Na última quinta-feira (13) um evento tradicional da Academia Nacional de Medicina (ANM) fez o seu retorno. Organizado pelos Acadêmicos Carlos Alberto Basílio, José Manoel Jansen e José Galvão-Alves, a Sessão Uma Tarde na Academia: Oficina Diagnóstica reuniu Acadêmicos e alunos para o estudo do caso clínico sobre o Abscesso Hepático de Etiologia Indeterminada.
O relator do caso foi o Prof. Reinaldo Fernandes, do Complexo Hospitalar de Niterói da Universidade Federal Fluminense (CHN-UFF). “Um paciente do sexo masculino, 52 anos, branco, psicólogo, natural e residente da Região dos Lagos e casado com uma colega médica, apresentando dor abdominal e febre”, essa foi a descrição apresentada aos presentes. Ele explicou quais exames foram solicitados para melhor entender o caso do paciente, entre eles, exame de sangue e de imagem, como tomografia e ultrassom.
Prof. Reinaldo compartilhou com o público os resultados obtidos, e assim, pode trabalhar com as suas principais hipóteses diagnósticas e abordar os próximos passos da investigação do caso. Com isso, o professor explicou quais procedimentos cirúrgicos seriam realizados durante o tratamento do paciente para descobrir qual a doença.
Após a apresentação dos fatos, os Acadêmicos tiveram a oportunidade de debater o caso com o Prof. Reinaldo, com mediação do Acad. José Galvão-Alves. Eles discutiram as suas opiniões de tratamento, tiraram dúvidas, sugeriram novas investigações e parabenizaram a apresentação do caso clínico.
Feita essa discussão com os presentes, o Acadêmico Carlos Alberto Basílio apresentou a versão diagnóstica deste caso clínico, negando a possibilidade de ser hepatite, mas ressaltando as lesões no fígado mostradas no exame patológico. O Acad. Basílio permitiu que os Acadêmicos opinassem no possível diagnóstico e fizessem perguntas sobre as imagens mostradas durante a sua apresentação.
Finalizando a apresentação do caso clínico, o Acadêmico José Galvão-Alves apresentou o diagnóstico: Síndrome da IgG4. Essa é uma doença fibro-inflamatória sistêmica que afeta múltiplos órgãos e caracteriza-se pela elevação do IgG4 sérica e um denso infiltrado linfoplasmocitário rico em células positivas para IgG4.
A segunda parte deste evento ocorreu durante a Sessão Plenária, e contou com uma série de apresentações com temas atuais e de interesse público. Com isso, o Acad. José Galvão-Alves retornou ao púlpito com o tema Neoplasias Císticas do Pâncreas, em que abordou as classificações e os tipos dos cistos, assunto das palestras seguintes com moderação do Acadêmico Celso Portela.
O Acadêmico Octavio Vaz fez sua palestra sobre Cisto Seroso, explicando as suas classificações, considerações gerais e exibindo imagens. Ele explica como é realizado o diagnóstico, observando os principais sintomas, os exames que podem ser solicitados ao paciente e quando é indicado o tratamento cirúrgico.
Em seguida, o Professor José Marcus Raso Eulálio apresentou sobre o Cisto Mucinoso Não Ductal e abriu explicando como a nomenclatura evoluiu nos últimos anos. Com imagens, ele explica os aspectos gerais deste tipo de cisto e as suas principais características, ressaltando que o seu tamanho pode chegar até 35cm, quando necessário a realização de uma tomografia computadorizada ou ressonância magnética, além da endoscopia, e as principais indicações para a cirurgia.
Finalizando as apresentações da noite, o Dr. Eduardo Viana palestrou sobre o tema Neoplasia Intraductal Mucinosa Papilífera, classificando-a como uma “doença relativamente nova” e preferencialmente do sexo masculino. Ele explica as características gerais desta neoplasia e apresenta casos clínicos sobre o assunto.