestor Moura Brasil e o sogro Luiz Eurico Ferreira fizeram parte da ANM. Seguindo a tradição das cerimônias de posse, Moura Brasil falou sobre a história da cadeira 31, cujo patrono é Antônio Augusto de Azevedo Sodré. Por fim, agradeceu à família, esposa e filhos.

História – O patrono da cadeira 31 da Academia Nacional de Medicina é Antônio Augusto de Azevedo Sodré. Nascido em Maricá, em fevereiro de 1864, doutorou-se em medicina em 1885 com uma tese que versava sobre métodos de tratamento da sífilis. Nove anos após o doutoramento, conquistou a cátedra de patologia interna da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, da qual foi diretor em 1911-1912. 


Além da carreira médica, incluindo a presidência da própria Academia Nacional de Medicina, Azevedo Sodré tem uma trajetória política como prefeito do então Distrito Federal (1916-1917) e deputado federal pelo estado do Rio de Janeiro, tendo publicado vários livros e artigos sobre política sanitária e educação. Azevedo Sodré teve ainda um papel destacado na vida médica brasileira com participação na Liga Pró-Saneamento. Em seu currículo também consta participação na fundação da Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro e a criação da Sociedade dos Internos dos Hospitais e, junto com outros colegas, o lançamento do periódico Brazil-Medico, revista semanal de Medicina e Cirurgia – durante muitos anos a principal revista médica do país. Azevedo Sodré faleceu em Petrópolis, em  março de 1929.

Oswaldo Moura Brasil rodeado pela esposa, filhos e noras

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