No última quinta-feira, 31 de outubro, a Academia Nacional de Medicina promoveu o Simpósio intitulado “A Revolução dos Vírus: O que Aprendemos no Manejo Diagnóstico e Terapêutico Nestes Últimos 50 Anos”. O evento, coordenado pelos Acadêmicos Carlos Eduardo Brandão e Omar Lupi, trouxe à tona discussões cruciais sobre o diagnóstico e o tratamento de diversas infecções virais, com a participação de renomados especialistas da área.
Entre os temas abordados, destacou-se o Papilomavírus Humano (HPV), responsável por diversas doenças, incluindo câncer cervical. Os especialistas enfatizaram a importância da vacinação e do diagnóstico precoce, que têm contribuído significativamente para a redução da incidência dessas patologias.
Outro ponto relevante foi a discussão sobre os vírus HTLV I e II, que estão associados a doenças como a leucemia e a paraparesia espástica. Os acadêmicos ressaltaram a necessidade de aumentar a conscientização sobre esses vírus, que muitas vezes permanecem desconhecidos pela população, e a importância do rastreio em grupos de risco.
A sessão sobre Herpes Simples (HSV) e Varicela-Zoster (VZV) destacou os avanços nas opções de tratamento, incluindo antivirais que têm se mostrado eficazes na redução da gravidade e da duração dos sintomas. Os especialistas também discutiram o impacto da varicela em populações vulneráveis e a importância da vacinação para a prevenção.
As hepatites virais, um tema de grande relevância no Brasil, foram amplamente discutidas. Com os avanços nos tratamentos, especialmente para a Hepatite C, os especialistas apontaram que é possível curar uma alta porcentagem dos pacientes, desde que o diagnóstico seja realizado precocemente.
A conversa sobre vírus respiratórios, incluindo Influenza, Vírus Respiratório Sincicial (VRS) e Covid-19, foi particularmente pertinente, dada a recente pandemia. O Acadêmico Carlos Alberto de Barros Franco analisou as lições aprendidas durante a crise sanitária e como essas experiências moldaram as abordagens diagnósticas e terapêuticas atuais. A importância das vacinas e dos protocolos de saúde pública foi destacada como um fator fundamental para o controle de surtos.
Por fim, o HIV também foi um tema central do Simpósio, com foco nos avanços significativos no manejo da infecção. A disponibilização de terapias antirretrovirais tem permitido que pessoas vivendo com HIV levem vidas saudáveis e produtivas, mas os especialistas alertaram para a necessidade de continuar a luta contra o estigma associado à doença.
O Simpósio não apenas proporcionou um espaço para a troca de conhecimentos, mas também reforçou a importância da pesquisa contínua e da educação em saúde para o enfrentamento das infecções virais. Com o compartilhamento de experiências e inovações, o evento se mostrou fundamental para atualizar os profissionais da saúde e fortalecer a luta contra as doenças virais, contribuindo para a melhoria do atendimento e da qualidade de vida dos pacientes.