Acadêmicos homenageiam Honorários Nacionais em emocionante Sessão da Saudade

25/07/2019

Honorário Nacional Tito de Abreu Fialho

Rio de Janeiro, RJ – 30 de dezembro de 1923

† Rio de Janeiro, RJ, 18 de maio de 2019

Honorário Nacional – Academia Nacional de Medicina, em 21 de setembro de 2017

Em mais uma edição da tradicional “Sessão da Saudade”, a Academia Nacional de Medicina reuniu, a última quinta-feira (25), Acadêmicos, familiares, amigos e discípulos dos inesquecíveis Drs. Tito de Abreu Fialho, exímio oftalmologista, e Luiz Fernando Ferreira Rocha da Silva, expoente da parasitologia nacional. Alguns daqueles que acompanharam as trajetórias exitosas dos Acadêmicos se reuniram no Anfiteatro Miguel Couto para a solenidade, tradicionalmente realizada em memória dos Acadêmicos falecidos, tendo sido marcada pela presença massiva dos confrades e pelos discursos emocionados dos familiares dos saudosos Honorários Nacionais.

O Acadêmico Omar da Rosa Santos, orador oficial da Diretoria do biênio 2017-2019, foi encarregado de falar, em nome dos confrades, sobre as brilhantes carreiras destas duas importantes figuras da medicina, que contribuíram de maneira significativa não só para a história da medicina brasileira, como também para a história da ANM.

O Dr. Tito de Abreu Fialho foi eleito como Honorário Nacional no dia 18 de maio de 2017, e sua eleição consagrou a tradição da família Abreu Fialho na Academia Nacional de Medicina. Antes do Dr. Tito de Abreu Fialho, outros ilustres ocuparam cadeiras na instituição. O Dr. José Antônio de Abreu Fialho, responsável pela fundação e também presidente da Sociedade Brasileira de Oftalmologia (SBO), é Patrono da Cadeira nº 71 e Membro Titular da Cadeira nº 27, tendo sido eleito em 1899. Sylvio de Abreu Fialho ocupou também a Cadeira nº 71, tendo sido Vice-Presidente (1942) e Presidente (1944) da SOB, tendo tomado posse como Membro Titular da ANM no mesmo ano.

A história da família Abreu Fialho junto à Academia Nacional de Medicina está eternizada no recém-publicado livro “Os Quadros da Academia Nacional de Medicina e suas Histórias”, que traz em suas páginas a obra “1a Enfermaria da Santa Casa do Rio de Janeiro”, que representa o Acadêmico José Antônio de Abreu Fialho examinando um paciente, observado por Oftalmologistas da 1a Enfermaria da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro. O quadro foi pintado pelo artista Roberto Fantuzzi, conhecido como o pintor de Papas e de Presidentes e servindo como soldado na Segunda Guerra Mundial, encontrou também fama para suas pinturas dos combatentes.

Professor adjunto da UFRJ por 42 anos, Tito de Abreu Fialho chefiou os Serviços de Oftalmologia dos Hospitais Carlos Chagas, Albert Schweitzer e Olivério Kramer de 1952 a 1977, período em que pode acompanhar a evolução da oftalmologia e conviver com grandes mestres. O Honorário é também escritor e trovador, além de Membro Emérito da Academia Brasileira de Médicos Escritores (ABRAMES), da qual tornou-se membro em 26 de maio de 1989 e onde é fundador da Cadeira nº 06, ocupada atualmente por Juçara Viegas Valverde.

Para a Academia Nacional de Medicina, teve seu nome aprovado em 18 de maio de 2017, tendo sido saudado nesta casa pelo Acadêmico Omar da Rosa Santos em Sessão no dia 21 de setembro de 2017, sob a presidência do Acad. Jorge Alberto Costa e Silva.

Faleceu na cidade do Rio de Janeiro em 18 de maio de 2019.

Honorário Nacional Luiz Fernando Rocha Ferreira da Silva

Rio de Janeiro, RJ – 23 de setembro de 1936

† Rio de Janeiro, RJ, 22 de outubro de 2018

Honorário Nacional – Academia Nacional de Medicina, em 22 de outubro de 2018

Na sequência, amigos e familiares do mestre Luiz Fernando Rocha Ferreira da Silva também prestaram homenagens a este importante nome da parasitologia nacional, que se destacou não só pela excelência acadêmica, mas também pelo legado deixado para seus discípulos na Fundação Oswaldo Cruz, sua alma mater.

Luiz Fernando Rocha Ferreira da Silva nasceu no Rio de Janeiro em 1936. Em 1960, formou-se em medicina pela Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil, onde concluiu, em 1962, o doutorado. Em 1966, ingressou como professor titular da disciplina de parasitologia na recém-criada Fundação Escola de Saúde Pública. Fundou o Departamento de Ciências Biológicas que, sob sua coordenação, reúne profissionais competentes em várias linhas da parasitologia e da microbiologia. Destes, diversos destacam-se na história da Fundação Oswaldo Cruz.

Em 1978, motivado pelo questionamento acerca da autoctonicidade da esquistossomose mansônica no Brasil, resolveu fazer investigações do parasito em fezes humanas preservadas (coprólitos) oriundas de diversos sítios arqueológicos brasileiros. Criava, assim, a paleoparasitologia.

Foi pesquisador (1999-2003) e diretor (1978–79) da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz. Na Fiocruz, ocupou consecutivamente as vice-presidências de recursos humanos e de ensino, durante a gestão de Sérgio Arouca (1985/90), contribuiu de forma decisiva para a criação da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio. Entre março a junho de 1990, assumiu interinamente a presidência da instituição em 1990.

No ano de 2004, foi diplomado pesquisador emérito da Fiocruz e, em 2005, tomou posse como membro honorário da Academia Nacional de Medicina. É também membro titular da Academia Brasileira de Medicina Militar (1993) e foi presidente da Sociedade Brasileira de Parasitologia (1979-80 e 1981-82).

Desenvolveu suas atividades no Departamento de Ciências Biológicas, da Ensp. Tem mais de 240 trabalhos publicados e foi autor de três livros: “Paleoparasitologia no Brasil” (1988), “Paleopatologia e Paleoepidemiologia – Estudos multidisciplinares“ (1992) e ”Paleoparasitologia“ (2008).

Foi importante incentivador da formação de recursos humanos para a saúde nos diferentes níveis escolares e referência mundial nas pesquisas paleoparasitológicas, sendo o principal responsável pelo aperfeiçoamento de grupos de pesquisadores nacionais e estrangeiros nesta área.

Para a Academia Nacional de Medicina, teve seu nome aprovado em 23 de junho de 2005, tendo sido saudado nesta casa pela Acadêmica Lea Ferreira Camillo-Coura em Sessão no dia 13 de outubro de 2005, sob a presidência do Acad. Antonio Luiz de Medina.

Faleceu no Rio de Janeiro em 22 de outubro de 2018.

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