Na última quinta-feira (22), a Academia Nacional de Medicina, que em julho completou 189 anos, realizou Sessão Científica em homenagem ao centenário do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI), cuja história é um patrimônio para a sociedade brasileira. O marco dos 100 anos do instituto contou uma agenda de atividades que incluiu simpósios, exposições e a divulgação de um vídeo comemorativo contando a história do INI.
Dando abertura ao Simpósio, o Presidente da ANM, Acad. Jorge Alberto Costa e Silva, discorreu sobre a história do INI, destacando seu papel pioneiro no campo da infectologia e ressaltando que a história do instituto está intimamente ligada à história da pesquisa clínica no Brasil. O Presidente ressaltou que, assim como a Academia Nacional de Medicina, o Instituto Nacional de Infectologia já mudou seu nome sem, todavia, alterar sua missão: a de impulsionar e desenvolver o campo da pesquisa clínica, buscando superar importantes enfermidades que assolam a população brasileira. Por fim, destacou a atuação da Acadêmia Léa Camillo-Coura, que esteve à frente da organização do evento e é também um importante personagem da história da infectologia no Brasil.
Na sequência, o Acadêmico Paulo Buss ressaltou a forte presença da Fundação Oswaldo Cruz nas fileiras da Academia Nacional de Medicina, prova da íntima e histórica relação das duas instituições, consideradas pilares da saúde e da medicina brasileira. Afirmou que a temática do Simpósio e as comemorações do centenário no INI não poderiam vir em momento mais oportuno: a reemergência de grandes epidemias como a do vírus ebola e dos vírus H1N1 e H5N1, aliada aos estudos acerca da resistência bacteriana colocam em primeiro plano instituições e cientistas que atuem na área. Nesse sentido, destacou, ainda, o fato de que o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas tem se preparado ao longo do tempo para servir de referência no acolhimento destes pacientes.
Em sua apresentação, a Dra. Valdiléa Veloso, Diretora do INI na gestão 2017-2021, fez um apanhado da história do Instituto, afirmando que a missão do Instituto é produzir conhecimento e tecnologias para melhorar a saúde da população, por meio de ações integradas de pesquisa, atenção à saúde, ensino e vigilância, com interface humana-animal-ambiente, tendo como valores centrais o compromisso com o SUS e a redução das iniquidades. Destacou a atuação de figuras como Eurico Vilela, Evandro Chagas e Keyla Marzochi, pessoa crucial no processo de revitalização do instituto, iniciado na gestão do então presidente da Fiocruz, Sergio Arouca. Encerrou sua apresentação.
Encerrando as palestras do dia, a Dra. Nísia Trindade Lima, presidente da Fiocruz. Em sua fala, Nísia Trindade destacou o papel pioneiro dos trabalhos desenvolvidos no Instituto que, quando de sua fundação, contava com o que havia de mais moderno na época, tanto em termos de equipamento quanto no que se refere a pessoal especializado. Ressaltou, ainda, que todas as atividades levadas a cabo no Instituto sempre caminharam junto com a assistência prestada à população e o ensino de qualidade na formação de novos infectologistas, usando como exemplo a atuação do INI durante a epidemia do HIV/Aids, Dengue, Zika e Chikungunya, além de qualificar-se como uma unidade de referência na profilaxia contra o Ebola.